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quinta-feira, 8 de fevereiro de 2018






Sensações e percepções dos Espíritos

Este é o módulo 66 de uma série que esperamos sirva aos neófitos como iniciação ao estudo da doutrina espírita. Cada módulo compõe-se de duas partes: 1) questões para debate; 2) texto para leitura.
As respostas correspondentes às questões apresentadas encontram-se no final do texto sugerido para leitura. 

Questões para debate

1. É correto dizer que o Espírito é um ser imaterial?
2. As sensações e percepções dos Espíritos variam de indivíduo para indivíduo?
3. O estado de encarnado amplia ou reduz as percepções do Espírito?
4. Por que o Espírito desencarnado tem sensações, como as de dor e de frio, típicas dos indivíduos encarnados?
5. Os sofrimentos por que passamos podem ser evitados? 

Texto para leitura

Espírito não é um ser imaterial, mas incorpóreo
1. Em resposta à questão n. 82 de O Livro dos Espíritos, os imortais disseram, a respeito da natureza do Espírito, que o vocábulo imaterial não seria o mais apropriado para defini-lo. Incorpóreo, sim, esse seria o termo mais exato, porque o Espírito, sendo o resultado de uma criação, há de ser alguma coisa. A substância que o constitui é, contudo, tão etérea que escapa inteiramente ao alcance dos nossos sentidos. 
2. Em face da informação acima, deduz-se que as sensações e percepções dos Espíritos são diferentes, conforme o seu grau evolutivo e o estado de encarnação ou desencarnação em que se encontrem. É preciso, portanto, para melhor compreender as nuanças desse fato, lembrar as condições em que vivem os Espíritos no plano carnal e no plano espiritual, como adiante veremos.
3. Há no homem três elementos: 1º. a alma ou Espírito, princípio inteligente, sede do senso moral; 2º. o corpo material, invólucro grosseiro, de que o Espírito se reveste temporariamente, em cumprimento de certos desígnios providenciais; 3º. o perispírito, envoltório fluídico semimaterial, que serve de ligação entre a alma e o corpo. 
4. Durante a vida corpórea, o corpo recebe impressões exteriores e as transmite ao Espírito por intermédio do perispírito. As percepções e sensações ficam, por causa disso, sensivelmente reduzidas, porquanto, isolado na concha milagrosa do corpo, o Espírito está reduzido em suas percepções aos limites que se fazem necessários. Por exemplo, ninguém, salvo em casos especiais, tem acesso fácil às lembranças de suas existências passadas.
5. Afirma Emmanuel que a esfera sensorial funciona, para o Espírito, à maneira de câmara abafadora. Visão, audição, tato padecem enormes restrições. O cérebro físico é como um gabinete escuro, proporcionando-lhe ensejo de recapitular e reaprender. Conhecimentos adquiridos e hábitos profundamente arraigados aí jazem na forma estática de intuições e tendências. 

Logo após a desencarnação, muitos ignoram o fato
6. No plano espiritual, a situação se modifica inteiramente. Ensina o Espiritismo que, por ocasião da morte, o perispírito se desprende mais ou menos lentamente do corpo e, por isso, durante os primeiros minutos após a desencarnação, o Espírito não encontra explicação para a situação em que se acha. Crê não estar morto, porque se sente vivo. Vê a um lado o corpo material e sabe que lhe pertence, mas não compreende que esteja separado dele. Essa situação dura enquanto haja ligação entre o corpo e o perispírito. 
7. Esse fato leva muitas vezes o Espírito a ter sensações de dor, frio, calor e a sentir, algumas vezes, até os vermes corroerem o seu corpo físico em decomposição. Ora, sabemos que os vermes não lhe roem o perispírito, do mesmo modo que ele não está mais sujeito às sensações físicas de frio, calor e dor. É que, não sendo completa a separação entre o corpo e o perispírito, existe uma repercussão moral que transmite ao Espírito ocorrências dessa natureza. 
8. Inúmeras vezes já não existe ligação entre o corpo e o perispírito, pois o primeiro já se decompôs, e no entanto a lembrança e a sensação do fato ocorrido repercutem por muitos anos, mantendo a impressão de que aquele fato se dá na atualidade. 
9. Há, por outro lado, Espíritos detentores de maior grau de evolução que se tornam inacessíveis às sensações mencionadas. Seu perispírito menos denso e as percepções mais apuradas não permitem que se dê a repercussão de sensações tipicamente materiais. 

