O arrependimento e o
perdão
Este
é o módulo 20 de uma série que esperamos sirva aos neófitos como iniciação ao
estudo da doutrina espírita. Cada módulo compõe-se de duas partes: 1) questões
para debate; 2) texto para leitura.
As respostas correspondentes às questões
apresentadas encontram-se no final do texto sugerido para leitura.
Questões para debate
1. Por que perdoar
faz bem?
2. Qual é a maneira
correta de perdoar aos que nos prejudicam?
3. Deus perdoa?
4. Como definir o
arrependimento? Arrependimento e remorso são sinônimos?
5. Existe diferença
entre expiação e reparação?
Texto para leitura
O perdão
1. Muito frequentemente
interpretamos o perdão como sendo simples ato de virtude e generosidade, em
auxílio do ofensor, que passaria a contar com absoluta magnanimidade da vítima.
2. Preciso é
perceber, porém, que, quando conseguimos desculpar o erro ou a provocação de
alguém contra nós, exoneramos o mal de qualquer compromisso para conosco, ao
mesmo tempo que nos desvencilhamos de todos os laços suscetíveis de apresar-nos
a ele.
3. Mágoa retida é
doença para o Espírito, a quem corrói as forças físicas e envenena a alma. É
necessário, para a própria paz, ante quaisquer ofensas, perdoar sempre. Eis por
que Jesus disse a Pedro que não se deveria perdoar apenas sete vezes, mas setenta
vezes sete vezes.
4. Há, porém, duas
maneiras bem diferentes de perdoar.
5. Uma, grande,
nobre, verdadeiramente generosa, sem pensamento oculto, que evita, com
delicadeza, ferir o amor-próprio e a suscetibilidade do adversário, ainda
quando este último nenhuma justificativa possa ter. A outra é aquela em que o
ofendido, ou aquele que tal se julga, impõe ao outro condições humilhantes e
lhe faz sentir o peso de um perdão que irrita, em vez de acalmar. Se estende a
mão ao ofensor, não o faz com benevolência, mas por ostentação, a fim de poder
dizer a toda gente: - Vejam como sou generoso!
6. Nessas
circunstâncias, é impossível uma reconciliação sincera de parte a parte. Não,
não há nesse modo de perdoar qualquer generosidade; há tão somente uma forma de
satisfazer ao orgulho.
7. No convívio
familiar somos, constantemente, chamados a perdoar, porque estamos, muitas
vezes, diante de antigos desafetos de outras encarnações, que se apresentam
hoje sob a forma de cônjuge, filhos ou familiares próximos. Precisamos, por
isso, muito mais de perdão dentro de casa que na arena social, e muito mais de
apoio recíproco no ambiente em que somos chamados a servir, que nas avenidas
rumorosas do mundo.
8. Em auxílio a nós
mesmos, temos necessidade de cultivar compreensão e apoio construtivo, no
amparo sistemático a familiares e vizinhos, chefes e subalternos, clientes e
associados, respeito constante à vida particular dos amigos íntimos, tolerância
para com os entes amados, com paciência e esquecimento diante de quaisquer ofensas
que nos assaltem o coração.
Deus perdoa?
9. Agindo assim,
teremos condições de entender o perdão que Deus confere às suas criaturas,
cientes de que o Criador perdoa concedendo ao devedor prazo ilimitado e
facultando-lhe meios e possibilidades de resgatar o débito. Ora, que mais pode
querer um devedor honesto e probo?
10. O perdão não é,
portanto, uma graça concedida por Deus. Há necessidade do arrependimento com a consequente
rogativa de perdão. O arrependimento é a confissão íntima da violação das leis
morais, revelando-se não só pela insatisfação com o ato praticado, mas pelo
empenho de repará-lo e não mais incidir no mesmo cometimento.
11. O arrependimento
pode dar-se por toda a parte e em qualquer tempo, mas, embora seja o primeiro
passo para a regeneração, por si só não basta. É preciso acrescentar a ele a
expiação e a reparação.
12. O Espiritismo
ensina que o efeito do arrependimento é o de desejar o arrependido uma nova
encarnação para se purificar e na qual possa expiar suas faltas. A concessão
renovadora para o infrator, traduzindo o perdão divino, se efetiva com a
aceitação da programação cármica pelo perdoado.
13. A expiação se
cumpre durante a existência corporal, mediante as provas que o Espírito
enfrenta, e, na vida espiritual, pelos sofrimentos morais por que passa,
inerentes ao seu estado de inferioridade.
