Casamento e divórcio
Este é o módulo 49 de uma série que esperamos sirva
aos neófitos como iniciação ao estudo da doutrina espírita. Cada módulo
compõe-se de duas partes: 1) questões para debate; 2) texto para leitura.
As respostas correspondentes às questões
apresentadas encontram-se no final do texto sugerido para leitura.
Questões para debate
1. Como o Espiritismo conceitua o casamento?
2. Que ingrediente fundamental não pode faltar à
união matrimonial?
3. Que pode ocorrer quando a lei de amor não
preside à união dos sexos?
4. Por que existem em nosso mundo ligações
matrimoniais de caráter francamente expiatório?
5. O divórcio contraria a lei divina?
Texto para leitura
No casamento, a lei de amor nem sempre é levada em conta
1. O casamento constitui um dos primeiros atos de
progresso nas sociedades humanas, porque estabelece a solidariedade fraterna.
Embora em condições diversas, o casamento é uma instituição presente entre
todos os povos. Aboli-lo seria, pois, regredir à infância da Humanidade e
colocaria o homem abaixo mesmo de certos animais que nos dão o exemplo de
uniões constantes.
2. Na união dos sexos, ensina o Espiritismo, a par
da lei divina material, comum a todos os seres vivos, há outra lei divina,
imutável como todas as leis de Deus e exclusivamente moral: a lei de amor. Quis
Deus que os seres se unissem não só pelos laços da carne, mas também pelos da
alma, a fim de que a afeição mútua dos cônjuges se transmitisse aos filhos e
fossem dois, e não um somente, a amá-los, a cuidar deles, a fazê-los progredir.
3. Nas condições ordinárias do casamento, a lei de
amor infelizmente nem sempre é tida em consideração. Muitas uniões ocorrem no
mundo tão somente por interesse, sem levar em conta a afeição dos seres, o que
explica por que muitos casamentos se desfazem em pouco tempo.
4. Evidentemente, nem a lei civil nem os
compromissos contraídos por força da legislação humana podem suprir a lei de
amor, se esta não presidiu à união, de que resultam uniões infelizes que muitas
vezes acabam tornando-se criminosas, dupla desgraça que se evitaria se, ao
estabelecerem-se as condições do matrimônio, não se abstraísse da única que o
sanciona aos olhos de Deus, que é a lei de amor.
5. Não se deduza disso que seja supérflua a lei
civil e que devemos volver aos casamentos segundo a natureza. A lei civil tem
por fim regular as relações sociais e os interesses da família, de acordo com
as exigências da civilização. Ela é, portanto, útil e necessária, conquanto
variável, mas nada absolutamente se opõe a que seja um corolário da lei de
Deus.
Casamento é compromisso e gera, por isso, responsabilidade
6. Segundo o ensino espírita, caracteriza-se o
estado moral de um povo pelas uniões que se fazem rápidas, em decadência, ou
demoradas, num processo de ascensão tipificando a emotividade que rege a
convivência ética das criaturas. O matrimônio, vê-se logo, tem papel
preponderante na formação da comunidade.
7. Se a união das pessoas pelos laços do
matrimônio é determinada por interesses materiais, pelo furor das paixões ou
pelo jogo das conveniências, estaremos diante de uma realização fadada ao
fracasso, porquanto a lei de amor não foi aí cogitada. Essas ligações, com o decorrer
do tempo, passadas as ilusões dos primeiros momentos, permitirão que entre os
cônjuges se estabeleçam antipatias mútuas que, com o desgaste natural, se
cristalizarão em relações inamistosas.
8. A satisfação pura e simples dos instintos, no
matrimônio, leva os cônjuges a uma saturação recíproca e a um isolacionismo que
deterioram em pouco tempo o relacionamento conjugal, fazendo que o casamento
decline e se degrade. É indispensável construir uma consciência responsável por
meio da educação moral, doméstica e social das criaturas, para que o matrimônio
mereça um pouco mais de respeito, antes de se assumir o compromisso que,
contraído por leviandade, logo se dissolverá.
9. Casamento é compromisso, e compromisso –
lembra-nos Emmanuel – gera responsabilidade. Antes de optarem por dar um passo
tão sério, o homem e a mulher devem refletir maduramente, para que não venham a
sofrer, evitando, desse modo, que sofram as pessoas a eles ligadas. A grande
vítima das uniões precipitadas acaba sendo a sociedade e todos os que a formam,
principalmente os filhos, vítimas indefesas da leviandade e da precipitação de
adultos malformados.
10. Os filhos – indivíduos que retornam à vida
corpórea para recuperarem oportunidades que se foram ao longo das existências –
necessitam que seus pais deem exemplos de moralidade, devotamento e equilíbrio.
É fundamental que os casais entendam isso e se compenetrem dos deveres que
assumiram perante a prole, perante Deus e perante si mesmos.