Muitos sofrimentos são ocasionados por nós mesmos
10. Os sofrimentos deste mundo – ensina Kardec – independem, algumas vezes, de nós, mas em muito maior número são devidos à nossa vontade. Remontemos à origem deles e veremos que a maior parte dos nossos sofrimentos são a consequência de causas que poderíamos ter evitado. 
11. Quantos males, quantas doenças, quantas aflições não deve o homem aos seus excessos, à sua ambição, numa palavra: às suas paixões? Aquele que vivesse com sobriedade, que de nada abusasse, que fosse sempre simples nos gostos e modesto nos desejos, a muitas tribulações se forraria. Dá-se o mesmo com o Espírito. Os sofrimentos por que passa são sempre a consequência da maneira por que viveu na Terra. 
12. Certamente, no plano espiritual, não sofrerá mais de gota, nem de reumatismo, mas experimentará outros sofrimentos que nada ficam a dever àqueles. Seu sofrer resulta dos laços que ainda o prendem à matéria. Quanto mais livre estiver da influência desta, menos sensações dolorosas experimentará. Está, pois, nas suas mãos libertar-se de tal influência desde a vida atual.
13. Domando suas paixões animais; não alimentando ódio nem inveja, nem ciúme, nem orgulho; não se deixando dominar pelo egoísmo; purificando-se, nutrindo bons sentimentos, praticando o bem; não ligando às coisas deste mundo importância que não merecem – o Espírito, ainda que revestido do invólucro corporal, já estará depurado, já estará liberto do jugo da matéria e, sendo assim, quando deixar esse invólucro, não mais lhe sofrerá qualquer influência.

Respostas às questões propostas

1. É correto dizer que o Espírito é um ser imaterial?
Não. Na questão n. 82 de O Livro dos Espíritos está dito, a respeito da natureza do Espírito, que o vocábulo imaterial não seria o termo mais apropriado para defini-lo. Incorpóreo, sim, esse seria o termo mais exato, porque o Espírito, sendo o resultado de uma criação, há de ser alguma coisa. A substância que o constitui é, contudo, tão etérea que escapa inteiramente ao alcance dos nossos sentidos.
2. As sensações e percepções dos Espíritos variam de indivíduo para indivíduo?
Sim. As sensações e percepções dos Espíritos variam de acordo com o seu grau evolutivo e o estado de encarnação ou desencarnação em que se encontrem.
3. O estado de encarnado amplia ou reduz as percepções do Espírito?
Reduz as percepções aos limites que se fazem necessários. É por isso que ninguém, salvo em casos especiais, tem acesso fácil às lembranças de suas existências passadas.
4. Por que o Espírito desencarnado tem sensações, como as de dor e de frio, típicas dos indivíduos encarnados?
É que, não estando completa a separação entre o corpo e o perispírito, existe uma repercussão moral que transmite ao Espírito ocorrências dessa natureza. Há ainda casos em que já não existe ligação entre o corpo e o perispírito, pois o primeiro já se decompôs, e no entanto a lembrança e a sensação do fato ocorrido repercutem por muitos anos, mantendo a impressão de que aquele fato se dá na atualidade.
5. Os sofrimentos por que passamos podem ser evitados?
Os sofrimentos deste mundo independem, algumas vezes, de nós, mas em muito maior número são devidos à nossa vontade. Remontemos à origem deles e veremos que a maior parte dos nossos sofrimentos são a consequência de causas que poderíamos ter evitado. Quanto a esses, portanto, pode-se dizer que é possível, sim, ao ser humano evitá-los.  


Bibliografia:
O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec, itens 82 e 257. 
O Livro dos Médiuns, de Allan Kardec, item 54.
Roteiro, de Emmanuel, pág. 15. 

Nota:
Eis os links que remetem aos 3 últimos textos:




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