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terça-feira, 6 de fevereiro de 2018





Uma crônica sobre a luz

CÍNTHIA CORTEGOSO
cinthiacortegoso@gmail.com
De Londrina-PR

Também através da cortina, do menor pontinho ou vão, dos pequeninos lugares imperceptíveis, a luz sempre chegará. É um fato inquestionável, é luz onde quer que seja. Aguardamos a manhã para a solução dos problemas, pois à noite tudo parece mais sério. A luz é a alegria na face e a calma no coração. O choro é sempre mais sentido e triste na escuridão da madrugada.
Mesmo com o brilho da lua, o topo da montanha parece mais alto e assustador do que sua natural realidade; já pela manhã, o mesmo topo transforma-se em admiração por sua proximidade com o céu, propício santuário para meditação. E na mesma estrada durante a noite, o viajor torna-se tão mais alerta diante da imagem com que se depara e com os sons ouvidos. Natural como o desconhecido frente a nós.
Os sons, à noite, possuem mais murmúrios que o movimento à tarde sob a claridade do sol; as dores são menos assustadoras durante o dia, e dores menores são mais profundas à noite. A fome é mais dura, a sede é mais seca, o frio é mais congelante após as dezoito. Porém, a luz sempre estará presente e nos abraça tão prontamente já logo de manhãzinha. O bebê sorri mais quando a manhã nasce.
E os girassóis continuarão a existir porque a luz é eterna e sempre será luz e quanto mais houver da sua aproximação, as dores vão dissipar-se e o entendimento trará sentido de que a escuridão é iluminada, mas a luz nunca se tornará escuridão.

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