A Reencarnação
Gabriel Delanne
Parte 2
Continuamos o estudo
do clássico A Reencarnação, de
Gabriel Delanne, de acordo com a tradução feita por Carlos Imbassahy publicada
pela Federação Espírita Brasileira.
Esperamos que este
estudo constitua para o leitor uma forma de iniciação aos chamados Clássicos do
Espiritismo.
Cada parte compõe-se
de:
1) questões preliminares;
2) texto para
leitura.
As respostas
correspondentes às questões apresentadas encontram-se no final do texto
indicado para leitura.
Questões preliminares
A. A ideia das vidas
sucessivas está presente nas Escrituras?
B. Que é que as
fotografias dos fantasmas revelaram?
C. Que é que Charles
Richet e William Crookes detectaram nas aparições?
D. Existe algo
semelhante ao perispírito nos seres inferiores da criação?
Texto para leitura
14. Entre os hebreus
a ideia das vidas anteriores era geralmente admitida, embora apareça de maneira
velada nas Escrituras, como se vê em Isaías (24:19) e Job (14:10 e 14). (PÁG. 22)
15. Nos Evangelhos a
ideia dos renascimentos é mais explícita. Os judeus acreditavam na volta de
Elias, e Jesus mesmo afirmou: "Elias já veio e não o reconheceram". (PÁG.
22)
16. O diálogo com
Nicodemos contém a célebre lição de Jesus: "Em verdade, em verdade vos
digo, ninguém verá o reino de Deus, sem nascer de novo". (PÁG. 23)
17. São Jerônimo diz
que a Palingenesia foi ensinada por muito tempo como uma verdade esotérica e
tradicional. Orígenes a admitia como uma necessidade lógica para a compreensão
da Bíblia. (PÁG. 24)
18. Leibnitz entende
que o princípio inteligente, sob a forma de mônada, pôde desenvolver-se na sequência
animal. Dupont de Nemours, como Leibnitz, supõe que o princípio inteligente
passa por todos os organismos vivos antes de chegar à Humanidade. (PÁG. 26)
19. Foi em 1857 que
Allan Kardec publicou "O Livro dos Espíritos", no qual expõe todas as
razões filosóficas que o conduziram à admissão da teoria das vidas sucessivas,
e é a ele, principalmente, que se deve a propaganda dessa grande verdade nos
países de língua latina. (PÁG. 28)
20. Dr. Gustave
Geley bem como outros cientistas (Dr. Maxwell, Dr. Moutin, De Rochas, Lancelin,
Carreras e Prof. Tummolo) afirmaram sua convicção na doutrina das vidas
sucessivas. (PÁG. 29)
21. Graças à
Sociedade Inglesa de Pesquisas Psíquicas, foi estabelecido que a telepatia é
uma realidade indiscutível, que a clarividência é bem real e que a previsão do
futuro já foi muitas vezes averiguada. (PÁG. 32)
22. O corpo fluídico
da alma, o perispírito, foi suspeitado em todas as épocas: os hindus lhe
chamavam Linga Sharira; os hebreus, Néphesph; os egípcios, Ka ou Bai; os
gregos, Ochéma; Pitágoras, o carro sutil da alma ou Eidolon; o filósofo
Cudworth, o mediador plástico; e os ocultistas, corpo astral. (PÁG. 33)
23. A alma pode sair
do seu corpo físico para mostrar-se ao longe com um segundo corpo idêntico ao
primeiro, e, em certos casos, capaz de gozar temporariamente as mesmas
propriedades. Isto não é teoria: é a própria Natureza que fala, pois as provas
são abundantes. (PÁG. 33)
24. Ressalta da
observação e da experiência que o indivíduo humano é capaz, em circunstâncias
especiais, de separar-se em duas partes: de uma, vê-se o corpo físico,
geralmente inerte, mergulhado em sono profundo, e de outra, um segundo corpo,
duplicata absoluta do primeiro, que age ao longe. (PÁG. 38)
25. Depois da morte,
produzem-se fatos absolutamente semelhantes: as aparições dos defuntos têm
caracteres idênticos às dos fantasmas dos vivos. Delanne explica, nesta obra,
como podemos saber se não se trata de alucinação. (PÁGS. 39 e 40)
26. Os espiritistas
foram os primeiros a organizar sessões experimentais, em determinados lugares e
em dias escolhidos. (PÁG. 42)
27. O Prof. Richet,
em seu "Tratado de Metapsíquica", associa o fantasma materializado à ectoplasmia,
visto que ele não seria mais que um fenômeno de ideoplastia da matéria
exteriorizada pelo médium. Delanne critica essa ideia. (PÁG. 43)
28. Nota-se pelas
fotografias dos fantasmas que eles têm formas reais e possuem, durante a
materialização, todos os caracteres dos seres vivos. (PÁG. 44)
29. William Crookes
diz que Katie King (o Espírito materializado) era mais alta que Florence Cook
(a médium). As orelhas de Katie não são furadas; Florence usa brincos. Katie é
muito branca; Florence é muito morena. (PÁG. 45)
30. Tanto Crookes
quanto Charles Richet cortaram e conservaram os cabelos de uma aparição
materializada. (PÁG. 47)
31. Crookes afirma
que a aparição possui coração e pulmões. Mas o mecanismo fisiológico de Katie
King é diferente do da Srta. Florence Cook. Richet comprovou que a forma
materializada possui circulação, calor próprio e músculos, e exala ácido
carbônico. (PÁG. 48)
32. Diz Crookes que
Katie King, na sua última entrevista, entrou com ele no gabinete da médium e,
inclinando-se sobre esta, tocou-a, dizendo: "Acorde, Florence. É preciso
que eu a deixe agora". A Srta. Cook acordou e, banhada em lágrimas,
suplicou a Katie que ficasse. (PÁG. 49)
33. No livro "O
Trabalho dos Mortos", Dr. Nogueira de Faria diz que muitas vezes a médium
Sra. Prado ficava fechada numa gaiola e os Espíritos se materializavam do lado
de fora. (PÁG. 53)
34. Frederico Figner
viu por várias vezes sua filha Raquel materializada, nas sessões com a Sra.
