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terça-feira, 12 de setembro de 2017

Contos e crônicas



Algumas questões

CÍNTHIA CORTEGOSO
cinthiacortegoso@gmail.com
De Londrina-PR

Se só gosto da cor verde, o que será das outras cores? Quando me defino com uma nacionalidade como me sinto ao desembarcar em terras longínquas e com tanta história conquistada, com sua cultura que me recepciona fraterna e carinhosamente? E se prefiro não compreender ou não aceitar os outros diversos mundos? Se escolho valorizar mais minhas dores e proezas? Quando paro para pensar e desejo mais o passado ou o futuro? Se fecho os olhos para os acontecimentos alheios? Quando delimito minhas capacidades, o que alcanço?
Quantas questões ainda podem ser apontadas e melhoradas no modo de viver. É necessário aprendizado, crescimento, é imprescindível querer crescer. Nosso quintal é o campo imensurável e o teto é o infinito céu. Por que limitarmo-nos se nem o tempo nos encerra? Simplesmente cumprimos etapas e quando pensamos morrer renascemos mais uma vez. Quando me defino de uma pátria, minhas reminiscências me familiarizam com tantas outras terras distantes e também de fronteiras próximas. Somos universais e não de um limitado pedaço de terra num pequenino planeta pertencente ao espaço universal.
Quando valorizo excessivamente minhas conquistas e dores, ao ler os livros sobre história, literatura, ciências e registro dos grandes feitos até agora, não é que o que já vivi não seja importante, mas diante de tantos relevantes acontecimentos e personalidades, sou bem mais aluna primária diante dos doutores da vida. No entanto, minha vivência em melhorar, quiçá me trará o progresso essencial.
E se, ao contrário, defino-me incapaz, quando saberei o que posso conquistar? O meu mundo é do tamanho do meu olhar. Tanto para mim quanto para outrem devem ser ofertados o carinho e a credibilidade ensinando que todo coração bem-intencionado terá sua atitude reconhecida. E todos alcançarão, somos eternidade e luz.
Algo muito importante a ser definido é não definir-se em nada, nem no tempo, nem espaço, nem no amor, nem na vida, já que tudo é constante e todos possuem as oportunidades universais concedidas.
Se prefiro a cor verde é porque as outras cores existem, e se digo preferir esta cor é também por mania de ter de escolher alguma coisa entre outras. Mas se posso gostar de todas as cores, pois todas existem, tão mais completa ficará a visão acrescentada.
Como posso dizer que algo termina ou inicia, é bom ou não, é mais triste que feliz? Sinceramente, não posso, analisando que cada um está num estágio diferenciado. A atitude ainda cruel pode ser a melhor conseguida até agora para alguém, assim como minha boa ação pode ser comum a pessoas já enobrecidas.
Se muito pouco sei, então, que o melhor diante disso é não moldar o mundo, nem delimitar a vida se quase nada sei. O admirável a ser feito é angariar conhecimento e pôr em prática o capítulo de “Conhece-te a ti mesmo”, acredito que isso será um provável bom andamento.
E sobre uma definida, esta sim, certeza é a existência de Algo indefinido, neste caso, por não haver vocabulário terreno capaz sequer de mencionar, mesmo com todo cuidado e primor, a apresentação sobre Deus, mas um fato, para mim, totalmente definido, defino, mesmo precariamente, como Magnificência Absoluta.
E por tão pouco conhecer tudo o que imensuravelmente já existe e por perceber tanto ainda a aprender, recolho-me em silêncio para, dessa forma, conhecer-me um pouco mais e, assim, começar a compreender também o infinito, ver a vida mais do alto e observar mais toda a sua grandeza.

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