Uma leitora escreveu-nos o seguinte:
“Gostaria de entender fatos relacionados
com mortes violentas de namorados, ao decorrer da vida, impossibilitando chegar
a uma união cível e religiosa. Perdas de todos os parentes por parte de pai e
mãe, amizades sinceras e queridas que partiram prematuramente, situação que
obriga a pessoa a se isolar, são pagamentos por terem cometido faltas em vidas
passadas, e nesta, viver parte da vida só?”
Com base nos depoimentos de Espíritos que
passaram por situações como as descritas, vê-se que os motivos que determinam
esses casos variam de pessoa a pessoa. Há momentos em que a prova ou a expiação
tem por alvo o desencarnante e outros em que o familiar, ou familiares, é que
são o alvo.
A morte é, como sabemos, um acontecimento
previsto na vida de todas as pessoas. O que caracteriza sua natureza como prova
ou resgate é a forma ou o momento como ela se dá.
De fato, a morte de uma pessoa que é
retirada da existência corpórea momentos antes do seu casamento, ou da
conclusão de um curso universitário, causa uma comoção bem diferente da que é
produzida pelo falecimento de uma pessoa de 90 anos.
Nesse sentido, seria interessante que a
leitora, quando isso for possível, lesse as mensagens que compõem o livro Jovens no Além, obra psicografada por
Chico Xavier em 1975 que apresenta o relato individual de 4 jovens que
faleceram em pleno vigor da idade:
Augusto César com 25 anos,
Carlos Alberto com 17 anos,
Jair Presente com 25 anos e
Wady Abrahão com 17 anos.
De duas espécies, diz Allan Kardec, são as
vicissitudes da vida, ou, se assim o preferirmos, promanam de duas fontes bem
diferentes. Umas têm sua causa na vida presente; outras, fora desta vida.
Entre as causas anteriores das aflições, o
Codificador do Espiritismo menciona a perda de entes queridos e a dos que são o
amparo da família. (Cf. O Evangelho
segundo o Espiritismo, cap. V, item 6.)
Encontraremos, portanto, no passado, seja
qual for o objetivo da ocorrência, a causa verdadeira dos fatos mencionados
pela leitora, os quais não podemos, evidentemente, atribuir a um simples acaso.
Se todo efeito tem uma causa, tais
acontecimentos são efeitos que hão de ter uma causa e, se admitimos que Deus é
justo e bom, essa causa há de ser justa. Por outro lado, não podendo Deus punir
alguém pelo bem que fez, nem pelo mal que não fez, se somos punidos, é que
fizemos o mal. Se esse mal não o fizemos na presente existência, tê-lo-emos
feito noutra. Essa é uma conclusão lógica a que ninguém pode fugir.
Feitas as considerações precedentes,
Kardec assim concluiu as explicações pertinentes ao tema ora em foco:
“Os sofrimentos devidos a causas
anteriores à existência presente, como os que se originam de culpas atuais, são
muitas vezes a consequência da falta cometida, isto é, o homem, pela ação de
uma rigorosa justiça distributiva, sofre o que fez sofrer aos outros. Se foi
duro e desumano, poderá ser a seu turno tratado duramente e com desumanidade;
se foi orgulhoso, poderá nascer em humilhante condição; se foi avaro, egoísta,
ou se fez mau uso de suas riquezas, poderá ver-se privado do necessário; se foi
mau filho, poderá sofrer pelo procedimento de seus filhos, etc.
Assim se explicam pela pluralidade das
existências e pela destinação da Terra, como mundo expiatório, as anomalias que
apresenta a distribuição da ventura e da desventura entre os bons e os maus
neste planeta. Semelhante anomalia, contudo, só existe na aparência, porque
considerada tão só do ponto de vista da vida presente.
Aquele que se elevar, pelo pensamento, de
maneira a apreender toda uma série de existências, verá que a cada um é
atribuída a parte que lhe compete, sem prejuízo da que lhe tocará no mundo dos
Espíritos, e verá que a justiça de Deus nunca se interrompe.” (O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. V,
item 7.)
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