Prado, realizadas em Belém do Pará. (PÁG. 53)
35. O corpo fluídico
é semelhante, em todos os pontos, e mesmo, anatomicamente, idêntico ao corpo
físico. É um ser de três dimensões, com morfologia terrestre. (PÁG. 53)
36. Crookes não foi
o único a auscultar fantasmas materializados. Dr. Hitchman, antropólogo de
Liverpool, também foi favorecido. O banqueiro Livermore reviu sua companheira
Estela. Lombroso viu sua mãe. (PÁG. 55)
37. O perispírito é
o organizador ao qual a matéria obedece; é a realização física da "ideia
diretora", que Claude Bernard assinala como a verdadeira característica da
vida; e é, ainda, o desenho vital que cada um de nós realiza e conserva durante
toda a existência. (PÁGS. 58 e 59)
38. O ser que nasce
reproduz, durante a vida fetal, todas as formas mais simples que o precederam
em seus ascendentes. O embrião é um testemunho irrecusável de nossas origens.
(PÁG. 61)
39. Uma vez que o
perispírito organiza a matéria, e como esta ressuscita das formas
desaparecidas, é lógico concluir que ele conserva traços desse pretérito e que
ele mesmo, o perispírito, evolveu através de estádios inferiores, antes de
chegar ao ponto mais elevado da evolução. O princípio inteligente teria, pois,
subido lentamente os degraus da série imensa dos seres, antes de desabrochar na
Humanidade. (PÁG. 62)
Respostas às questões preliminares
A. A ideia das vidas sucessivas está presente nas
Escrituras?
Sim; entre os
hebreus a ideia das vidas anteriores era geralmente admitida, embora de maneira
velada. Nos Evangelhos a ideia dos renascimentos é mais explícita. Os judeus
acreditavam na volta de Elias, e Jesus mesmo afirmou: "Elias já veio e não
o reconheceram". O diálogo com Nicodemos contém a célebre lição de Jesus:
"Em verdade, em verdade vos digo, ninguém verá o reino de Deus, sem nascer
de novo". São Jerônimo diz que a Palingenesia foi ensinada por muito tempo
como uma verdade esotérica e tradicional, e Orígenes a admitia como uma
necessidade lógica para a compreensão da Bíblia. (A Reencarnação, cap. I, págs. 22 a 24.)
B. Que é que as fotografias dos fantasmas revelaram?
Que os desencarnados
têm formas reais e possuem, durante a materialização, todos os caracteres dos
seres vivos. Descobriu-se, graças às fotografias, que o corpo fluídico é
semelhante, em todos os pontos, ao corpo físico. É um ser de três dimensões, com
morfologia terrestre. (Obra citada, cap. II, págs. 44 e 53.)
C. Que é que Charles Richet e William Crookes detectaram
nas aparições?
Examinando
detidamente o Espírito materializado de Katie King, Crookes concluiu que a
aparição possuía coração e pulmões. Richet comprovou que a forma materializada
possuía circulação, calor próprio e músculos, e, além disso, exalava ácido
carbônico. (Obra citada, cap. II, págs. 45 a 49.)
D. Existe algo semelhante ao perispírito nos seres
inferiores da criação?
Sim, visto que o ser
humano, ao renascer, reproduz, durante a vida fetal, todas as formas mais
simples que o precederam em seus ascendentes. O embrião é um testemunho
irrecusável de nossas origens. Uma vez que o perispírito organiza a matéria, e
como esta ressuscita das formas desaparecidas, é lógico concluir que ele
conserva traços desse pretérito e que ele mesmo, o perispírito, evolveu através
de estádios inferiores, antes de chegar ao ponto mais elevado da evolução.
(Obra citada, cap. II, págs. 58 a 62.)
Nota:
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