Perto do Natal, não existe ocasião melhor
para lembrarmos qual é a importância de Jesus para nós, espíritas e não
espíritas.
O conhecido e respeitado escritor José
Herculano Pires, reportando-se às chamadas três revelações cristãs, afirmou
certa vez que Jesus é o sol que ilumina todas elas, uma como que
"intervenção direta do Alto para a reorientação do pensamento terreno".
(“Introdução ao Livro dos Espíritos”, inserida em O Livro dos Espíritos, publicado pela LAKE, 3ª edição, abril de
1966, pp. 11 e 12.)
Léon Denis assevera que Jesus "ascendeu
à eminência final da evolução" e, muito anos antes de Emmanuel
descrever-lhe o papel como cocriador e orientador da Terra, conceituou-o como
"governador espiritual deste planeta". (Cristianismo e Espiritismo, pág. 79.)
De Emmanuel, que foi o orientador espiritual
da obra de Chico Xavier, vieram-nos informações preciosas sobre o Cristo, como
este trecho extraído do livro A Caminho
da Luz, de sua autoria:
“Rezam
as tradições do mundo espiritual que na direção de todos os fenômenos, do nosso
sistema, existe uma Comunidade de Espíritos Puros e Eleitos pelo Senhor Supremo
do Universo, em cujas mãos se conservam as rédeas diretoras da vida de todas as
coletividades planetárias. Essa Comunidade de seres angélicos e perfeitos, da
qual é Jesus um dos membros divinos, ao que nos foi dado saber, apenas já se
reuniu, nas proximidades da Terra, para a solução de problemas decisivos da
organização e da direção do nosso planeta, por duas vezes no curso dos milênios
conhecidos. A primeira verificou-se quando o orbe terrestre se desprendia da
nebulosa solar, a fim de que se lançassem, no Tempo e no Espaço, as balizas do
nosso sistema cosmogônico e os pródromos da vida na matéria em ignição, do
planeta, e a segunda, quando se decidiu a vinda do Senhor à face da Terra,
trazendo à família humana a lição imortal do seu Evangelho de amor e redenção”.
(A Caminho da Luz, cap. 1.)
Allan Kardec, ao comentar a resposta dada à
pergunta 625 d' O Livro dos Espíritos,
afirmou:
"Jesus
é para o homem o tipo da perfeição moral a que pode aspirar a humanidade na
Terra. Deu no-lo oferece como o mais perfeito modelo, e a doutrina que ele
ensinou é a mais pura expressão de sua lei, porque ele estava animado do
espírito divino e foi o ser mais puro que já apareceu sobre a Terra".
Em O
Evangelho segundo o Espiritismo (cap. 1, item 4), Kardec lembra que o papel
de Jesus "não foi simplesmente o de um legislador moralista sem outra
autoridade além da palavra". "Ele veio cumprir as profecias que
haviam anunciado a sua vinda, e a sua autoridade provinha da natureza
excepcional do seu Espírito e da sua missão divina."
Igual ensinamento se lê em Obras Póstumas, págs. 136 e seguintes:
"Jesus
era um messias divino pelo duplo motivo de que de Deus é que tinha a sua missão
e de que suas perfeições o punham em relação direta com Deus" (...).
"Para que Jesus fosse igual a Deus, fora preciso que ele existisse, como
Deus, de toda a eternidade, isto é, que fosse incriado" (...).
"Digamos
que Jesus é filho de Deus, como todas as criaturas, que ele chama a Deus Pai,
como nós aprendemos a tratá-lo de nosso Pai. É o filho bem-amado de Deus,
porque, tendo alcançado a perfeição, que aproxima de Deus a criatura, possui
toda a confiança e toda a afeição de Deus."
Em vista do exposto, conquanto nós,
espíritas, não consideremos Jesus uma divindade, um ser incriado, atributos que
se aplicam exclusivamente a Deus, inteligência suprema do Universo e causa
primária de todas as coisas, fica clara a posição de relevo que ele, o Mestre
nazareno, ocupa no mundo em que vivemos, cuja direção o Criador lhe confiou.
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