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sexta-feira, 1 de junho de 2018




A Alma é Imortal

Gabriel Delanne

Parte 10


Continuamos o estudo do clássico A Alma é Imortal, de Gabriel Delanne, conforme tradução de Guillon Ribeiro, publicada pela Federação Espírita Brasileira. 
Esperamos que este estudo sirva para o leitor como uma forma de iniciação aos chamados Clássicos do Espiritismo.
Cada parte do estudo compõe-se de:
a) questões preliminares;
b) texto para leitura.
As respostas às questões propostas encontram-se no final do texto indicado para leitura.  

Questões preliminares

A. Que é preciso para a alma desprender-se?
B. Que fenômenos foram assinalados na vida de Afonso de Liguori, Antônio de Pádua e Maria de Agreda?
C. Há relatos confiáveis dando conta de que as aparições produzem impressões sobre os animais?

Texto para leitura

100. Refere Leuret, na obra Fragmentos psicológicos sobre a loucura, que um homem convalescente de grave febre se julgava formado de dois indivíduos, um dos quais se encontrava de cama, enquanto o outro passeava. Pariset, que fora atacado, quando jovem, de um tifo epidêmico, passou muitos dias num aniquilamento próximo da morte. Certa manhã, despertou feliz e, coisa maravilhosa, julgava ter dois corpos, que pareciam deitados em leitos diferentes. (Pág. 113)
101. Cahagnet, o célebre magnetizador, diz ter conhecido muitas pessoas com quem se deram fatos desses - desdobramentos - que, diz ele, são muito frequentes em estado de doença. (Pág. 113)
102. Observa Delanne que, de modo geral, os relatos mostram que para a alma desprender-se é preciso que o corpo esteja mergulhado em sono, ou que os laços que a prendem ao corpo se hajam afrouxado por uma emoção forte ou por doença. As práticas magnéticas ou os agentes anestésicos acarretam também, por vezes, os mesmos resultados. (Pág. 114)
103. Outra constatação importante, resultante dos exemplos citados, é que a forma visível da alma é cópia absolutamente fiel do corpo terrestre. A identidade entre a pessoa e seu duplo é completa, e não se limita à reprodução dos contornos exteriores do ser material, pois que alcança até a íntima estrutura perispirítica, ou seja, todos os órgãos do ser humano existem na sua reprodução fluídica. (Pág. 114)
104. Em seu livro A Humanidade Póstuma, Dassier relata o caso de uma mulher que procurou um adivinho que vivia recluso, nas cercanias de Filadélfia (EUA), com o objetivo de obter notícias de seu marido, um capitão de navio que partira para longa viagem pela Europa e pela África. O adivinho adormeceu num aposento contíguo ao da consulta e, desdobrando-se, encontrou o capitão num café em Londres, colhendo a informação de que em breve ele regressaria ao lar. De volta a casa, o marinheiro confirmou ter-se encontrado realmente com o adivinho em Londres. (Págs. 115 e 116)
105. Delanne encerra o capítulo transcrevendo um caso de desdobramento provocado relatado na Revista Espírita de 1858 e o conhecido episódio que se deu com Afonso de Liguori, constante do livro A História Geral da Igreja, escrita pelo barão Henrion. Como se sabe, estando adormecido em sua casa por dois dias, Afonso de Liguori, ao despertar, informou ter assistido o papa Clemente XIV, que havia acabado de morrer. O fato ocorreu a 22/9/1774 e reza a história que Clemente XIV deixou de viver às 7 horas da manhã do referido dia, assistido, entre outros, por Afonso de Liguori. (Págs. 118 e 119)
106. Casos análogos, diz Delanne, ocorreram com Santo Antônio de Pádua, S. Francisco Xavier e, sobretudo, com Maria de Agreda, cujos desdobramentos se produziram durante muitos anos. (Pág. 119)
107. Sob o título Aparição real de minha mulher depois de morta, o Dr. Woetzel publicou em 1804 um livro que causou grande sensação nos primeiros anos do século XIX. Woetzel pedira à sua mulher, quando enferma, que, se ela viesse a morrer, lhe aparecesse. Algumas semanas depois de sua morte, uma janela do seu quarto se abriu e ele viu a forma de sua esposa, que lhe disse com voz meiga: “Carlos, sou imortal; um dia tornaremos a ver-nos”. A aparição e essas palavras repetiram-se segunda vez, mostrando-se a falecida vestida de branco e com o aspecto que tinha em vida. (Págs. 120 e 121)
108. Um cão que da primeira vez não dera sinal de ter percebido coisa alguma, da segunda se pôs a farejar e a descrever um círculo, como se o fizesse em torno de alguma pessoa conhecida. (Pág. 121)
109. O Dr. Justinus Kerner, em sua obra sobre a vidente de Prévorst, refere também que toda vez que o Espírito lhe aparecia um galgo negro parecia sentir-lhe a presença e corria para junto de alguém logo que a aparição se tornava perceptível à vidente. Desde o dia em que viu o vulto, o cão nunca mais quis ficar sozinho durante a noite. (Pág. 121)
110. Vários fatos, relatados na sequência por Delanne, demonstram que as aparições, como verificado pelo Dr. Kerner, produzem impressões sobre os animais. Ora, conforme observou o naturalista Alfred Russel Wallace, isso não ocorreria se fossem verdadeiras as teorias da alucinação e da telepatia. (Págs. 121 e 122)
111. Além disso, se nas aparições ocorrem fenômenos físicos produzidos por ela, evidente se torna que não é uma imagem mental quem as executa. (Págs. 123 e 124) (Continua no próximo número.)

Respostas às questões preliminares

A. Que é preciso para a alma desprender-se?
Segundo Delanne, para a alma desprender-se é preciso que o corpo esteja mergulhado em sono, ou que os laços que a prendem ao corpo se hajam afrouxado por uma emoção forte ou por doença. As práticas magnéticas ou os agentes anestésicos acarretam também, por vezes, os mesmos resultados. (A Alma é Imortal, págs. 113 e 114.)
B. Que fenômenos foram assinalados na vida de Afonso de Liguori, Antônio de Pádua e Maria de Agreda?
Fenômenos de desdobramento, os quais, no caso de Maria de Agreda, se produziram durante muitos anos. (Obra citada, págs. 118 e 119.)
C. Há relatos confiáveis dando conta de que as aparições produzem impressões sobre os animais?
Sim, e esses relatos, além de numerosos, procedem de fontes diversas. (Obra citada, págs. 121 a 124.)

Nota:
Eis os links que remetem aos três últimos textos:





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