A Crise da Morte
Ernesto Bozzano
Parte 5
Damos continuidade ao estudo do clássico A Crise da Morte, de Ernesto Bozzano,
conforme tradução de Guillon Ribeiro publicada em 1926 pela editora da Federação
Espírita Brasileira.
Esperamos que este estudo constitua para o leitor
uma forma de iniciação aos chamados Clássicos do Espiritismo.
Cada parte compõe-se de:
1) questões preliminares;
2) texto para leitura.
As respostas correspondentes às
questões apresentadas encontram-se no final do texto indicado para leitura.
Questões preliminares
A. Que detalhes se contêm no décimo
caso deste livro?
B. A dor exagerada dos vivos, ao pé do
leito mortuário, pode prejudicar o desencarnante?
C. Que ensinamentos colhemos no caso
do dr. Scott?
D. Que informações James Blaire
Williams transmitiu?
Texto para leitura
67. Décimo caso – A narrativa que se segue, extraída da revista Light do ano de 1927, foi precedida de
breve nota escrita pelo Sr. David Gow, que esclarece que as mensagens
mediúnicas por ele transcritas foram tiradas de um longo relatório a ele
enviado por um ministro anglicano da Nova Escócia. O Espírito comunicante foi
conhecida personagem americana, que ocupou na Terra alto cargo municipal. (PP.
93 e 94)
68. Eis os detalhes contidos nas
aludidas mensagens : a) o fato de ter o falecido ignorado a sua morte; b) o
encontro com sua esposa desencarnada, que foi quem lhe comunicou a
desencarnação; c) a informação de que os Espíritos dos mortos se tornam
extremamente sensíveis às vibrações dos pensamentos das pessoas que lhes são
caras; d) a confirmação de que no meio espiritual não se usa da palavra para
conversar: os Espíritos percebem os pensamentos nos olhos daquele que com ele
conversa; e) o reencontro com outros parentes e amigos; f) a facilidade de
obtenção dos objetos de que o Espírito necessite: para criá-los, diz o
Espírito, basta pensar neles. (PP. 94 a 96)
69. Bozzano observa ter faltado nestas
mensagens a alusão ao "sono reparador" e à experiência da "visão
panorâmica" dos fatos do passado, tão comuns em outras comunicações
mediúnicas. Lembra ele, porém, que isso não tem nenhuma importância, porque
ninguém afirmou que os Espíritos devam passar pelas mesmas experiências. (P.
97)
70. Outro ponto interessante da
informação espiritual é o que diz que a dor exagerada dos vivos, junto dos
leitos mortuários das pessoas que lhes são caras, constitui obstáculo
intransponível, que impede o morto de entrar em relações psíquicas com os seus
e, por outro lado, exerce influência deplorável sobre as condições do
desencarnado. (PP. 97 e 98)
71. Reconhece Bozzano que tais
afirmações são perfeitamente acordes com as conclusões dos sábios, segundo as
quais tudo o que existe e se manifesta no Universo físico e psíquico pode
reduzir-se, em última análise, a um fenômeno de "vibrações". É, pois,
muito verossímil, inevitável mesmo, que as vibrações inerentes a um estado
d’alma de grande dor sejam penosas para um Espírito que há pouco se libertou do
corpo carnal, retendo-o no meio terrestre. (P. 98)
72. Undécimo caso – Este caso foi desentranhado de um livro publicado
na Inglaterra e intitulado: From Four Who
Are Dead (De Quatro Que Estão Mortos), recebido por uma médium inglesa, a
Sra. C. A. Dawson Scott, que jamais cuidara de pesquisas psíquicas e ignorava
esse gênero de literatura. Além disso, segundo ela mesma conta, não lhe
interessavam os destinos da alma, e a questão da morte lhe era indiferente.
