Ninguém precisa
reencarnar... se for perfeito
JORGE LEITE DE OLIVEIRA
jojorgeleite@gmail.com
De Brasília-DF
Amiga leitora e amigo leitor, hoje vou
tratar de um assunto, ainda, tabu para muita gente: a reencarnação.
Não vou citar a conversa de Jesus com
Nicodemos, mestre em Israel, na qual o Cristo lhe diz, claramente, ser
necessário renascer “da água e do espírito” para entrar no Reino dos Céus.
Tampouco vou narrar a passagem bíblica em que Jesus afirma a seus discípulos
que João era Elias que retornava, mas “eles não o reconheceram e lhe fizeram o
que bem entenderam”.
Leia a Bíblia sem preconceito e visão
unilateral e verá ali essas informações e outras mais, que Severino Celestino
da Silva cita em sua tradução desse livro sagrado.
Também não vou citar a grande bibliografia
proveniente de cientistas atuais, alguns deles residindo nos Estados Unidos e
Grã-Bretanha, países que ainda hoje têm muita dificuldade em aceitar a
reencarnação. Faça você mesmo uma pesquisa na internet e, se não for
preconceituoso e mal-intencionado, com certeza ficará surpreendido com as
inúmeras comprovações sobre o assunto nesses e noutros países.
Vou começar com uma pergunta de Kardec n’O livro dos espíritos: questão “166.
Como pode a alma, que não alcançou a perfeição durante a vida corpórea, acabar
de depurar-se?” E a resposta foi a seguinte: “Sofrendo a prova de uma nova
existência”.
Essa resposta deixou perplexo o pesquisador,
pedagogo e escritor reconhecido na França, por ser descendente de família muito
católica, mas depois de muito refletir e constatar que quem a dizia era um
emissário do Cristo, não teve dúvidas em aceitá-la.
Ainda espantado, Kardec torna a perguntar:
questão “167. Qual a finalidade da reencarnação? Resposta: Expiação,
melhoramento progressivo da Humanidade. Sem isso, onde a justiça?” Imagine o
leitor se todos nós estivéssemos sujeitos ao Inferno eterno, pelos erros
praticados numa tão curta existência, por mais anos que se viva aqui na Terra.
Quase ninguém escaparia das chamas eternas.
Nas questões que se seguem, os Espíritos do
Senhor esclarecem, não somente a Kardec, mas a toda a Humanidade, que o
aperfeiçoamento do Espírito ocorre a cada nova existência e que, desde que este
já não possua “impurezas”, não necessitará mais de reencarnar. Ou seja, a
reencarnação é uma demonstração da Justiça de Deus que, como o “Bom Pai”,
sempre permite a seu filho novo retorno à “casa física” para se reabilitar
perante as Suas Sábias Leis que esse filho violou.
Desse modo, pode-se tirar algumas
conclusões: a primeira é a de que como espíritos impuros teremos de voltar à
vida física, em outros corpos, para corrigir nossos erros passados,
aparentemente impunes, pois da Terra não sairemos até que tenhamos resgatado
todos os nossos débitos, como, aliás, foi dito por Jesus.
A segunda conclusão, que serve para
tranquilizar os bons, é a de que, quanto mais aperfeiçoados formos, mais tempo
permaneceremos no Mundo dos Espíritos, onde se pode viver muito mais feliz do
que na vida material, nas “esferas superiores”, em sociedades bem mais justas
do que as da Terra.
A terceira e penúltima conclusão é a de que,
sendo a do Espirito a vida verdadeira,
quanto mais imperfeitos formos, mais vezes teremos de reencarnar, para reparar
nossos erros no corpo físico, e merecer essa vida eterna, embora também tenhamos de ir para regiões espirituais
não muito agradáveis, no intervalo de cada existência. Porém, quando nos
tornarmos puros, ingressaremos, para sempre, nessa vida maravilhosa, onde todos
se amam e se respeitam.
