As
imperfeições morais é que dão acesso aos maus Espíritos
Que o planeta Terra é constituído, em grande
parte, de Espíritos moralmente bastante atrasados, eis um fato que poucas
pessoas ignoram. Não admira, portanto, ver por toda a parte sinais dessa
inferioridade, tanto no hemisfério norte quanto no hemisfério sul, não importa
a filosofia religiosa cultivada por esse ou aquele povo.
Como consequência dessa inferioridade moral,
são muito numerosos os Espíritos inferiores que habitam o plano espiritual, que
é uma espécie de reflexo do que se verifica no plano corpóreo, este em que
vivemos. A ação desses Espíritos, capaz de influenciar nossos pensamentos e
nossos atos, constitui, pois, parte integrante das dificuldades enfrentadas
pela Humanidade terrena.
Um dos resultados dessa ação negativa é a
obsessão, definida pelo Espiritismo como sendo o domínio que alguns Espíritos
logram adquirir sobre certas pessoas. Em seu livro A Gênese, Allan Kardec a conceitua como a ação persistente que um
Espírito mau exerce sobre um indivíduo.
Essa ação – explica o Codificador do Espiritismo – pode variar desde uma
simples influência moral até a perturbação completa do organismo.
As faculdades mediúnicas – não é difícil
entender – tornam-se bastante prejudicadas pela obsessão, visto que os chamados
obsessores, criaturas notoriamente de natureza inferior, não são movidos por
sentimentos nobres e podem levar as pessoas por eles dominadas à realização de
atos que elas normalmente não praticariam.
Em um processo obsessivo os Espíritos agem,
inicialmente, de maneira sutil, com que buscam interferir de modo gradativo na
mente do encarnado, atingindo, em dado tempo, situações extremas de completo
domínio. A ação do obsessor pode ser reconhecida, no início, como uma força
psíquica a interferir nos processos mentais, uma vontade dominada por outra
vontade, ou uma inquietação crescente sem motivo aparente.
Da mesma forma pela qual as enfermidades
orgânicas se instalam onde existe carência nos mecanismos de defesa, a obsessão
manifesta-se nas mentes cujas imperfeições morais e atitudes do pretérito e do
presente deixaram marcas profundas no Espírito.
Alguns vícios, contudo, devem ser alinhados
entre os fatores que favorecem a obsessão, por se constituírem em dano para o
corpo e para a mente.
O alcoolismo, o uso das chamadas drogas
ilícitas, a sexualidade desequilibrada, a glutoneria, a maledicência, a ira, o
ciúme, a inveja, a avareza, o egoísmo, eis fatores que concorrem, sem dúvida,
para a instalação ou o agravamento do processo.
O alcoolismo, pelas consequências orgânicas,
morais e sociais que acarreta, é veículo de processos obsessivos cruéis, bem
como do vampirismo, do qual podem derivar sérias lesões na organização
fisiopsíquica do encarnado.
As drogas ilícitas, por atuarem no sistema
nervoso, permitem o ressurgimento de impressões do pretérito, as quais,
misturadas às frustrações do presente, desequilibram a emotividade, oferecendo
vasto campo de atuação para os desencarnados em desespero emocional.
A sexualidade desequilibrada permite a
sintonia com consciências desencarnadas que vivem em indescritível aflição e
que se hospedam nas mentes encarnadas, absorvendo energias vitais e gerando
obsessões degradantes.
A glutoneria, a maledicência, a ira, o
ciúme, a inveja, a avareza e o egoísmo são igualmente – como todas as
imperfeições morais – estradas de acesso para Espíritos de natureza inferior
que, num processo de sintonia, se alimentam de nossas imperfeições,
influenciando nossos pensamentos e nossas ações.
A conclusão de tudo isso é evidente: não
sendo combatidas ou neutralizadas, essas influências tornar-se-ão cada vez mais
persistentes, podendo constituir-se em um processo obsessivo cruel e
progressivo, capaz de levar o indivíduo até mesmo à loucura.
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