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sexta-feira, 7 de julho de 2017

Iniciação aos clássicos espíritas





A Crise da Morte

Ernesto Bozzano

Parte 2

Damos continuidade ao estudo do clássico A Crise da Morte, de Ernesto Bozzano, conforme tradução de Guillon Ribeiro publicada em 1926 pela editora da Federação Espírita Brasileira. 
Esperamos que este estudo constitua para o leitor uma forma de iniciação aos chamados Clássicos do Espiritismo.
Cada parte compõe-se de:
1) questões preliminares;
2) texto para leitura.
As respostas correspondentes às questões apresentadas encontram-se no final do texto indicado para leitura. 

Questões preliminares

A. Que informações colhemos no segundo caso relatado por Bozzano?
B. Quem era Jim Nolan e que revelações ele transmitiu?
C. Que diz Bozzano sobre o poder criador do pensamento?
D. De que trata o quarto caso examinado na obra e que informações nele se contêm?

Texto para leitura

17. Segundo caso – Este fato foi tirado do livro From Matter to Spirit, em que a personalidade mediúnica do Dr. Horace Abraham Ackley descreve a maneira pela qual seu Espírito se separou do corpo físico. (P. 27)
18. Transcrita a mensagem, Bozzano observa que, enquanto muitos Espíritos de mortos entram num meio mais ou menos radioso, onde são acolhidos por seus parentes desencarnados, aqui se vê, ao contrário, que o comunicante se encontrou em um meio nuvioso, isto é, nublado, onde foi acolhido amistosamente por dois Espíritos que lhe eram desconhecidos. (P. 29)
19. No caso em apreço, o comunicante afirma ter enfrentado também a experiência da “visão panorâmica” de seu passado, que pareceu aqui ter sido provocada pelos “guias espirituais”, com o fim de predispor o Espírito a uma espécie de exame de consciência. (P. 29)
20. O caso contém, ainda, a narração de um fato de bilocação no leito de morte, seguido do fenômeno consistente na situação que durante algum tempo o desencarnado conservou, pairando por cima do cadáver. (PP. 29 e 30)
21. Terceiro caso – Extraído do livro do Dr. Wolfe: Starling Facts in Modern Spiritualism, este caso apresenta Jim Nolan, o Espírito-guia do célebre médium Sr. Hollis, o qual, havendo sido soldado no curso da Guerra de Secessão da América e morto de tifo num hospital militar, responde a várias perguntas de um experimentador. (P. 31)
22. Jim Nolan disse que, ao entrar no mundo espiritual, parecia-lhe caminhar sobre um terreno sólido, quando encontrou sua avó, que o levou para longe dali, para sua morada. A morada da avó, onde ele repousou e dormiu naquela noite, tinha o aspecto de uma casa. “No mundo dos Espíritos – explicou ele –, há a força do pensamento, por meio do qual se podem criar todas as comodidades desejáveis...” (P. 32) 
23. Esta informação, diz Bozzano, não é apenas um dos detalhes fundamentais a cujo respeito todos os Espíritos estão de acordo; é também a chave que permite explicar e resolver todas as informações e descrições aparentemente absurdas, incríveis ou ridículas dadas pelos Espíritos a respeito da vida espiritual. (PP. 32 e 33)
24. O poder criador do pensamento no meio espiritual é confirmado por fatos que se desenrolam no meio terrestre, onde o pensamento e a vontade são suscetíveis de criar e objetivar as formas concretas das coisas pensadas e desejadas. A diferença entre os dois meios é que, aqui, semelhante criação requer a participação de sensitivos especiais. Bozzano refere-se aos fenômenos de “ideoplastia” ou de “fotografias do pensamento”. (PP. 33 e 34)
25. As personalidades mediúnicas afirmam que as condições de existência espiritual são transitórias e dizem respeito, exclusivamente, à esfera mais próxima do mundo terrestre, isto é, a que se destina aos Espíritos recém-chegados. (P. 35)
26. Temos de reconhecer, diz Bozzano, que um ciclo de existência preparatória passe entre a existência encarnada e a de “puro Espírito”, de maneira a conciliar a natureza, por demais terrestre, do Espírito desencarnado, com a natureza transcendental da existência espiritual propriamente dita. (PP. 35 e 36)
27. O poder criador do pensamento permite obviar a este inconveniente: o Espírito, pensando na forma humana, se veria de novo em forma humana; pensando em estar vestido, achar-se-ia coberto de roupas que, sendo tão etéreas como o seu próprio corpo, lhe pareceriam tão substanciais como as vestes terrenas. É assim que ele encontraria novamente, no mundo espiritual, um meio e uma morada correspondentes a seus hábitos terrestres, morada que lhe preparariam os seus familiares, tornados antes dele à existência espiritual. (P. 36)
28. Jim Nolan passou também pela experiência da “visão panorâmica” de sua vida terrena, mas, em seu caso, o fenômeno se desdobrou sob a forma de “recapitulação de lembranças”. (PP. 36 e 37)
29. Quarto caso – Este fato foi tirado da obra de Mrs. Jessie Platts: The Witness. Trata-se de uma coleção de comunicações mediúnicas muito interessantes, obtidas graças à mediunidade da própria Mrs. Platts, viúva do Reverendo Charles Platts, que teve a infelicidade de perder seus dois filhos na Grande Guerra. As mensagens publicadas provêm do filho mais moço: Tiny, rapaz de 18 anos, morto quando combatia na frente francesa, em abril de 1917. (P. 37)
30. Bozzano transcreveu a mensagem de Tiny, que resume em duas páginas as modalidades essenciais em que se desenrola normalmente a crise da morte para a grande maioria das pessoas. (PP. 38 e 39)
31. O autor assinalou na referida comunicação os seguintes detalhes: a) o fato de os Espíritos desencarnados ignorarem terem morrido; b) o sono reparador, a que estariam sujeitos todos os Espíritos recém-chegados ao mundo espiritual; c) o estado de insulamento em que ficam certos Espíritos, incapazes de perceber a presença dos Espíritos-guias pertencentes a uma hierarquia superior. (PP. 39 a 41)
32. Na mensagem, o Espírito afirmou, como outros já haviam dito, que  não  existem  duas  personalidades espirituais que tenham de atravessar as mesmas experiências após a crise da morte. (P. 42)
33. Esta afirmação, segundo Bozzano, é absolutamente racional. Com efeito, se no mundo dos vivos não há duas individualidades que pensem da mesma maneira; se, pela “lei de afinidade”, todo Espírito gravita no plano espiritual que lhe é próprio; e se o pensamento de cada Espírito cria o seu meio objetivo e subjetivo, é certo que não pode haver duas personalidades espirituais que devam passar pelas mesmas vicissitudes durante o curso da crise da morte. (P. 42)
34. Eis aí uma das causas das pretendidas contradições das “revelações transcendentais”, que cumpre atribuir à variedade infinita dos temperamentos individuais, combinados com o grau evolutivo dos Espíritos. (P. 42) 

