Vento,
mar, vida
CÍNTHIA
CORTEGOSO
cinthiacortegoso@gmail.com
De Londrina-PR
O mar batia forte nas pedras próximas da praia.
O sol estava fraco, era fim de uma das tardes de
início de inverno. O vento soprava mais sério nessa estação. Na areia, as
gaivotas e os trinta-réis eram ocupantes naquela imensidão.
As casas, de
frente para o mar, muitas estavam fechadas, no entanto havia uma delas com seu
morador, também observando, de dentro, o mistério encantador daquela vista. Com
discrição, veio ele, em sua cadeira de rodas, calmamente, chegando perto do
muro baixinho de seu jardim. Pronto, estavam os dois: o homem de frente para o
mar.
A alma, livre, estava, por um definido tempo,
acoplada ao corpo de pernas imóveis, mas essa alma sabia que era por tempo
definido e sabia também que o pensamento, razão do espírito, é completamente
livre a não ser que as amarras da consciência estejam um pouco apertadas. O
homem compreendia esse momento e seus olhos eram brilhosos. Esses mesmos olhos
queriam alcançar a dimensão do mar porque o mar é vida e o homem, vida possui.
A noite se convidou a aparecer. Então, ele voltou
para o recanto de seu lar. Fechou a porta. Uma luz, já acesa, permanecera;
outro foco se acendeu, era o de sua mesa de escrita.
Novos ensaios surgiriam tentando copiar a realidade
vista, principalmente, com o coração − essa essência é a fonte dos melhores
escritos. Em sua silenciosa, aconchegante e própria companhia, passava para o
papel os brilhos descobertos já que todos os possuem.
O escritor finalizou, com a sensação de dever
humano e transcendente cumprido, mais uma prosa, cujo enredo era sobre as
questões incomparáveis sobre a vida.
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