(PP. 98 e 99)
73. Foi uma grande dor que, de súbito,
atingiu a existência ditosa da Sra. Dawson Scott: seu marido, doutor em
Medicina, voltara da guerra em estado de esgotamento nervoso, agravado pelo
fato de haver na sua família uma forma hereditária de hipocondria. Certo dia,
no meio de uma dessas crises, o dr. Scott se suicidou e, em consequência disso,
sua esposa passou a interessar-se pelas experiências mediúnicas realizadas
pelas irmãs Shafto. (PP. 99 e 100)
74. Eis os detalhes colhidos na
mensagem do esposo suicida: a) a informação de que o aspecto das coisas que o
cercavam havia mudado: tudo era diferente e os objetos tinham uma aparência
evanescente, além de serem penetráveis; b) o comunicante transportava-se no
meio espiritual sem caminhar; c) as coisas de que o Espírito necessitava podiam
ser criadas pela força do seu pensamento: ao pensar na roupa que trajava, ele
se via vestido daquele modo, tendo até no bolso os objetos costumeiros; d) ele
se transportava com rapidez no meio espiritual: ao pensar em determinado lugar,
no mesmo instante ali se encontrava; e) o reavivamento progressivo, no meio
espiritual, das faculdades espirituais. (PP. 101 e 102)
75. O Espírito explicou ainda, em sua
comunicação, que o seu alimento era espiritual: "A causa principal de
tantos crimes no mundo dos vivos – isto é, a necessidade que cada um tem de
alimentar-se – não existe aqui. Ou, com maior exatidão, não temos mais necessidade
de alimentar-nos, no sentido preciso do termo, se bem que aqueles dentre nós,
que ainda queiram satisfazer ao prazer de se alimentarem, possam proporcionar a
si mesmo a sensação de que o fazem..." (P. 103)
76. Bozzano destaca, nas citações por ele
feitas, a circunstância de os vivos parecerem sombras ao comunicante, e os
Espíritos, seres substanciais. Conversando com estes últimos, julgara que eles
lhe dirigiam a palavra, quando apenas lhe transmitiam seus pensamentos. (P.
103)
77. Outro ponto importante diz
respeito ao funcionamento habitual e matemático da "lei de
afinidade", que levou o dr. Scott a fazer parte de um grupo de Espíritos
que chegaram ao meio espiritual muito degradados pelo meio terrestre, no qual
não tinham podido desenvolver suas possibilidades intelectuais, sem culpa
deles. (P. 104)
78. Essa circunstância permite
esclarecer o fato de estar o dr. Scott num meio radioso, embora fosse um
suicida. Conquanto ele mesmo não soubesse explicar a razão disso, Bozzano
entende que tal se deu por não caber ao Espírito a responsabilidade da ação
insensata que praticara, resultante de uma enfermidade psíquica hereditária,
conhecida em psiquiatria sob o nome de "melancolia" e que, frequentemente,
termina por um acesso de "loucura do suicídio". (PP. 105 e 106)
79. Duodécimo caso – Extraída de uma brochura intitulada: Blaire’s Letters, communicated by James
Blaire Williams to his mother (Cartas de Blaire, escritas por James Blaire
Williams à sua mãe), a narrativa que se segue mostra a dificuldade que um
Espírito experimenta para se comunicar pelos médiuns. (P. 107)
80. Eis os detalhes contidos nas
diversas mensagens de Blaire, falecido em 1918, aos trinta anos de idade: a) o
fato de não compreender que morrera, nem distinguir claramente o lugar em que
se encontrava no meio espiritual; b) o encontro com seu pai, que o inteirou do
que havia sucedido; c) haver ele passado por um período de sono e de
inconsciência; d) ter experimentado a prova da "visão panorâmica" dos
fatos de sua vida; e) as dificuldades do intercâmbio com os encarnados; f) a
necessidade de comprimir a sua mentalidade, quando se comunicava por um médium,
até ao ponto de reduzi-la às proporções acanhadas dos seres encarnados, o que
limitava enormemente as suas percepções. (PP. 108 a 110)
81. Comentando o assunto, Bozzano diz
que já fora observado, no mundo dos vivos, que na subconsciência humana
existem, em estado latente, maravilhosas faculdades supranormais, capazes de
devassarem o passado, o presente e o futuro, sem nenhuma limitação de tempo,
nem de espaço. Essas faculdades, contudo, aguardam para emergirem,
manifestando-se com toda a eficiência, que o estado de desencarnação do
Espírito não seja inicial e transitório, mas total e definitivo, ou seja,
depois da crise da morte. (PP. 111 e 112)
82. Bozzano cita experiências
efetuadas por dois grupos que se reuniam simultaneamente a 300 milhas um do
outro, em que se concluiu que as personalidades mediúnicas entram num estado de
amnésia parcial ou total no ato de se comunicarem. Como a amnésia decorre da
ação de se comunicar, ela desaparece logo que o Espírito se liberta da
"aura" perturbadora. (PP. 113 e 114)
83. Outro fato destacado pelo autor
diz respeito às impressões descritas pelos Espíritos acerca da experiência
desencarnatória. Os Espíritos declaram que ninguém chega pela mesma porta ao
mundo deles, o que é fácil de explicar, dado que o meio e a existência
espirituais são puramente mentais e que não pode haver, em nosso mundo, duas
individualidades intelectualmente e moralmente idênticas. (PP. 114 e 115)
