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terça-feira, 6 de novembro de 2018




O camponês

CÍNTHIA CORTEGOSO
cinthiacortegoso@gmail.com
De Londrina-PR

Desde antes do nascer até o pôr do sol, o camponês está junto da terra, conversando com ela e agradecendo-lhe, feliz ou um pouco preocupado − depende da condição meteorológica −, mas tão encantado com a sua abençoada produtividade e a paz que ela lhe traz.
O verdadeiro camponês tem em seu coração três nobres sentimentos: persistência, disciplina e amor. Não há como viver sem persistir, pois, em meio às muitas intempéries, ele encontra na persistência a força para continuar já que acredita em seu trabalho e na nobre senhora que é a natureza. E a disciplina também o acompanha serena e constantemente; ele aprendeu, com humildade, que nada conquistará se não for disciplinado. O camponês é capaz de ter essas duas virtudes porque antes de adquiri-las já conquistara o amor para o seu coração.
A sabedoria, então, começa a fazer-lhe parte; o camponês não se interessa em saber se a plantação vizinha é maior ou mais bela, ele quer cuidar da sua e deixá-la com vida, para, assim, cada vez mais, melhor produzir. Ele admira o sol, a chuva, o vento, as plantas, os pássaros, as cores, a calma, o amor que tanto cresce em seu ser. Ele passa a respeitar mais o Universo.
Conhece cada palmo de sua terra, sabe onde é mais sensível e onde é mais vigoroso, sabe que no Universo tudo é eterno e passageiro, e que ele nada conquistará se não tiver antes de tudo o amor. O camponês, em sua humilde sabedoria, compreende que mais necessita aprimorar-se e aprender com os brotos puros que nascem de sua terra. Ele já compreendeu que os grandes feitos nascem das simples atitudes sinceras.
Em todos os fins de tardes, o camponês recebe a visita de duas lindas corujas e alguns pássaros coloridos e amáveis. Na verdade, o homem ainda não percebeu que eles estão constantemente ao seu lado. E o aprimoramento continua.
   
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