A reparação
14. Após a expiação
dos erros passados, vem, finalmente, a reparação, que consiste em fazer o bem
àqueles a quem se fez o mal.
15. Quem não repara
seus erros numa existência, por fraqueza ou má vontade, achar-se-á numa
existência ulterior em contacto com as mesmas pessoas a quem houver
prejudicado, e em condições voluntariamente escolhidas, de modo a
demonstrar-lhes reconhecimento e fazer-lhes tanto bem quanto mal lhes tenha
feito.
16. Praticando o bem
em compensação ao mal praticado, isto é, tornando-se humilde se foi orgulhoso,
amável se foi austero, caridoso se foi egoísta, benigno se foi perverso,
laborioso se foi ocioso, útil se foi inútil, frugal se foi intemperante –
trocando, em suma, por bons os maus exemplos perpetrados, o Espírito
arrependido colhe desse esforço o seu próprio melhoramento e caminha a passos
largos para a perfeição, meta final de todos nós, criaturas de Deus.
Respostas às questões propostas
1. Por que perdoar faz bem?
Perdoar faz bem
porque, quando conseguimos desculpar o erro ou a provocação de alguém contra
nós, exoneramos o mal de qualquer compromisso para conosco, ao mesmo tempo que
nos desvencilhamos de todos os laços suscetíveis de apresar-nos a ele. Mágoa
retida é doença para o Espírito, a quem corrói as forças físicas e envenena a
alma. Por isso é necessário, para a própria paz, ante quaisquer ofensas,
perdoar sempre. Não foi, pois, sem razão que Jesus disse a Pedro que não se
deveria perdoar apenas sete vezes, mas setenta vezes sete vezes.
2. Qual é a maneira correta de perdoar aos que nos
prejudicam?
Há duas maneiras bem
diferentes de perdoar. A maneira nobre, grande, verdadeiramente generosa é a
que se efetiva sem pensamento oculto e evita, com delicadeza, ferir o
amor-próprio e a suscetibilidade do adversário, ainda quando este último
nenhuma justificativa possa ter.
3. Deus perdoa?
É evidente que Deus
perdoa. A própria oração dominical, ensinada por Jesus, fala-nos do perdão de
Deus. Ocorre que o perdão concedido pelo Pai não é exatamente o que o homem
tradicionalmente tem imaginado. Deus perdoa ao devedor concedendo-lhe prazo
ilimitado, meios e possibilidades de resgatar seu débito. Não é, portanto, uma
graça concedida pelo Criador.
4. Como definir o arrependimento? Arrependimento e
remorso são sinônimos?
O arrependimento é a
confissão íntima da violação das leis morais, revelando-se não só pela
insatisfação com o ato praticado, mas pelo empenho de repará-lo e não mais
incidir no mesmo cometimento. O remorso pode levar o indivíduo ao
arrependimento, mas não significa a mesma coisa. O efeito do arrependimento é o
de desejar o arrependido uma nova encarnação para se purificar e na qual possa
expiar suas faltas.
5. Existe diferença entre expiação e reparação?
Sim. A expiação se
cumpre durante a existência corporal, mediante as provas que o Espírito
enfrenta, e, na vida espiritual, pelos sofrimentos morais por que passa,
inerentes ao seu estado de inferioridade. A reparação consiste em fazer o bem
àqueles a quem se fez o mal. Quem não repara seus erros numa existência, por
fraqueza ou má vontade, achar-se-á numa existência ulterior em contato com as
mesmas pessoas a quem houver prejudicado, e em condições voluntariamente
escolhidas, de modo a demonstrar-lhes reconhecimento e fazer-lhes tanto bem
quanto mal lhes tenha feito.
Nota:
Eis
os links que remetem aos 5 últimos textos:
Módulo 15 - http://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com.br/2017/02/iniciacao-ao-estudo-da-doutrina-espirita_16.html
Módulo 16 - http://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com.br/2017/02/iniciacao-ao-estudo-da-doutrina-espirita_23.html
Módulo 17 - http://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com.br/2017/03/iniciacao-ao-estudo-da-doutrina-espirita.html
Módulo 18 - http://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com.br/2017/03/iniciacao-ao-estudo-da-doutrina-espirita_9.html
Módulo 19 - http://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com.br/2017/03/iniciacao-ao-estudo-da-doutrina-espirita_16.html
Como consultar as matérias deste blog? Se você não
conhece a estrutura deste blog, clique neste link: http://goo.gl/OJCK2W, e verá
como utilizá-lo e os vários recursos que ele nos propicia.
|
Nenhum comentário:
Postar um comentário