Por que creio na imortalidade da alma
Sir Oliver Lodge
Parte 2
Damos prosseguimento
ao estudo metódico e sequencial do livro Por
que creio na imortalidade da alma, de autoria de Sir Oliver Lodge, de
acordo com a tradução feita por Francisco Klörs Werneck, publicada pela
Federação Espírita do Estado de São Paulo em 1989.
Esperamos que este
estudo constitua para o leitor uma forma de iniciação aos chamados Clássicos do
Espiritismo.
Cada parte compõe-se
de:
- questões preliminares
- texto para
leitura.
As respostas
correspondentes às questões apresentadas encontram-se no final do texto
indicado para leitura.
Questões preliminares
A. Segundo Oliver
Lodge, em que repousa a essência da religião?
B. As inteligências
espirituais podem influenciar o homem?
C. Há nesta obra
alguma referência ao corpo espiritual ou perispírito mencionado na obra de
Kardec?
Texto para leitura
14. Tudo o que
possuímos como prova, acrescenta Lodge, “diz respeito à persistência individual
após a separação de nosso invólucro terrestre”. “Seria, pois, presunção pretender
saber o que nos reservará um futuro algo obscuro e remoto. É, na verdade, um
amanhã sobre o qual não temos necessidade de pensar agora.” (P. 2)
15. “Que nos baste
saber, no momento - conclui Lodge -, que esta vida não é o fim de nossa
individualidade e que, se soubermos utilizá-la com retidão, constituirá ela a
primeira etapa, por muito tempo adiada, de uma tarefa sempre mais efetiva,
tarefa em harmonia com a nossa natureza íntima, equivalente, por consequência,
à liberdade completa.” (P. 2)
16. Afirma Lodge que
foi apenas alguns séculos depois de Copérnico que a ideia da Terra como um
corpo celeste entre uma multidão de outros penetrou na inteligência popular.
Esta grande revolução no pensamento é hoje um fato mais ou menos aceito e
admite-se a existência de uma porção de outros mundos, ao menos no tocante à
constituição material e aos seus movimentos no espaço. (P. 3)
17. Citando o Padre
Tyrell, Oliver Lodge lembra que a essência da religião repousa na crença em um
outro mundo, em uma outra ordem de existência e em nossas tentativas para
entrar em relação com ele. (P. 5)
18. A base de todas
as religiões - diz Lodge - é a crença na existência de um mundo espiritual,
isto é, na existência de inteligências ou seres mais elevados do que o homem.
Quando se admite a existência dessas inteligências, sente-se que elas podem
influenciar e auxiliar-nos. Quando se entrevê a possibilidade de entrar em
relação com elas e obter seu auxílio, torna-se essa crença mais do que
intelectual e desabrocha em forma de religiões mais ou menos perfeitas. (P. 5)
19. Os sábios, no
entanto, reagiram contra essa tendência para o supranormal e alguns vão até ao
desprezo e à condenação dessas experiências, sob a alegação de que estas se
encontram fora da verdadeira ciência, enquanto outros as aceitam, humildemente,
sem buscar pesquisar e compreender. (P. 5)
20. A maioria,
porém, considerando de forma respeitosa e mesmo compassiva a conduta das
pessoas religiosas, é de opinião que essas coisas nada têm a ver com as suas
ocupações profissionais e intelectuais e, sem negá-las, por elas não se
interessam. (P. 5)
21. As negações de
ordem especulativa deveriam ser confirmadas por conhecimentos mais extensos e o
apoio da Ciência, mas, no decurso destes últimos anos, vários daqueles que haviam
consagrado suas vidas aos estudos científicos fixaram a sua atenção sobre
certos fenômenos bizarros e pouco comuns, fenômenos que muitas pessoas
consideram como a demonstração da existência de um mundo invisível e
supranormal, e provavelmente espiritual. (P. 7)
22. Após detido
estudo desses fenômenos, alguns chegaram à conclusão de que a explicação mais
fácil a respeito deles se encontra na hipótese de que nossa existência não é
limitada apenas à Terra e às coisas terrestres, como supomos, e que estamos em
relação e em contato com uma outra espécie de vida. (P. 7)
23. Uma segunda
revolução de Copérnico está assim em curso: a Terra não é mais a morada única
da inteligência. A inteligência penetra e domina o Espaço. Ela é ativa em toda
parte, não está ausente em parte alguma. (P. 7)
24. Parece também
que a vida encarnada, tal como a conhecemos, tem necessidade da substância
complexa a que chamamos protoplasma, à guisa de morada. Essa aglomeração
molecular complexa não se pode formar senão em uma temperatura bastante baixa.
O mesmo se dá com certos átomos de que ela se compõe. (P. 7)
25. A vida na Terra
se acha distinta e evidentemente associada à matéria, em toda a parte que isso
seja possível. Além disso, é possível imaginar uma outra estrutura composta de
éter, tão sólida e substancial quanto a matéria ordinária, com a diferença de
que ela ultrapassa o limite dos nossos sentidos corporais e que não está
sujeita à intervenção muscular direta. (P. 8)
26. O corpo
material, que vemos e tocamos, não é nunca o corpo inteiro. Ele deve possuir
uma contraparte para manter sua entidade. “Em minha opinião - diz Lodge -, a
vida e o Espírito não estão nunca diretamente associados à matéria e não podem
agir senão indiretamente por suas conexões com um veículo etérico que é o seu
real instrumento, um corpo etérico, que, por sua inter-reação, é capaz de
influenciar a matéria.” (P. 9)
Respostas às questões preliminares
A. Segundo Oliver Lodge, em que repousa a essência da
religião?
Evocando o que dizia
o Padre Tyrell, Oliver Lodge diz que a essência da religião repousa na crença
em um outro mundo, em uma outra ordem de existência e em nossas tentativas para
entrar em relação com ele. (Por que creio
na imortalidade da alma, pág. 5.)
B. As inteligências espirituais podem influenciar o
homem?
Oliver Lodge diz que
sim, e não só isso, porque, segundo ele, podem também auxiliar-nos. (Obra
citada, pág. 5.)
C. Há nesta obra alguma referência ao corpo espiritual
ou perispírito mencionado na obra de Kardec?
Sim. Oliver Lodge
diz que o corpo material, que vemos e tocamos, não é nunca o corpo inteiro e
deve possuir uma contraparte para manter sua entidade. “Em minha opinião –
afirma Lodge -, a vida e o Espírito não estão nunca diretamente associados à
matéria e não podem agir senão indiretamente por suas conexões com um veículo
etérico que é o seu real instrumento, um corpo etérico, que, por sua
inter-reação, é capaz de influenciar a matéria.” (Obra citada, pág. 9.)
Nota:
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anterior:
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