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terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

Verdadeira libertação: a da própria consciência


CÍNTHIA CORTEGOSO
cinthiacortegoso@gmail.com
De Londrina-PR

Se o coração não está com paz, em nenhum outro lugar poderá encontrá-la. Antes de querer construir uma cidade há que ter uma casa para morar. Simples assim. A vida é simples e por sua simplicidade perfeita, e infelizmente por não compreendê-la acabamos por complicá-la e muito criar os débitos a resgatá-los.
Por isso a sabedoria insistentemente nos apresenta inúmeros exemplos para a aprendizagem e a compreensão de que se somos capazes de cuidar do nosso jardim e manter flores saudáveis, também nosso coração poderá conquistar a paz tão precisa para o progresso dos dias. Os embaraços íntimos é que necessitam de luz para serem desembaraçados.
Domar a fera interna é a primeira medida para um novo e melhor caminho; é essencial acalmar o barulho para ouvir o som calmo da natureza, também é fundamental silenciar a mente para compreender as queixas da consciência esta que precisa ser ouvida e não subestimada com pretexto e absolvição. A consciência, com sua vida própria, se desenvolve muito melhor com aproveitamento dos seus recursos quando está no modo autêntico, não que seus segredos devam ser revelados aos quatro ventos, mas que seja ouvida pelo próprio coração, pois cada um sabe a verdade que lhe pulsa.
Não há que se preocupar com o pensamento alheio, há que realizar o melhor a cada dia, pois a consciência é individual e ainda mais... é eterna. Portanto, quanto mais rápido e atenciosamente observar o caminho que ela percorre ou deseja percorrer, com mais clareza e efetividade a consciência poderá contemplar com paz os pores do sol, os amanheceres da vida.
Libertação não se dá com o afastamento de pessoas, situações e sentimentos, pois as ocorrências externas não devem prevalecer como a força motriz do sentimento, mas o aprendizado e a observação é que devem apaziguar, encaminhar, sustentar, equilibrar toda a emoção favorecendo o entendimento do que o Universo aplica a todos indistintamente: a lei da ação e reação.
Dessa forma, se a consciência agir para o bem em seu aspecto amplo, sem se prejudicar com falsas e ilusórias verdades, de fato, a sensação que ela sentirá é a mesma construída para a ação. E isso vale para todos os atos que respectivamente terão sua consequência. Quanto mais mostrarmos o espelho para os fantasmas criados por nós, mais liberdade nossa consciência poderá usufruir. Não há segredo. Enquanto não me certificar de que o barulho em cima do telhado é apenas o gatinho a passear, poderei me enclausurar e esperar o pior: a entrada do ladrão.
Em todo o tempo, o estado de consciência trará o paraíso ou o inferno. E a Bondade Divina é tão imensurável que nos concede a primeira responsabilidade: a por nós próprios. Quando cada consciência cumprir o seu papel na vida, mais plena a sensação será e por conseguinte teremos apenas como grande objetivo proferir as palavras certas, emitir bondoso sentimento, realizar atitudes benfazejas, pois haverá a compreensão e o reconhecimento de que somos membros da família cujo Pai é Deus.
E quando a consciência está em paz, a alma pode-se considerar o mais sensível artista com liberdade para criar e contemplar as nobres artes de uma vida, leve e verdadeira.

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