A era espírita
Reendereçamento da crônica machadiana de 7 de junho de 1889 (Gazeta de Notícias)
JORGE LEITE DE OLIVEIRA
jojorgeleite@gmail.com
De Brasília-DF
Não aceito que
me chamem de falso profeta; então, adianto-me na publicação do que ocorrerá, no
Brasil, nos próximos meses: o sapo cururu continuará cantando e a vaca
permanecerá no brejo.
Evoquei
Nostradamus para uma entrevista sobre o futuro brasileiro (daqui do mundo
espiritual também fazemos evocações) e ele me disse que, ou o Brasil acaba com
o jeitinho, ou o jeitinho acaba com o Brasil. O que não pode, mesmo, continuar
é esses para lamentares no comando da situação política do país. O povo precisa
unir-se e dar um basta à corrupção endêmica nacional, que alcançou,
ultimamente, níveis inimagináveis em qualquer republiqueta.
Bilhões foram
pelo ralo da roubalheira crassa e institucionalizada nestas últimas duas
décadas. Com o montante desviado, daria para resolver os problemas da educação,
da saúde, da segurança, no Brasil que, assim, ingressaria na elite das nações
mais desenvolvidas do mundo.
— E qual seria
a causa principal de todo esse descalabro, Machado?
— Uma praga
chamada materialismo. Acabemos com ela e tudo será resolvido. O materialista
utiliza-se de todos os recursos que atraem as almas ingênuas para uma vida
inconsequente.
— Então, que se
deve fazer?
— Investir na
educação do espírito, como um todo: corpo, mente e alma.
Nos cuidados
com o corpo, mostrar à criança e ao jovem a importância de uma vida sadia, pela
prática de esportes, cuidados higiênicos, boa alimentação e atividades
intelecto-morais. No trato da mente, educá-los para uma vida intelectual e
moral elevada, buscando o apoio de uma fé que lhes satisfaça a razão e o
coração. No zelo da alma, fornecer-lhes todos os recursos para o conhecimento
de si, a fim de perceber o outro e desenvolver o gosto pelo bem-estar do
próximo, base para o próprio bem. Valorizar o trabalho, como ocorre em países
como a Dinamarca, nivelar os salários e acabar com as mordomias de agentes e
servidores públicos...
— E que pode o
Espiritismo fazer para contribuir com isso?
— Faço minhas
as palavras de Allan Kardec: “[...] uma nação iniciada no Espiritismo tornar-se-á a mais admirável e a mais
feliz das nações” (Apud FRIGÉRI, Reformador,
maio 2017).
— E que
ganhamos com o estudo do Espiritismo, amigo Machado?
— Meu caro
Joteli, repetindo o Codificador, “[...] quem se der ao trabalho de aprofundar a
questão do Espiritismo encontra nele uma satisfação moral tão grande, a solução
de tantos problemas que inutilmente havia pedido às teorias vulgares; o futuro
se desdobra à sua frente de maneira tão clara, tão precisa e tão lógica, que a
si mesmo confessa a impossibilidade de as coisas realmente não se passarem
assim [...] (op. cit.).
— E como
podemos divulgá-lo melhor, Machado, uma vez que o Espiritismo é a grande
mensagem do Cristo para regeneração da humanidade e extinção do mal na Terra?
—
Proporcionando a todos o “livre-exame”, mas também pelos efeitos elevados sobre
nossa alma que demonstrarmos a todos que nos observam. Espiritismo prático é a
essência de sua propaganda. Por isso, adotou a máxima: “Fora da caridade, não
há salvação” em sua bandeira. E, finalizando, com as palavras de Kardec, “[...]
sua propagada se faz dizendo: vede os prós e os contras; julgai o que melhor
satisfaz o vosso julgamento, o que corresponde melhor às vossas esperanças e
aspirações, o que mais vos toca o coração, e decidi-vos com conhecimento de
causa” (op. cit.).
Conclui Kardec
que, “[...] Bem compreendido, o Espiritismo é, para a vida da alma, o que o
trabalho material é para a vida do corpo. Ocupai-vos dele com esse objetivo e
ficai certos de que quando tiverdes
feito, para o vosso melhoramento moral, a metade do que fazeis para melhorar a
vossa existência material, tereis feito a Humanidade dar um grande passo
(id.).
— Machado, se o
sapo cururu e os seus cúmplices houvessem tido uma educação intelecto-moral,
como a proposta pela Doutrina Espírita, ou eles mudariam de profissão ou
mudariam o Brasil...
— ... O mundo.
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Obrigado, amigo.
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