Mediunidade:
conceito e tipos
Este
é o módulo 16 de uma série que esperamos sirva aos neófitos como iniciação ao
estudo da doutrina espírita. Cada módulo compõe-se de duas partes: 1) questões
para debate; 2) texto para leitura.
As respostas correspondentes às questões
apresentadas encontram-se no final do texto sugerido para leitura.
Questões para debate
1. O que é um
médium?
2. Como se dá a
percepção das influências espirituais?
3. Como definir o
papel da mente no fenômeno mediúnico?
4. Quais são os
principais tipos conhecidos de mediunidade?
5. Que meio de
comunicação espírita é considerado por Kardec o mais completo?
Texto para leitura
Que é ser médium
1. Todo aquele que
sente, num grau qualquer, a influência dos Espíritos é, por esse fato, médium.
Essa faculdade é inerente ao homem; não constitui, portanto, um privilégio
exclusivo. Por isso, raras são as pessoas que dela não possuam alguns rudimentos.
2. Apesar disso, só
chamamos de médiuns aqueles em que a faculdade mediúnica se mostra
caracterizada e se traduz por efeitos patentes, de certa intensidade, o que
depende de uma organização mais ou menos sensitiva.
3. A percepção das
influências espirituais se dá pelo fenômeno mental da sintonia, ou seja, nossa
mente, sendo um núcleo de forças inteligentes, gera pensamentos plasmados que,
ao se exteriorizarem, entram em comunhão com as faixas de ideias do mesmo teor
vibratório, estabelecendo-se, assim, a sintonia mediúnica. Atraímos os
Espíritos que se afinam conosco, tanto quanto somos por eles atraídos.
Mediunidade e Doutrina Espírita
4. Achando-se a
mente na base de todas as manifestações mediúnicas, é imprescindível enriquecer
o pensamento, incorporando-lhe tesouros morais e culturais. A mediunidade,
pois, não basta por si mesma. Sendo uma faculdade própria da espécie humana,
ela existe desde as épocas mais remotas, mas foi somente na Doutrina Espírita
que encontrou um sentido mais elevado e disciplinado.
5. Como os
historiadores informam, Sócrates referia-se ao amigo invisível que o
acompanhava constantemente. Plutarco reporta-se ao encontro que Bruto teve
certa noite com um de seus perseguidores desencarnados. Pausânias, no templo de
Minerva, em Roma, ali condenado a morrer de fome, aparecia e desaparecia aos
olhares de circunstantes assombrados, durante largo tempo. Nero, nos últimos
dias de seu reinado, viu-se fora do corpo carnal, junto de Agripina e de
Otávia, sua genitora e esposa, ambas assassinadas por sua ordem, a lhe
pressagiarem a queda no abismo.
6. Com o advento do
Cristianismo, a mediunidade atingiu a sublimação com as manifestações
provocadas por Jesus e, mais tarde, por seus apóstolos. E na Idade Média
prosseguiu vitoriosa nos feitos de Francisco de Assis, nas visões de Lutero e
nos desdobramentos de Tereza d’Ávila, para culminar, nos tempos modernos, nas
prodigiosas manifestações de Swedenborg.
7. O dom mediúnico,
por ser uma conquista evolutiva da Humanidade, não deve limitar-se a mera produção
de fenômenos. O médium consciente de seu papel precisa buscar disciplina e
iluminação íntimas, para tornar-se um instrumento de progresso, com vistas à
felicidade própria e coletiva.
Tipos de Mediunidade
8. Geralmente, os
médiuns têm uma aptidão especial para determinados fenômenos, do que resulta
uma variedade muito grande de manifestações. As principais variedades de
médiuns são: médiuns de efeitos físicos, médiuns sensitivos ou impressionáveis,
médiuns audientes, médiuns videntes, médiuns sonambúlicos, médiuns curadores,
médiuns pneumatógrafos e médiuns escreventes ou psicógrafos.
9. Os médiuns de
efeitos físicos são aptos a produzir fenômenos materiais, como o movimento de
corpos inertes, ruídos, pancadas, vozes diretas, materializações, transportes,
etc. A mediunidade de efeitos físicos foi muito comum no surgimento do
Espiritismo, com o objetivo de chamar a atenção dos encarnados para as coisas
do Além, tal como ocorreu em Hydesville e depois na França, em meados do século
passado.
10. Os Espíritos que
se prestam a esse tipo de manifestação geralmente são de pouca evolução. Na
verdade, são mais levianos do que maus, que se riem dos terrores que causam,
agarrando-se a um indivíduo ou a um lugar por mero capricho ou com o propósito
de se comunicarem com certas pessoas, para lhes dar algum aviso ou pedir alguma
coisa.
11. Médiuns
sensitivos ou impressionáveis são as pessoas suscetíveis de sentir a presença
dos Espíritos por uma impressão vaga, por uma espécie de leve roçadura sobre
todos os seus membros, não apresentando caráter bem definido, visto que todos
os médiuns são mais ou menos sensitivos. Esta faculdade pode adquirir tal
sutileza, que aquele que a possui reconhece não só a natureza, boa ou má, do
Espírito que está ao lado, mas até a sua individualidade, como o cego reconhece
a aproximação de tal ou tal pessoa.
