O Novo Testamento
Este é o módulo 131 de uma série que
esperamos sirva aos neófitos como iniciação ao estudo da doutrina espírita.
Cada módulo compõe-se de duas partes: 1) questões para debate; 2) texto para
leitura.
As respostas correspondentes às
questões apresentadas encontram-se no final do texto sugerido para
leitura.
Questões para debate
1. Em quantas partes pode ser dividido o Novo Testamento?
2. Quais Evangelhos são chamados de sinóticos e por que se lhes dá esse
nome?
3. Além dos Evangelhos reconhecidos pela Igreja como divinamente
inspirados, quantos são os Evangelhos chamados apócrifos?
4. Em que aspecto o Evangelho de João se diferencia dos demais?
5. Em quantas partes, segundo Kardec, podem dividir-se as matérias
contidas nos Evangelhos?
Texto para leitura
O Novo Testamento
pode ser dividido em duas partes
1. Segundo J. Herculano Pires (veja-se Introdução ao Livro dos Espíritos, Lake, 1957), foi das mãos de
Moisés que surgiu a Bíblia. "Não foi Moisés quem a escreveu", diz
Herculano, "mas foi ele o motivo central dessa primeira codificação do
novo ciclo de revelações: o cristão." A Bíblia é, assim, a codificação da
primeira revelação cristã. O Evangelho é a codificação da segunda revelação
cristã – acentua Herculano – "a que brilha no centro da tríade dessas
revelações, tendo na figura do Cristo o sol que ilumina as duas outras, que
lança a sua luz sobre o passado e o futuro, estabelecendo entre ambos a conexão
necessária". O Velho Testamento pode ser comparado, no dizer de Emmanuel,
a um apelo dos homens a Deus. O Novo Testamento seria a resposta de Deus aos
homens, e O Livro dos Espíritos, a
síntese desse diálogo.
2. O Novo Testamento pode ser dividido em duas partes: os Evangelhos e
os Escritos Apostólicos. Os Evangelhos surgiram nesta ordem: Mateus, Marcos,
Lucas e João. Os Escritos Apostólicos são constituídos pelos Atos dos
Apóstolos, escritos por Lucas entre os anos 62 e 63 d.C., pelas Epístolas e
pelo Apocalipse.
3. As Epístolas são cartas que Paulo, Tiago, Pedro, João e Judas
escreveram às comunidades cristãs. Paulo escreveu 14 epístolas com
destinatários definidos. As epístolas escritas pelos outros Apóstolos são
consideradas universais ou católicas, por não se dirigirem a igrejas ou pessoas
como as de Paulo de Tarso.
4. O Apocalipse foi escrito por João na Ilha de Patmos, entre os anos 94
e 96 d.C.
Os três primeiros
Evangelhos são chamados de sinóticos
5. Mateus, ou Levi, o publicano que integra o colégio dos doze
apóstolos, escreveu o primeiro Evangelho, composto na língua hebraica, isto é,
o aramaico, sendo mais tarde traduzido para o grego. João, também apóstolo do
Senhor, Marcos e Lucas escreveram seus textos em grego. Marcos, que não
conviveu com o Cristo, valeu-se para escrevê-lo das reminiscências de Pedro.
Lucas utilizou outras fontes, entre elas Paulo de Tarso.
6. Os Evangelhos de Mateus, Marcos e Lucas são chamados de sinóticos
porque permitem uma vista de conjunto, dada a semelhança de suas versões. O
Evangelho de João, o último dos quatro, constitui uma obra singular e obedece a
um plano diferente.
7. É preciso, porém, lembrar que ao lado desses Evangelhos, que foram os
únicos reconhecidos pela Igreja como autênticos e divinamente inspirados, são
conhecidos atualmente cerca de vinte textos, chamados de Evangelhos apócrifos,
número esse que no século III Orígenes dizia ser muito maior e Fabrícius
estimava em trinta e cinco.
8. Os Evangelhos sinóticos acham-se fortemente impregnados do pensamento
judeu-cristão inerente aos apóstolos, enquanto o Evangelho de João se inspira
em influência diferente e, apesar de ser bem mais complexo, dirige-se aos
cristãos em geral.
Nos Evangelhos o que
importa são os ensinos morais de Jesus
9. João parece ter sofrido, ao escrevê-lo, influência bastante forte de
uma corrente de pensamento amplamente difundida em certos círculos do judaísmo,
cuja expressão se redescobriu recentemente nos documentos essênios de Qumrã,
nos quais se atribui uma importância especial ao conhecimento.
10. A respeito do assunto, escreveu Emmanuel: “As peças nas narrações
evangélicas identificam-se naturalmente, entre si, como partes indispensáveis
de um todo, mas somos compelidos a observar que, se Mateus, Marcos e Lucas
receberam a tarefa de apresentar, nos textos sagrados, o Pastor de Israel na
sua feição sublime, a João coube a tarefa de revelar o Cristo Divino, na sua
sagrada missão universalista” (O
Consolador, questão 284).
