J. Herculano Pires lembra, a propósito das
consequências resultantes do suicídio, que não é Deus quem castiga o suicida,
mas ele próprio que pune a si mesmo, incurso por sua atitude nas malhas da lei
de causa e efeito. Ninguém, diz Herculano, é levado na corrente da vida pela
força exclusiva das circunstâncias.
Além de dispor da faculdade do livre-arbítrio,
para poder controlar-se e dirigir-se, o homem está sempre amparado pelas forças
espirituais que governam o fluxo das coisas. Daí a recomendação de Jesus: “Orai
e vigiai”. “A vida material”, acrescenta o saudoso confrade, “é um exercício
para o desenvolvimento dos poderes do Espírito. Quem abandona o exercício por
vontade própria está renunciando ao seu desenvolvimento e sofre as
consequências naturais dessa opção negativa.” (Astronautas do Além, cap. 3) “Nova oportunidade lhe será
concedida, mas já então ao peso do fracasso anterior.” (Obra e cap. citados.)
Um ensinamento que constitui ponto pacífico
para nós espíritas é que da justiça divina ninguém foge.
Nossa mente guarda consigo, em germe, os
acontecimentos agradáveis ou desagradáveis que a surpreenderão amanhã, assim
como a semente minúscula encerra potencialmente a planta produtiva em que se
transformará no futuro, disse a André Luiz o Ministro Sânzio, que, para
ilustrar seu pensamento, formulou o seguinte exemplo:
"Figuremos um
homem acovardado diante da luta, perpetrando o suicídio aos quarenta anos de
idade no corpo físico. Esse homem penetra no mundo espiritual sofrendo as
consequências imediatas do gesto infeliz, gastando tempo mais ou menos longo,
segundo as atenuantes e agravantes de sua deserção, para recompor as células do
veículo perispirítico, e, logo que oportuno, quando torna a merecer o prêmio de
um corpo carnal na Esfera Humana, dentre as provas que repetirá, naturalmente
se inclui a extrema tentação ao suicídio na idade precisa em que abandonou a
posição de trabalho que lhe cabia, porque as imagens destrutivas, que arquivou
em sua mente, se desdobrarão, diante dele, através do fenômeno a que podemos
chamar `circunstâncias reflexas', dando azo a recônditos desequilíbrios emocionais
que o situarão, logicamente, em contato com as forças desequilibradas que se
lhe ajustam ao temporário modo de ser".
(Ação e Reação, cap. 7.)
Que ocorrerá então com o ex-suicida?
Tudo dependerá dele mesmo. "Se esse
homem”, esclareceu Sânzio, “não houver amealhado recursos educativos e
renovadores em si mesmo, pela prática da fraternidade e do estudo, de modo a
superar a crise inevitável, muito dificilmente escapará ao suicídio, de novo,
porque as tentações, não obstante reforçadas por fora de nós, começam em nós e
alimentam-se de nós mesmos." (Obra
citada, cap. 7.)
Por aí se vê que a obra de nossa
dignificação espiritual é serviço intransferível e que devemos a nós mesmos
quanto nos sucede em matéria de bem ou de mal.
Se desejamos desfrutar dias felizes no
futuro, semeemos o bem, nunca o mal, cientes de que, como ensinou o Apóstolo
Pedro, “o amor cobre a multidão dos pecados” (I Pedro, 4:8).
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