Respostas às questões preliminares

A. Que informações colhemos no segundo caso relatado por Bozzano?
Neste caso, o Espírito de Horace Abraham Ackley descreve a maneira pela qual seu Espírito se separou do corpo físico. Enquanto muitos Espíritos de mortos entram num meio mais ou menos radioso, onde são acolhidos por seus parentes desencarnados, o Espírito de Horace se encontrou em um meio nuvioso, isto é, nublado, onde foi acolhido amistosamente por dois Espíritos que lhe eram desconhecidos. Ele disse também haver enfrentado a experiência da “visão panorâmica” de seu passado, que pareceu ter sido provocada pelos “guias espirituais”, com o fim de predispô-lo a uma espécie de exame de consciência. (A Crise da Morte, pp. 27 a 30.) 
B. Quem era Jim Nolan e que revelações ele transmitiu?
Jim Nolan era o Espírito-guia do célebre médium Hollis, o qual, havendo sido soldado no curso da Guerra de Secessão da América e morto de tifo num hospital militar, disse que, ao entrar no mundo espiritual, pareceu-lhe caminhar sobre um terreno sólido, quando encontrou sua avó, que o levou para longe dali, para sua morada. A morada da avó, onde ele repousou e dormiu naquela noite, tinha o aspecto de uma casa. Nolan passou também pela experiência da “visão panorâmica” de sua vida terrena, mas, em seu caso, o fenômeno se desdobrou sob a forma de “recapitulação de lembranças”. (Obra citada, pp. 31 a 37.) 
C. Que diz Bozzano sobre o poder criador do pensamento?
O poder criador do pensamento no meio espiritual é confirmado por fatos que se desenrolam no meio terrestre, onde o pensamento e a vontade são suscetíveis de criar e objetivar as formas concretas das coisas pensadas e desejadas. A diferença entre os dois meios é que, aqui, semelhante criação requer a participação de sensitivos especiais. Bozzano refere-se aos fenômenos de “ideoplastia” ou de “fotografias do pensamento”. O poder criador do pensamento é que explica por que o Espírito, pensando na forma humana, se vê de novo em forma humana, e, pensando em estar vestido, acha-se coberto de roupas que, sendo tão etéreas como seu próprio corpo, lhe parecem substanciais como as vestes terrenas. É desse modo que ele encontra novamente, no mundo espiritual, um meio e uma morada correspondentes a seus hábitos terrestres, morada que lhe preparariam os seus familiares, tornados antes dele à existência espiritual. (Obra citada, pp. 32 a 36.) 
D. De que trata o quarto caso examinado na obra e que informações nele se contêm?
Extraído da obra de Mrs. Jessie Platts: The Witness, trata-se de uma coleção de comunicações mediúnicas obtidas graças à mediunidade da própria Mrs. Platts, viúva do Reverendo Charles Platts, que teve a infelicidade de perder seus dois filhos na Grande Guerra. As mensagens publicadas provêm do filho mais moço: Tiny, rapaz de 18 anos, morto quando combatia na frente francesa, em abril de 1917. Nas revelações feitas pelo rapaz, Bozzano destacou estes pontos: a) o fato de os Espíritos desencarnados ignorarem terem morrido; b) o sono reparador, a que estariam sujeitos todos os Espíritos recém-chegados ao mundo espiritual; c) o estado de insulamento em que ficam certos Espíritos, incapazes de perceber a presença dos Espíritos-guias pertencentes a uma hierarquia superior. (Obra citada, pp. 37 a 42.)

Nota:



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