11. Na introdução de seu livro O
Evangelho segundo o Espiritismo, asseverou Allan Kardec: “Podem dividir-se
em cinco partes as matérias contidas nos Evangelhos: os atos comuns da vida do
Cristo; os milagres; as predições; as palavras que foram tomadas pela Igreja
para fundamento de seus dogmas, e o ensino moral. As quatro primeiras têm sido
objeto de controvérsias; a última, porém, conservou-se constantemente
inatacável. Diante desse código divino, a própria incredulidade se curva. É
terreno onde todos os cultos podem reunir-se, estandarte sob o qual podem todos
colocar-se, quaisquer que sejam suas crenças, porquanto jamais ele constituiu
matéria das disputas religiosas”.
12. A advertência do Codificador do Espiritismo vem bem a propósito
nestes tempos em que têm surgido tantas controvérsias sobre os atos comuns da
vida do Cristo e os personagens que dela fizeram parte, porque para nós o que é
realmente importante nos Evangelhos são os ensinamentos morais que eles contêm,
e é neles que podemos encontrar os recursos que nos porão no caminho infalível
da felicidade esperada. As controvérsias referidas podem interessar ao cinema e
aos ficcionistas, mas nenhuma relevância têm para o cristão consciente do seu
papel e dos seus deveres.
Respostas às questões
propostas
1. Em quantas partes
pode ser dividido o Novo Testamento?
O Novo Testamento pode ser dividido em duas partes: os Evangelhos e os
Escritos Apostólicos. Os Evangelhos surgiram nesta ordem: Mateus, Marcos, Lucas
e João. Os Escritos Apostólicos são constituídos pelos Atos dos Apóstolos,
escritos por Lucas entre os anos 62 e 63 d.C., pelas Epístolas e pelo
Apocalipse.
2. Quais Evangelhos
são chamados de sinóticos e por que se lhes dá esse nome?
São três os evangelhos sinóticos: os Evangelhos de Mateus, Marcos e
Lucas. São eles chamados de sinóticos porque permitem uma vista de conjunto,
dada a semelhança de suas versões. O Evangelho de João, o último dos quatro,
constitui uma obra singular e obedece a um plano diferente.
3. Além dos
Evangelhos reconhecidos pela Igreja como divinamente inspirados, quantos são os
Evangelhos chamados apócrifos?
O número real varia. Fala-se em cerca de vinte textos os chamados
Evangelhos apócrifos, número esse que no século III Orígenes dizia ser muito
maior e Fabrícius estimava em trinta e cinco.
4. Em que aspecto o
Evangelho de João se diferencia dos demais?
Os Evangelhos sinóticos acham-se fortemente impregnados do pensamento
judeu-cristão inerente aos apóstolos, enquanto o Evangelho de João se inspira
em influência diferente e, apesar de ser bem mais complexo, dirige-se aos
cristãos em geral. João parece ter sofrido, ao escrevê-lo, influência bastante
forte de uma corrente de pensamento amplamente difundida em certos círculos do
judaísmo, cuja expressão se redescobriu recentemente nos documentos essênios de
Qumrã, nos quais se atribui uma importância especial ao conhecimento.
5. Em quantas partes,
segundo Kardec, podem dividir-se as matérias contidas nos Evangelhos?
Podem – diz Kardec – dividir-se em cinco partes as matérias contidas nos
Evangelhos: os atos comuns da vida do Cristo; os milagres; as predições; as
palavras que foram tomadas pela Igreja para fundamento de seus dogmas, e o
ensino moral. As quatro primeiras têm sido, ao longo dos tempos, objeto de
controvérsias. A última, porém, conservou-se constantemente inatacável e diante
dela a própria incredulidade se curva. É um terreno onde todos os cultos podem
reunir-se, estandarte sob o qual podem todos colocar-se, quaisquer que sejam
suas crenças, porquanto jamais constituiu matéria das disputas religiosas.
Bibliografia:
O Evangelho segundo o
Espiritismo, de Allan Kardec, Introdução.
A Bíblia de Jerusalém, publicada por
Edições Paulinas.
Cristianismo e
Espiritismo, de Léon Denis.
A Caminho da Luz, de Emmanuel,
psicografado por Francisco Cândido Xavier.
O Consolador, de Emmanuel,
psicografado por Francisco Cândido Xavier.
Síntese d´O Novo
Testamento, de Mínimus.
Vocabulário
Histórico-Geográfico, de Roberto Macedo.
Observação:
Eis os links que
remetem aos 3 últimos textos:
Módulo 128 - https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2019/04/a-equipe-espiritualde-jesus-este-e-o.html
Módulo 129 - https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2019/04/a-missao-de-jesus-este-e-o-modulo-129.html
Módulo 130 - https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2019/05/os-apostolos-dosenhor-este-e-o-modulo.html
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