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domingo, 19 de agosto de 2018




Uma luta difícil e, às vezes, inglória

Já ouvimos palestrantes diversos dizer que a luta que travamos contra o homem velho que habita em nós é, indubitavelmente, de todas as batalhas, a mais difícil. Difícil e, às vezes, inglória.
Paulo de Tarso, o primeiro e até hoje o maior divulgador da mensagem cristã, referiu-se ao assunto em mais de uma ocasião. Basta lermos suas cartas dirigidas à comunidade cristã para nos inteirarmos disso.
Recordemo-las em três diferentes momentos.
Eis o primeiro, expresso em carta dirigida aos Romanos:

Porque o que faço não o aprovo; pois o que quero isso não faço, mas o que aborreço isso faço. E, se faço o que não quero, consinto com a lei, que é boa. De maneira que agora já não sou eu que faço isto, mas o pecado que habita em mim.
Porque eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem algum; e com efeito o querer está em mim, mas não consigo realizar o bem. Porque não faço o bem que quero, mas o mal que não quero esse faço. Ora, se eu faço o que não quero, já o não faço eu, mas o pecado que habita em mim. (Romanos 7:15-21)

O bem que quero fazer, não faço; o mal que desejo evitar, esse eu faço – essa é uma confissão taxativa firmada pelo grande apóstolo.
Entendamos pelo termo “bem” a correção das atitudes, a vida exemplar, a prática da virtude, o domínio das inclinações infelizes. E pelo termo “mal”, o seu oposto: atitudes indevidas, exemplos nada edificantes, fraqueza diante das inclinações, das tentações e das viciações em geral.
Com efeito, os exemplos que conhecemos mostram que é notória, em muitas pessoas, a dificuldade em superar uma viciação que cause prazer ilusório e efêmero. E contam-se em grande número os que fracassam na luta contra o cigarro, o álcool, a dependência química, o jogo de azar ou a sexolatria.
Anos depois, em um segundo momento, em carta enviada aos Gálatas, Paulo revela-nos notável progresso nessa luta:

Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne, vivo-a pela fé do Filho de Deus, o qual me amou, e se entregou a si mesmo por mim. (Gálatas 2:20)

Não sou eu que vivo em mim, mas o Cristo – afirmativa de Paulo, revelando que conseguira transformar o homem velho, com suas inclinações, vícios e tendências, em um novo homem, que não apenas conhecia e divulgava a boa-nova, mas a vivia.
Essa experiência vitoriosa deu-lhe força e autoridade para – em um terceiro momento – propor idêntico comportamento aos cristãos que o ouviam, representados então pelos irmãos de Éfeso:

E digo isto, e testifico no Senhor, para que não andeis mais como andam também os outros gentios, na vaidade da sua mente. Entenebrecidos no entendimento, separados da vida de Deus pela ignorância que há neles, pela dureza do seu coração; os quais, havendo perdido todo o sentimento, se entregaram à dissolução, para com avidez cometerem toda a impureza. Mas vós não aprendestes assim a Cristo, se é que o tendes ouvido, e nele fostes ensinados, como está a verdade em Jesus; que, quanto ao trato passado, vos despojeis do velho homem, que se corrompe pelas concupiscências do engano; e vos renoveis no espírito da vossa mente; e vos revistais do novo homem, que segundo Deus é criado em verdadeira justiça e santidade. (Efésios 4:17-24)

Que o exemplo de superação e os conselhos de Paulo possam repercutir em nossa vida, convictos que somos de que a luta é árdua, difícil e, às vezes, inglória, mas vale a pena travá-la, se quisermos alçar voo rumo à meta da perfeição que o Criador traçou para todos nós.



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