Respostas às questões preliminares
A. Que detalhes se contêm no décimo caso deste livro?
Extraído da revista Light do ano de 1927, este caso apresenta estas informações: a) o
fato de ter o falecido ignorado sua morte; b) o encontro com sua esposa
desencarnada, que foi quem lhe comunicou a desencarnação; c) a informação de
que os Espíritos dos mortos se tornam extremamente sensíveis às vibrações dos pensamentos
das pessoas que lhes são caras; d) a confirmação de que no meio espiritual não
se usa da palavra para conversar: os Espíritos percebem os pensamentos nos
olhos daquele que com ele conversa; e) o reencontro com outros parentes e
amigos; f) a facilidade de obtenção dos objetos de que o Espírito necessite:
para criá-los, diz o Espírito, basta pensar neles. (A Crise da Morte, pp. 93 a 97.)
B. A dor exagerada dos vivos, ao pé do leito mortuário, pode prejudicar
o desencarnante?
Sim. A dor exagerada dos vivos, junto dos leitos
mortuários das pessoas que lhes são caras, constitui obstáculo intransponível,
que impede o morto de entrar em relações psíquicas com os seus e, por outro
lado, exerce influência deplorável sobre as condições do desencarnado. (Obra
citada, pp. 97 e 98.)
C. Que ensinamentos colhemos no caso do dr. Scott?
Doutor em Medicina, o dr. Scott voltara da guerra
em estado de esgotamento nervoso, agravado pelo fato de haver na sua família
uma forma hereditária de hipocondria. Certo dia, no meio de uma dessas crises,
ele se suicidou e, em consequência disso, sua esposa passou a interessar-se
pelas experiências mediúnicas realizadas pelas irmãs Shafto. Eis os detalhes
colhidos na mensagem do esposo suicida: a) a informação de que o aspecto das
coisas que o cercavam havia mudado: tudo era diferente e os objetos tinham uma
aparência evanescente, além de serem penetráveis; b) o comunicante
transportava-se no meio espiritual sem caminhar; c) as coisas de que o Espírito
necessitava podiam ser criadas pela força do seu pensamento: ao pensar na roupa
que trajava, ele se via vestido daquele modo, tendo até no bolso os objetos
costumeiros; d) ele se transportava com rapidez no meio espiritual: ao pensar
em determinado lugar, no mesmo instante ali se encontrava; e) o reavivamento
progressivo, no meio espiritual, das faculdades espirituais. (Obra citada, pp.
98 a 106.)
D. Que informações James Blaire Williams transmitiu?
Eis os detalhes transmitidos pelo Espírito: a) o
fato de não compreender que morrera, nem distinguir claramente o lugar em que
se encontrava no meio espiritual; b) o encontro com seu pai, que o inteirou do
que havia sucedido; c) haver passado por um período de sono e de inconsciência;
d) ter experimentado a prova da "visão panorâmica" dos fatos de sua
vida; e) as dificuldades do intercâmbio com os encarnados; f) a necessidade de
comprimir a sua mentalidade, quando se comunicava por um médium, até ao ponto
de reduzi-la às proporções acanhadas dos seres encarnados, o que limitava
enormemente as suas percepções. (Obra citada, pp. 107 a 115.)
Nota:
Links que remetem aos textos anteriores:
Parte 1 - https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com.br/2017/06/iniciacao-aos-classicos-espiritas_30.html
Parte 2 - https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com.br/2017/07/iniciacao-aos-classicos-espiritas.html
Parte 3 - https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com.br/2017/07/iniciacao-aos-classicos-espiritas_14.html
Parte 4 - https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com.br/2017/07/iniciacao-aos-classicos-espiritas_21.html
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