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domingo, 20 de março de 2016

O Consolador e seu papel no mundo


A promessa feita por Jesus com relação à vinda de um outro Consolador ao nosso mundo foi registrada no Evangelho de João da seguinte forma: "Se me amais, guardai meus mandamentos. E rogarei a meu Pai e ele vos dará  outro Consolador, a fim de que fique eternamente convosco: o Espírito da Verdade que o mundo não pode receber, porque não o vê e absolutamente não o conhece. Mas, quanto a vós, conhecê-lo-eis, porque ficará  convosco e estará em vós" (João, 14:15 a 17).
Um pouco mais adiante, o evangelista João anotou estas outras palavras: "Eu vos tenho dito estas coisas enquanto permaneço convosco. Mas o Paráclito, o Santo Espírito, que meu Pai vos enviará em meu nome, vos ensinará todas as coisas e vos fará  lembrar o que vos disse" (João, 14:25 e 26).
Paráclito ou paracleto significa mentor, defensor, protetor.
À vista do texto transcrito, verifica-se que o Consolador prometido por Jesus, também chamado de Santo Espírito e de Espírito da Verdade, seria enviado à Terra com a missão de consolar, lembrar o que ele dissera e ensinar todas as coisas. O Consolador teria, portanto, de dar ao homem o conhecimento de sua origem, a explicação da necessidade de sua estada na Terra e do seu destino, espalhando por todo o lado a consolação que advém da fé e da esperança.
Seu compromisso com a verdade – o ensino de todas as coisas – eleva-o, automaticamente, à condição de uma nova revelação da lei de Deus aos homens. Se considerarmos a doutrina mosaica como sendo a primeira revelação dessa lei e o Evangelho a segunda, o Consolador prometido por Jesus seria o portador de uma terceira revelação.
A revelação cristã sucedeu à revelação mosaica; a revelação dos Espíritos veio completá-la. O Espiritismo seria, pois, conforme disseram os próprios Espíritos superiores, a terceira revelação da lei de Deus ou, em outras palavras, o próprio Consolador referido na promessa do Cristo.
Ora, procedendo de Espíritos sábios e bondosos, num verdadeiro derramamento da mediunidade na carne, o Espiritismo preenche integralmente as condições mencionadas, visto que:
1º - procura lembrar-nos o que Jesus ensinou;
2º - ensina-nos muitas coisas que o Evangelho não pôde explicar adequadamente;
3º - consola e conforta os que sofrem, ao mostrar-lhes a causa e a finalidade dos sofrimentos humanos.

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Uma questão intrigante, quando se fala no Consolador, é esta: Por que Jesus teria feito semelhante promessa?
Segundo os estudiosos do assunto, várias foram as razões que levaram o Cristo a fazê-la. A primeira, e talvez a principal, seria a inoportunidade de uma revelação total e completa por parte do Cristo numa época em que o homem não estava ainda amadurecido para compreendê-la.
Outra razão seria o esquecimento dos preceitos contidos no Evangelho e, sobretudo, a falta de sua vivência por parte dos homens, sem falarmos aqui das adulterações e das distorções que, de forma premeditada ou não, foram impostas ao longo dos tempos aos textos evangélicos.
A relação entre o Espiritismo e o Consolador prometido está no fato de que a Doutrina Espírita, queiram ou não seus detratores, preenche todas as condições mencionadas no texto do evangelista João.
O Espiritismo vem abrir os olhos e os ouvidos de toda gente, pois fala sem figuras nem alegorias, e levanta o véu intencionalmente lançado sobre certos mistérios, trazendo a consolação suprema aos deserdados da Terra e a todos os que sofrem.
E, com respeito aos ensinos de Jesus, sem haver inventado uma moral nova, diz-nos que o ensino moral contido nos Evangelhos constitui uma regra de proceder que abrange todas as circunstâncias da vida, o princípio básico de todas as relações sociais que se fundam na mais rigorosa justiça, e é, finalmente e acima de tudo, o roteiro infalível para a felicidade esperada.



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