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sexta-feira, 19 de outubro de 2018




O Grande Enigma

Léon Denis

Parte 3

Damos continuidade ao estudo do clássico O Grande Enigma, de Léon Denis, conforme o texto da 7ª edição publicada pela Federação Espírita Brasileira. O estudo ora iniciado será aqui apresentado em 10 partes.
Nossa expectativa é que este estudo sirva para o leitor como uma forma de iniciação aos chamados Clássicos do Espiritismo.
Cada parte do estudo compõe-se de:
a) questões preliminares;
b) texto para leitura.
As respostas às questões propostas encontram-se no final do texto abaixo. 

Questões preliminares

A. É verdade que as vibrações dos astros formam, combinadas, um imenso concerto?
B. Qual a importância de Deus em nossa vida?
C. Que ocorre com a alma em seguida à sua desencarnação?

Texto para leitura

36. A vida do homem de bem é, assim, uma prece contínua, uma comunhão perpétua com seus semelhantes e com Deus. Não tem ele necessidade de palavras, nem de formas exteriores para exprimir sua fé, que se exprime por todos os seus atos e por todos os seus pensamentos. (PP. 51 e 52)
37. Não existe ascensão possível, encaminhamento para o Bem, se de tempos a tempos o homem não se volta para o seu Criador e Pai, a fim de lhe expor suas fraquezas, suas incertezas, sua miséria, e lhe pedir o socorro espiritual indispensável à sua elevação. (P. 52)
38. Quanto mais essa confissão, essa comunhão íntima com Deus for frequente, sincera, profunda, mais a alma se purifica e emenda. Passando em revista todos os seus atos, julga, com a intuição que lhe vem do Alto, o que é bom ou mau, o que deve destruir ou cultivar, e compreende então que tudo que é de mau vem do “eu” e deve, por isso, ser abatido, para dar lugar à abnegação e ao altruísmo. (PP. 52 e 53)
39. Uma das impressões que nos causa, à noite, a observação dos céus, é a de majestoso silêncio, mas esse silêncio é apenas aparente, pois resulta da impotência dos nossos órgãos. Na verdade, os mundos vibram, cantam, palpitam, e suas vibrações, combinadas, formam um imenso concerto. (P. 55)
40. Pitágoras e Platão acreditavam já perceber “a música das esferas”. No sonho de Cipião, narrado por Cícero, há referência a esse melodioso concerto. Beethoven, enquanto compunha, ficava fora de si, arrebatado numa espécie de êxtase, e escrevia febrilmente, ensaiando reproduzir essa música celeste que o deslumbrava. (P. 57)
41. É preciso uma faculdade psíquica notável para possuir a esse ponto o dom da receptividade. Os raros homens que a possuíram disseram ter encontrado nessa “música” a forma superior, a expressão ideal da beleza e da harmonia eternas. Em vista disso – afirma Léon Denis – as mais elevadas concepções do gênero humano são apenas um eco longínquo, uma vibração enfraquecida da grande sinfonia dos mundos. (P. 58)
42. O Universo é, como se vê, um poema sublime do qual começamos a soletrar o primeiro canto. Apenas discernimos algumas notas, alguns murmúrios longínquos e enfraquecidos! E essas primeiras letras do maravilhoso alfabeto musical nos enchem de entusiasmo! (P. 65)
43. A certeza disso nos leva a concluir que o segredo de nossa felicidade, de nosso poder, de nosso futuro, não está nas coisas efêmeras deste mundo, mas nos ensinamentos do Alto, do Além. O grande livro do Infinito está aberto diante de nós. A verdade está ali, escrita em letras de ouro e de fogo. É ela que nos conta a vida imperecível da alma, suas vidas renascentes na espiral dos mundos, as estações inumeráveis no seu trajeto radioso, o prosseguimento do eterno bem, a conquista da plena consciência e a alegria de sempre viver para sempre amar, subir, adquirir novas potências, virtudes mais altas e percepções mais vastas. (PP. 67 e 68)
44. Deus é maior que todas as teorias e todos os sistemas. Eis a razão por que não pode Ele ser atingido, nem minorado, pelos erros e faltas que os homens têm cometido em seu nome. Deus é soberano a tudo. (P. 69)
45. O conhecimento da verdade sobre Deus, sobre o mundo e a vida, é o que há de mais essencial, de mais necessário, porque é Ele que nos sustenta, nos inspira e nos dirige, mesmo à nossa revelia. (P. 70)
46. A existência da Potência Suprema é afirmada por todos os Espíritos elevados. O mesmo se dá com os escritores e filósofos espíritas, desde Kardec até os nossos dias. Todos afirmam a existência de uma causa eterna no Universo. (P. 71)
47. Todas as obras científicas produzidas há meio século nos demonstram a existência e a ação das leis naturais, que estão ligadas por uma outra, superior, que as abrange inteiramente, regularizando-as e elevando-as à unidade, à ordem e à harmonia. É por essas leis sábias e profundas, ordenadoras e organizadoras do Universo, que a Inteligência Suprema se revela. (P. 74)
48. A ideia de Lei parece-nos, pois, inseparável da ideia de inteligência, porque é obra de um pensamento. Somente este pode dispor e ordenar todas as coisas no Universo. E o pensamento não se pode produzir sem a existência de um ser que seja seu gerador. (PP. 74 e 75)
49. Tudo vem de Deus e remonta a Ele. Um fluido mais sutil do que o éter emana do pensamento criador. Esse fluido, muito quintessenciado para ser apreendido por nossa compreensão, em consequência de combinações sucessivas, tornou-se o éter, e do éter saíram todas as formas graduadas da matéria e da vida. (P. 76)
50. A ordem e a majestade do Universo não se revelam somente no movimento dos astros; revelam-se também, de modo imponente, na evolução e desenvolvimento da vida na superfície desses mundos. Hoje, pode-se afirmar que a vida se desenvolve, se transforma e se apura segundo um plano preconcebido. (P. 77)
51. Podemos observar em torno de nós essa lei majestosa do progresso, através de todo o lento trabalho da Natureza, desde as formas inferiores, desde os infusórios que flutuam nas águas, até o homem. O instinto torna-se sensibilidade, inteligência, consciência, razão. E essa ascensão não para aí, porque prossegue através dos mundos invisíveis, sob formas cada vez mais sutis, até chegar a Deus. Ora, essa ascensão grandiosa da vida só se explica pela existência de uma causa inteligente, de uma energia incessante, que penetra e envolve toda a Natureza: é ela que rege e estimula essa evolução colossal da vida para o Bem, o Belo e o Perfeito. (PP. 77 e 78)
52. Logo que a alma transpõe a morte, desde que desperta no mundo dos Espíritos, o quadro de suas vidas passadas se desenrola, pouco a pouco, à sua vista. Ela se mira, então, em um espelho que reflete fielmente todos os atos passados. Nada de distração, nada de fuga. O Espírito é obrigado a contemplar-se, primeiramente, para se reconhecer ou para sofrer, e, mais tarde, para se preparar. (PP. 78 e 79)
53. Os ensinamentos de Além-Túmulo nos fazem saber que nada se perde, nem o bem, nem o mal, e que tudo se inscreve, se repara, se resgata, por meio de outras existências terrestres, difíceis e dolorosas. (P. 79)

