A possibilidade de comunicar-se com os chamados mortos não é, como
sabemos, um fato recente na história da Humanidade; ao contrário. Trata-se de
um fato antiquíssimo, com a única diferença de que no passado era algo
conhecido somente pelos chamados iniciados e na atualidade, com o advento e a
expansão do Espiritismo, tornou-se um fenômeno generalizado. O caso do jovem
Pedro Siqueira, o médium católico que atrai multidões em igrejas do Rio de
Janeiro, é exemplo característico disso, como foi mostrado oportunamente pela
revista “O Consolador”. (Eis o link que remete à reportagem: http://www.oconsolador.com.br/ano5/223/especial2.html/.)
A proibição do intercâmbio mediúnico, constante do Antigo
Testamento, é prova bastante de que tal fenômeno é possível, pois, se não fosse
possível, Moisés não o teria interditado.
O caso tem sido, aliás, usado por algumas igrejas cristãs como
argumento contrário à prática das relações entre os homens e os chamados
mortos. Um estudo atento da proibição mosaica revelará, porém, qual foi a
verdadeira intenção do condutor dos hebreus, que desejava que seu povo
abandonasse os costumes adquiridos no Egito, onde as evocações eram bastante
comuns e facilitavam os abusos, inclusive o comércio grosseiro, associado às
práticas da magia e até mesmo de sacrifícios humanos. A proibição decretada por
Moisés foi, portanto, justíssima, uma vez que as relações que então se
estabeleciam com os Espíritos não se baseavam nos sentimentos de respeito,
afeição ou piedade para com eles, mas eram antes um recurso para adivinhações
habilmente exploradas pelo charlatanismo.
É preciso termos em conta que para ser médium não é necessário ter
um comportamento moral elevado. A mediunidade não é uma faculdade inerente
apenas ao homem de bem e, por isso, todos são capazes de possuí-la, do que
podem, às vezes, originar-se abusos, quando praticada por pessoas moralmente
atrasadas, cujo comportamento atrai para junto delas Espíritos inferiores ou
perversos.
O objetivo da mediunidade é exclusivamente moral.
Nas práticas do Espiritismo, conforme os ensinamentos da doutrina
espírita, não se fazem sacrifícios humanos, não se interrogam astros, adivinhos
e magos para se informar de qualquer coisa, tanto quanto não se usam objetos,
medalhas, talismãs, fórmulas sacramentais, nem se escolhem lugares lúgubres e
horários específicos para atrair ou afastar Espíritos.
Em face da finalidade superior da mediunidade, repelir as
comunicações significa repudiar um meio poderoso de instrução, não só pelas
informações que ela nos faculta acerca do mundo espiritual e da vida futura,
mas sobretudo pelos exemplos que o intercâmbio com os desencarnados nos
oferece.
Proibir as comunicações e eliminar os médiuns – como se fez em
nosso mundo durante séculos e séculos – equivale também a privar as almas
sofredoras da assistência que lhes podemos e devemos dispensar, razão por que
atualmente até a Igreja, pela voz de vários de seus pastores, entre eles o
padre François Brune e o padre Gino Concetti, admite que a comunicação com os
Espíritos pode ser salutar, especialmente pelo conforto moral que traz aos que
se encontram desesperados com a perda de um ente querido.
Em face disso, não surpreende que frei Boaventura Kloppenburg
tenha reconhecido em seu livro Espiritismo
e Fé, págs. 5 e 6, que os falecidos não rompem seus laços com os que ainda
vivem na Terra; que eles podem, portanto, nos socorrer e ajudar, e que os
Espíritos desencarnados podem manifestar-se ou comunicar-se perceptivelmente
conosco, de forma espontânea ou provocada, como o Espiritismo nos vem ensinando
desde os seus primórdios.
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