O Fenômeno
Espírita
Gabriel Delanne
Parte 2
Damos sequência ao estudo do clássico O Fenômeno Espírita, de Gabriel Delanne, conforme o texto da 4ª
edição publicada pela Federação Espírita Brasileira, com base em tradução de
Francisco Raymundo Ewerton Quadros. O estudo será aqui apresentado em 12
partes.
Nosso objetivo é que este estudo possa servir para o leitor
como uma forma de iniciação aos chamados Clássicos do Espiritismo.
Cada parte do estudo compõe-se de:
a) questões preliminares;
b) texto para leitura.
As respostas às questões propostas encontram-se no final do
texto abaixo.
Questões preliminares
A. Quando e sob que forma ocorreram os fenômenos de
Hydesville?
B. Após a fase das pancadas produzidas pelos Espíritos, que
processos de comunicação foram utilizados pelas entidades comunicantes?
C. Que importantes personalidades americanas se converteram
ao Espiritismo nos primórdios da Nova Revelação?
D. Que disse William Crookes a respeito dos fatos
espíritas?
Texto para
leitura
17. Delanne rememora os fenômenos de Hydesville, iniciados
em 1847 na casa do sr. John Fox, tendo por médiuns suas filhas Kate e
Margareth. (P. 23)
18. Foi em Hydesville que Isaac Post teve a ideia de nomear
em voz alta as letras do alfabeto, pedindo ao Espírito que batesse uma pancada
quando a letra entrasse na composição das palavras. Desde esse dia ficou
descoberta a telegrafia espiritual, processo que, com pequenas variações, seria
aplicado no fenômeno das mesas girantes. (P. 24)
19. O Espírito que se manifestava às jovens Fox informou
chamar-se Joseph Ryan ([1]) e ter sido mascate durante sua última existência.
(P. 24)
20. Submetidas a uma demonstração pública em Rochester, as
médiuns apresentaram-se em três ocasiões no Corinthian-Hall, o maior salão da
cidade, comprovando de maneira cabal a realidade das manifestações. (PP. 25 e
26)
21. Perseguições se seguiram às reuniões de Rochester,
fazendo com que mais adeptos fossem angariados para as ideias nascentes. Eis por
que, já em 1850, se contavam aos milhares os espíritas nos Estados Unidos. (P.
26)
22. Das pancadas em paredes e soalhos, os sons passaram a
ouvir-se em mesas, que indicavam, através de pancadas, as letras que deveriam
compor as palavras ditadas pelos Espíritos. Daí às mesas girantes foi um passo,
conduzindo à nova crença homens de reconhecida autoridade moral e intelectual,
a tal ponto que em 1854 uma petição apoiada por quinze mil assinaturas pediu ao
Congresso americano nomeasse uma Comissão para investigar os fatos. (P. 27)
23. Os processos de comunicação, sugeridos pelos próprios
Espíritos, ganharam depois outra forma: uma prancheta triangular dotada de
rodinhas, com um lápis preso a uma das pernas, podia escrever com rapidez as
mensagens. (P. 28)
24. Mais tarde, percebeu-se que a prancheta era
desnecessária, surgindo assim a psicografia direta, chamada então de escrita
mecânica ou automática, porque o médium não tinha consciência daquilo que sua
mão escrevia. (P. 28)
25. Adveio em seguida o processo da chamada escrita direta,
em que folhas de papel, encerradas em caixas hermeticamente fechadas, apareciam
cobertas de desenhos e mensagens diretamente grafados. (P. 28)
26. O fenômeno reservava aos investigadores novas
surpresas: luzes apareciam em aposentos sombrios, viam-se mãos humanas
envolvidas por uma névoa luminosa, fantasmas podiam ser vistos e até tocados,
melhor dizendo, até fotografados, como foi conseguido por diversos
pesquisadores de renome na Europa. (P. 29)
27. Entre os sábios convertidos ao novo espiritualismo,
podemos citar uma das personagens mais célebres da magistratura americana: o
juiz Edmonds, do Supremo Tribunal do Distrito de Nova York. Sua conversão fez
grande rumor na União e atraiu contra si uma multidão de invectivas dos jornais
evangélicos e profanos, aos quais o juiz Edmonds respondeu com o livro “Spirit
Manifestation”, no qual relata como se deu sua conversão ao Espiritismo. (PP.