12. Os médiuns
audientes ouvem a voz dos Espíritos, algumas vezes uma voz interior, que se faz
ouvir no foro íntimo, doutras vezes uma vez exterior, clara e distinta, qual a
de uma pessoa viva, podendo até realizar conversação com os Espíritos, que
podem ser agradáveis ou desagradáveis, dependendo do nível do Espírito
comunicante.
13. Os médiuns
falantes transmitem a mensagem espírita através da fala. Os Espíritos atuam
sobre o órgão da fala, como atuam sobre a mão dos médiuns escreventes.
14. Os médiuns
videntes são dotados da faculdade de ver os Espíritos. Alguns a possuem no
estado normal, ou seja, acordados, lembrando-se do que viram, outros só a
possuem em estado sonambúlico, ou próximo do sonambulismo, que quase sempre é
efeito de uma crise passageira. Ver os Espíritos durante o sono resulta de uma
espécie de mediunidade, mas não constitui, propriamente falando, o que se chama
vidência.
15. Médium
sonambúlico é aquele que, nos momentos de emancipação, vê, ouve e percebe, fora
dos limites dos sentidos. Muitos sonâmbulos veem perfeitamente os Espíritos e
os descrevem com precisão, como os médiuns videntes. Podem conversar com eles e
transmitir-nos seus pensamentos.
16. Médiuns curadores
são aqueles que têm o dom de curar pelo simples toque, olhar ou imposição das
mãos, sem o uso de medicação. É a ação do magnetismo animal que produz a cura,
mas essa faculdade deve ser classificada como mediunidade porque as pessoas que
possuem esse dom não agem sozinhos, mas auxiliados por Espíritos que se dedicam
a essa tarefa.
17. Médiuns
pneumatógrafos são os que produzem a escrita direta, sem tocarem no lápis ou no
papel. Já os médiuns escreventes ou psicógrafos transmitem a mensagem espiritual
utilizando lápis e papel.
18. Falando sobre a
psicografia, Kardec diz que, de todos os meios de comunicação, a escrita manual
é o mais simples, o mais cômodo e o mais completo. Para esse meio devem tender
todos os esforços, porquanto ele permite se estabeleçam com os Espíritos
relações continuadas e regulares, como as que existem entre nós, e é por ele
que os Espíritos revelam melhor sua natureza e o grau do seu aperfeiçoamento ou
de sua inferioridade.
Respostas às questões propostas
1. O que é um médium?
Todo aquele que
sente, num grau qualquer, a influência dos Espíritos é, por esse fato, médium.
Essa faculdade é inerente ao homem; não constitui, portanto, um privilégio
exclusivo e raras são as pessoas que dela não possuam alguns rudimentos. No
meio espírita, porém, só chamamos de médiuns aqueles em que a faculdade
mediúnica se mostra caracterizada e se traduz por efeitos patentes, de certa
intensidade, o que depende de uma organização mais ou menos sensitiva.
2. Como se dá a percepção das influências espirituais?
A percepção das
influências espirituais se dá pelo fenômeno mental da sintonia, ou seja, nossa
mente, sendo um núcleo de forças inteligentes, gera pensamentos que, ao se
exteriorizarem, entram em comunhão com as faixas de ideias do mesmo teor
vibratório, estabelecendo-se, assim, a sintonia mediúnica. Atraímos os
Espíritos que se afinam conosco, tanto quanto somos por eles atraídos.
3. Como definir o papel da mente no fenômeno mediúnico?
A mente se acha na
base de todas as manifestações mediúnicas. Em face disso é ao médium
imprescindível enriquecer o pensamento, incorporando-lhe tesouros morais e
culturais.
4. Quais são os principais tipos conhecidos de
mediunidade?
As principais
variedades de médiuns são: médiuns de efeitos físicos, médiuns sensitivos ou
impressionáveis, médiuns audientes, médiuns videntes, médiuns sonambúlicos,
médiuns curadores, médiuns escreventes ou psicógrafos e médiuns pneumatógrafos.
5. Que meio de comunicação espírita é considerado por
Kardec o mais completo?
A psicografia.
Nota:
Eis
os links que remetem aos textos
anteriores:
Módulo 1 - http://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com.br/2016/11/iniciacao-ao-estudo-da-doutrina-espirita.html
Módulo 4 - http://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com.br/2016/12/iniciacao-ao-estudo-da-doutrina-espirita.html
Módulo 5 - http://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com.br/2016/12/iniciacao-ao-estudo-da-doutrina-espirita_8.html
Módulo 9 - http://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com.br/2017/01/iniciacao-ao-estudo-da-doutrina-espirita.html
Módulo 10 - http://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com.br/2017/01/iniciacao-ao-estudo-da-doutrina-espirita_12.html
Módulo 11 - http://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com.br/2017/01/iniciacao-ao-estudo-da-doutrina-espirita_19.html
Módulo 12 - http://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com.br/2017/01/iniciacao-ao-estudo-da-doutrina-espirita_26.html
Módulo 13 - http://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com.br/2017/02/iniciacao-ao-estudo-da-doutrina-espirita.html
Módulo 14 - http://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com.br/2017/02/iniciacao-ao-estudo-da-doutrina-espirita_9.html
Módulo 15 - http://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com.br/2017/02/iniciacao-ao-estudo-da-doutrina-espirita_16.html
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