Respostas às questões preliminares

A. É verdade que as vibrações dos astros formam, combinadas, um imenso concerto?
Segundo Denis, sim. Diz ele que os mundos vibram, cantam, palpitam, e suas vibrações, combinadas, formam um imenso concerto. No sonho de Cipião, narrado por Cícero, há referência a esse melodioso concerto. Beethoven, enquanto compunha, ficava fora de si, arrebatado numa espécie de êxtase, e escrevia febrilmente, ensaiando reproduzir essa música celeste que o deslumbrava. É a impotência dos nossos órgãos auditivos que impede que a ouçamos. (O Grande Enigma, págs. 55 a 57.)
B. Qual a importância de Deus em nossa vida?
Deus é maior que todas as teorias e todos os sistemas. Eis a razão por que não pode Ele ser atingido, nem minorado, pelos erros e faltas que os homens têm cometido em seu nome. Deus é soberano a tudo. O conhecimento da verdade sobre Deus, sobre o mundo e a vida, é o que há de mais essencial, de mais necessário, porque é Ele que nos sustenta, nos inspira e nos dirige, mesmo à nossa revelia. (Obra citada, págs. 69 e 70.)
C. Que ocorre com a alma em seguida à sua desencarnação?
Logo que a alma transpõe a morte, desde que desperta no mundo dos Espíritos, o quadro de suas vidas passadas se desenrola, pouco a pouco, à sua vista. Ela se mira, então, em um espelho que reflete fielmente todos os atos passados. Nada de distração, nada de fuga. O Espírito é obrigado a contemplar-se, primeiramente, para se reconhecer ou para sofrer, e, mais tarde, para se preparar, reparando e resgatando os erros por meio de outras existências terrestres, difíceis e dolorosas. (Obra citada, págs. 78 e 79.)


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