29 e 30)
28. Delanne refere também as experiências que levaram à
conversão do célebre Robert Hare, professor da Universidade da Pensilvânia,
constantes de seu livro “Experimental Investigation of the Spirit
Manifestation”, publicado em 1856, que teve ruidoso êxito e produziu efeito
ainda mais considerável do que o do juiz Edmonds. (PP. 31 e 32)
29. Um dos últimos convertidos, entre os grandes
americanos, foi Robert Dale Owen, que gozava simultaneamente da reputação de
sábio e escritor na língua inglesa. Owen publicou na Filadélfia, em 1877, um
importante livro intitulado “Região em Litígio entre este Mundo e o
Outro”. (P. 32)
30. O movimento espírita nos Estados Unidos era, então,
bastante vivaz. Em quase todas as grandes cidades americanas existiam
Sociedades espíritas e 22 jornais e revistas expunham ao público os trabalhos
empreendidos. Além disso, segundo Russell Wallace, o número de espíritas,
naquele país, era calculado em 11 milhões de pessoas. (PP. 32 e 33)
31. É, porém, na Inglaterra, que iremos encontrar uma
plêiade de grandes homens entregues a esses estudos, a exemplo de William
Crookes, que em 1876, após quatro anos de perseverantes investigações,
escreveu, reportando-se aos fatos espíritas: “Não digo que isso seja possível,
mas sim que isso é real”. (PP. 33 a 35)
32. Nas experiências inglesas teve papel preponderante a
Sociedade Dialética de Londres, fundada em 1867, que decidiu em janeiro de 1869
nomear uma Comissão para estudar os fenômenos espíritas. (P. 35)
33. Para surpresa do público inglês, a Comissão, depois de
dezoito meses de estudo, concluiu a favor da realidade das manifestações. Entre
os membros que tomaram parte nesse inquérito estava o grande naturalista inglês
Alfred Russell Wallace, êmulo e colaborador de Darwin, o qual se convenceu da
realidade dos fenômenos e fez corajosamente sua profissão de fé em seu livro
“Miracles and Modern Spiritualism”, que apaixonou os espíritos na Inglaterra.
(P. 36)
[1] Arthur Conan Doyle e outros autores atribuem-lhe outro
nome, o de Charles Rosma, uma divergência devida certamente ao processo de
comunicação verificado na residência da família Fox.
Respostas às
questões preliminares
A. Quando e sob
que forma ocorreram os fenômenos de Hydesville?
Os fenômenos de Hydesville, iniciados em 1847 na casa do
sr. John Fox, tiveram por médiuns suas filhas Kate e Margareth. O Espírito que
se manifestava às jovens Fox informou ter sido mascate durante sua última
existência e o processo de comunicação por ele adotado foram as pancadas. Das
pancadas em paredes e soalhos, os sons passaram a ouvir-se em mesas, que
indicavam, através de pancadas, as letras que deveriam compor as palavras
ditadas pelos Espíritos. Daí às mesas girantes foi um passo, conduzindo à nova
crença homens de reconhecida autoridade moral e intelectual, a tal ponto que em
1854 uma petição apoiada por quinze mil assinaturas pediu ao Congresso
americano nomeasse uma Comissão para investigar os fatos. (O Fenômeno Espírita, págs. 23 a 27.)
B. Após a fase
das pancadas produzidas pelos Espíritos, que processos de comunicação foram
utilizados pelas entidades comunicantes?
Os processos de comunicação, sugeridos pelos próprios
Espíritos, ganharam depois outra forma: uma prancheta triangular dotada de
rodinhas, com um lápis preso a uma das pernas, podia escrever com rapidez as
mensagens. Mais tarde, percebeu-se que a prancheta era desnecessária, surgindo
assim a psicografia direta, chamada então de escrita mecânica ou automática,
porque o médium não tinha consciência daquilo que sua mão escrevia. Adveio em
seguida o processo da chamada escrita direta, em que folhas de papel,
encerradas em caixas hermeticamente fechadas, apareciam cobertas de desenhos e
mensagens diretamente grafados. O fenômeno reservava aos investigadores novas
surpresas: luzes apareciam em aposentos sombrios, viam-se mãos humanas
envolvidas por uma névoa luminosa, fantasmas podiam ser vistos e até tocados,
melhor dizendo, até fotografados, como foi conseguido por diversos
pesquisadores de renome na Europa. (Obra citada, págs. 28 e 29.)
C. Que
importantes personalidades americanas se converteram ao Espiritismo nos
primórdios da Nova Revelação?
Entre os sábios convertidos na América ao novo
espiritualismo, podemos citar uma das personagens mais célebres da
magistratura: o juiz Edmonds, do Supremo Tribunal do Distrito de Nova York,
cuja conversão fez grande rumor na União e atraiu contra si uma multidão de
invectivas dos jornais evangélicos e profanos, aos quais o juiz Edmonds
respondeu com o livro “Spirit Manifestation”, no qual relata como se deu sua
conversão ao Espiritismo. Outra conversão importante no país foi a do célebre
Robert Hare, professor da Universidade da Pensilvânia, autor do livro
“Experimental Investigation of the Spirit Manifestation”, publicado em 1856,
que teve ruidoso êxito. E, por fim, não podemos esquecer a conversão de Robert
Dale Owen, que gozava simultaneamente da reputação de sábio e escritor na
língua inglesa, autor de um importante livro intitulado “Região em Litígio
entre este Mundo e o Outro”. (Obra citada, págs. 29 a 33.)
D. Que disse
William Crookes a respeito dos fatos espíritas?
Em 1876, após quatro anos de perseverantes investigações,
Crookes escreveu, reportando-se à realidade dos fenômenos espíritas: “Não digo
que isso seja possível, mas sim que isso é real”. (PP. 33 a 35) (Obra citada,
págs. 33 a 36.)
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