A lei do divórcio não é contrária à lei divina
11. A lei de amor, que deve sempre reger as
ligações matrimoniais, permite que os indivíduos se procurem e se escolham, mas
exige também que se respeitem e se apoiem ante as provas e dificuldades da
vida. O casamento ou a união permanente de dois seres implica o regime de
vivência pelo qual duas criaturas se confiam uma à outra, no campo da
assistência mútua. Imperioso, portanto, que a ligação se baseie na
responsabilidade recíproca, uma vez que na comunhão sexual um ser se entrega ao
outro e, em face disso, não deve haver qualquer desconsideração entre eles.
12. Os débitos contraídos por legiões de
companheiros, portadores de entendimento verde para os temas do amor,
determinam a existência de milhões de uniões supostamente infelizes, nas quais
a reparação de faltas passadas confere a numerosos ajustes sexuais, acobertados
ou não pela lei humana, o aspecto de ligações francamente expiatórias. Decorre
daí a importância dos conhecimentos alusivos à reencarnação e do pleno
exercício da lei de amor no recesso do lar, para que este não se converta, de
bendita escola que é, em pouso neurótico a albergar moléstias mentais
dificilmente reversíveis.
13. É fácil compreender que, sem entendimento e
respeito, conciliação e afinidade espiritual, se torna difícil o êxito no
casamento, porquanto somos defrontados em família por provas e crises inúmeras,
nas quais nos inquietamos e gastamos tempo e energia para ver a parentela na
trilha que entendemos ser a mais certa.
14. Essas crises, em muitas ocasiões, acabam
redundando no divórcio, uma medida criada pelos homens cujo objetivo é separar
legalmente o que de fato já está separado.
15. O divórcio, se adotado como medida extrema que
evite um dano maior à família, não é contrário à lei divina, porquanto apenas
reforma o que os indivíduos fizeram e só se aplica nos casos em que, na união
conjugal, não se levou em conta a lei de amor. É por isso que nem mesmo Jesus
consagrou a indissolubilidade absoluta do casamento, visto que em caso de
adultério, conforme registra o Evangelho segundo Mateus (cap. 19, versículos 3
a 9), o próprio Mestre admitia que a pessoa lesada desse à outra a carta de
separação.
Respostas às questões propostas
1. Como o Espiritismo conceitua o casamento?
O casamento constitui um dos primeiros atos de
progresso nas sociedades humanas, porque estabelece a solidariedade fraterna.
Aboli-lo seria regredir à infância da Humanidade e colocaria o homem abaixo
mesmo de certos animais que nos dão o exemplo de uniões constantes.
2. Que ingrediente fundamental não pode faltar à união matrimonial?
O ingrediente que na pode faltar à união
matrimonial é o amor. Deus quer que os seres se unam não só pelos laços da
carne, mas também pelos da alma, a fim de que a afeição mútua dos cônjuges se
transmita aos filhos e sejam dois, e não um somente, a amá-los, a cuidar deles,
a fazê-los progredir.
3. Que pode ocorrer quando a lei de amor não preside à união dos sexos?
A consequência disso são as uniões infelizes que
muitas vezes acabam tornando-se criminosas, dupla desgraça que se evitaria se,
ao estabelecerem-se as condições do matrimônio, não se abstraísse da única que
o sanciona aos olhos de Deus, que é a lei de amor.
4. Por que existem em nosso mundo ligações matrimoniais de caráter
francamente expiatório?
São os débitos contraídos por legiões de
companheiros, portadores de entendimento verde para os temas do amor, que
determinam a existência de milhões de uniões supostamente infelizes, nas quais
a reparação de faltas passadas confere a numerosos ajustes sexuais, acobertados
ou não pela lei humana, o aspecto de ligações francamente expiatórias.
5. O divórcio contraria a lei divina?
Não. O divórcio, se adotado como medida extrema
que evite um dano maior à família, não é contrário à lei divina, porquanto
apenas reforma o que os indivíduos fizeram e só se aplica nos casos em que, na
união conjugal, não se levou em conta a lei de amor. É por isso que nem mesmo
Jesus consagrou a indissolubilidade absoluta do casamento, visto que em caso de
adultério, conforme registra o Evangelho segundo Mateus (cap. 19, versículos 3
a 9), o próprio Mestre admitia que a pessoa lesada desse à outra a carta de
separação.
Nota:
Eis os links que remetem aos 3
últimos textos:
Módulo 46 - https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com.br/2017/09/iniciacao-ao-estudo-da-doutrina-espirita_21.html
Módulo 47 - https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com.br/2017/09/iniciacao-ao-estudo-da-doutrina-espirita_28.html
Módulo 48 - https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com.br/2017/10/iniciacao-ao-estudo-da-doutrina-espirita.html
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