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domingo, 19 de novembro de 2017

Reflexões à luz do Espiritismo





Esquizofrenia

Seria a esquizofrenia resultado de uma má influência espiritual, de um processo obsessivo, ou apenas uma enfermidade de natureza genética?
Antes de tudo, é bom esclarecer que a esquizofrenia não tem, em princípio, relação alguma com o fenômeno da obsessão. Segundo o Instrutor Calderaro, originando-se de sutis perturbações do organismo perispirítico, a esquizofrenia traduz-se no corpo físico por surpreendente conjunto de moléstias variáveis e indeterminadas. Seria essa a principal característica da enfermidade – a diversidade de moléstias variadas e indeterminadas. (No Mundo Maior, obra mediúnica de autoria de André Luiz, psicografada pelo médium Chico Xavier, cap. 12, pp. 169 e 170.)
Pensamento semelhante foi exposto em artigo publicado na revista O Consolador pelo confrade e médico Leonardo Machado, radicado no Recife (PE). Segundo ele, embora seja discutida como se fosse uma doença única, a esquizofrenia pode ser considerada como uma síndrome heterogênea, ou ainda, como um grupo de transtornos com causas heterogêneas. A sua história pode ser considerada a história da própria psiquiatria, uma vez que a quantidade de estudiosos dessa enfermidade é vasta. Nesse contexto, o psiquiatra francês Benedict Morel (1809-1873) foi quem primeiro se utilizou do termo démense precoce, o qual seria latinizado, mais tarde, por Emil Kraepelin (1856-1926) como dementia precox. Coube, porém, ao suíço Eugen Bleuer, em 1911, a criação do termo “esquizofrenia”, que indica a presença de um cisma entre pensamento, emoção e comportamento (esquizo = cisão, frenia = mente). Para ler na íntegra o artigo citado, clique neste link: http://www.oconsolador.com.br/25/leonardo_machado.html
Em setembro de 2011, durante seminário realizado pela Associação Médico-Espírita do ABC, em São Bernardo do Campo (SP), o dr. Roberto Lúcio Vieira, então diretor clínico do Hospital Espírita André Luiz, de Belo Horizonte (MG), e vice-presidente da Associação Médico-Espírita do Brasil (AME-Brasil), apresentou o caso de um paciente internado com esquizofrenia grave que passou por um processo de regressão espontânea, o que trouxe dados importantes para a compreensão das enfermidades mentais do ponto de vista espiritual. Como causas gerais da esquizofrenia, foram apontadas então alterações energéticas, herança genética, comprometimentos graves do espírito em vida pretérita, muitas vezes com abuso da inteligência, homicídio ou mesmo o suicídio, e ainda fatores exógenos como químicos, traumáticos e sociofamiliares. Segundo o Dr. Roberto, nem todo doente mental fica enfermo pela ação espiritual, mas esta sim pode agravar quadros mentais. Eis o link que remete à matéria – http://www.oconsolador.com.br/ano5/227/especial2.html
Em entrevista concedida durante um programa de Hebe Camargo, na TV Bandeirantes, no dia 20 de junho de 1985, Chico Xavier respondeu a um questionamento feito pela convidada Nair Belo, no qual o saudoso médium referiu-se também ao tema de que tratamos.
Nair Belo perguntou-lhe se um filho excepcional é um carma ou uma prova para os pais. Chico Xavier assim respondeu:
“Nair, a criança excepcional sempre me impressionou pelo sofrimento de que ela é portadora, não somente em se tratando dela mesma, mas, também, dos pais e isso tem sido o tema de várias conversações minhas com o nosso Emmanuel, que é o guia espiritual de nossas tarefas. E ele, então, diz que, regra geral, a criança excepcional é o suicida reencarnado, reencarnado depois de um suicídio recente, porque a pessoa, quando pensa que se aniquila, está apenas estragando ou perdendo a roupa que a Providência Divina permite de que ela se sirva durante a existência, que é o corpo físico.
A verdade é que ela em si é um corpo espiritual; então, os remanescentes do suicídio acompanham a criatura que praticou a autodestruição para a vida do Mais Além. Lá ela se demora algum tempo amparada por amigos que toda criatura tem, afeições por toda parte, mas volta à Terra com os remanescentes que ela levou daqui mesmo, após o suicídio.
Se uma pessoa espatifou o crânio e se o projétil atingiu o centro da fala, ela volta com a mudez. Se atingiu apenas o centro da visão, ela volta cega, mas se atingiu determinadas regiões mais complexas do cérebro, ela vem em plena idiotia e aí os centros fisiológicos não funcionam. Se ela suicidou-se mergulhando-se em águas profundas, ela vem com a disposição para o enfisema, um enfisema infantil ou da mocidade, ou dos primeiros dias de vida. Se ela, por exemplo, se enforcou, ela vem com a paraplegia, depois de uma simples queda que toda criança cai do colo da ama, do colo da mãezinha; então, quando o processo é de enforcamento, a vértebra que foi deslocada, no enforcamento, vem mais fraca e, numa simples queda, a criança é acometida pela paraplegia.
Outras crianças que vêm completamente perturbadas – a esquizofrenia, por exemplo, diz-se que é o suicídio, depois do homicídio. O complexo de culpa adquire dimensões tamanhas que o quimismo do cérebro se modifica e vem a esquizofrenia como uma doença verificável, porque através dos líquidos expelidos pelo corpo é possível detectar os princípios da esquizofrenia.” 
Eis o link que remete à entrevista - http://www.oconsolador.com.br/ano6/268/umminutocomchico.html
Como dissemos inicialmente, não existe, em princípio, relação entre obsessão e esquizofrenia, mas um processo obsessivo de longo curso pode levar, sim, o obsidiado à esquizofrenia. Pelo menos é o que Dr. Bezerra de Menezes informou ao referir-se ao caso Ester, personagem central do livro Grilhões Partidos, obra de Manoel Philomeno de Miranda, psicografada pelo médium Divaldo Franco.
De acordo com o cap. XXIII, item 254, d´O Livro dos Médiuns, a subjugação corporal pode ter como consequência uma espécie de loucura, cuja causa o mundo desconhece e que não tem relação alguma com a loucura ordinária. Esse era o caso da jovem Ester. Se o socorro divino não a alcançasse imediatamente, a subjugação espiritual a conduziria “a uma situação esquizofrênica com possibilidades irreversíveis”, afirmou o venerável benfeitor espiritual. (Grilhões Partidos, cap. 13, pp. 115 e 116.)
Sobre o assunto sugerimos aos interessados que leiam também o interessante artigo intitulado “Esquizofrenia”, assinado por Ricardo Orestes Forni e publicado na revista O Consolador. Eis o link que remete ao texto do artigo: http://www.oconsolador.com.br/ano7/327/ricardo_forni.html




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