Esses Espíritos superiores só
excepcionalmente, e em missão elevada, reencarnam na Terra. São pessoas
excepcionais, como alguns dos chamados santos, cientistas e filósofos, mas
muitos deles passam quase despercebidos, na Terra, por sua grande humildade e
amor ao próximo, como ocorre com diversas pessoas de nossas próprias famílias.
São homens e mulheres reconhecidos por sua
vida voltada para auxiliar a família, a sociedade e a Humanidade com total
desprendimento das coisas materiais. Podem ser analfabetos, mas, por onde
passam, deixam um rastro de luz e de imensa alegria.
Por vezes, nem mesmo têm religião. Sua
religião é o amor. Se políticos, são extremamente íntegros; se médicos, fazem
da medicina um sacerdócio; se professores, preparam cidadãos e cidadãs de bem e
mais educados do que instruídos; se donas de casa, seu lar é um recanto de paz,
de ventura e bem-estar onde se educam almas para a vida honesta e equilibrada;
se pais, seu senso de responsabilidade, trabalho em prol da casa, educação da
prole, presença familiar, amizade e respeito a toda a família são exemplares;
se operários, seu trabalho é admirado, pelo seu senso de responsabilidade,
dedicação e honestidade. Enfim, são cidadãos e cidadãs do bem, no sentido real
dessa palavra.
Assim, a última conclusão, que tranquilizará
definitivamente os bons, é a de que quando, finalmente, nos tornarmos puros não
mais precisaremos reencarnar, e nosso estado no chamado Céu será definitivo.
Isso não significa que tais seres, também denominados anjos ou santos, não mais
se ocupem dos que ainda estamos presos à
matéria. Tudo, na lei de Deus, é perfeito. Portanto, se desejarmos sair do
“Inferno”, que é aqui mesmo na Terra, para nunca mais aqui reencarnarmos,
basta-nos seguir o conselho de Jesus: “Sede perfeitos...” (Mateus, 5:48).
O grande problema de muitos de nós, como
ocorria com os fariseus da época de Jesus, é que ora adoramos a Deus, ora a
Mamon, que significa, literalmente, “dinheiro”, riqueza material e todas as
suas misérias morais consequentes a esse apego à matéria e ao poder. Por isso,
o Cristo nos dizia: “Não se pode servir a dois senhores. Ou se serve a Deus ou
a Mamon” (Lucas, 16:13).
Quando percebermos que somente uma coisa nos
é necessária: a caridade, no sentido ensinado e vivenciado por Jesus, estaremos
a caminho do Reino de Deus e nunca mais precisaremos voltar ao reino da Terra e
suas misérias morais. Foi por isso que Jesus nos recomendou: amai-vos, tanto
quanto eu vos amo.
Como disse Chico Xavier: “Ninguém pode
voltar atrás e fazer um novo começo; mas qualquer um pode começar agora e fazer
um novo fim”. O nosso grande problema, ainda, é o de receitar isso ao próximo e
viver atendendo às nossas paixões e insaciável desejo de poder e riquezas
temporais, esquecidos de que somos apenas mordomos de Deus, de quem realmente
emana todo o Poder.
A reencarnação não é mais necessária ao
Espírito puro.
Você já se purificou, leitor? Se assim for,
adeus! Um dia nos encontraremos no Céu, quando eu também for perfeito. O modelo
está ao nosso alcance: Jesus Cristo!
Ah! você não quer saber desse assunto sobre
reencarnação, pois se considera um poço de perdição, não quer se melhorar e nem
pensa aqui retornar...
Então, vá pro Inferno!
Post-scriptum
Amigo leitor e leitora amiga, as palavras
acima, da última frase, não são nossas, mas sim do articulista, o nobre
Machado, que após concluída a crônica nos sugeriu acrescentá-las.
Não se magoe, pois, conosco, nem mesmo com o
“Bruxo”, bastante conhecido por suas tiradas irônicas, humorísticas e
satíricas.
Quanto ao restante, somos, sim, “coautores”.
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