Uma
primavera dourada
CÍNTHIA
CORTEGOSO
cinthiacortegoso@gmail.com
De Londrina-PR
Dourado estava aquele imenso campo que não era de
trigo – também o seria se fosse −, mas de uma linda variedade de tulipas
amarelo-ouro. Se fosse outra cor apenas seria outra, porém continuaria um campo
encantador.
O vento determinado – não violento – movimentava
aquele ouro radiante. O céu, bem azul, entre o celeste e o anil, era o fundo
amparador para as ligeiras nuvens brancas em forma de animais, crianças,
flores, esperança. Os olhos para o alto diminuem a complexidade preocupada cuja
mente tenta imprimir ao coração.
Todas as tulipas pareciam sorrir. Sempre a natureza
ensina, pois embora intempéries existam elas passam e a essência é que sempre
prevalecerá. Menos preocupação não quer dizer irresponsabilidade, simplesmente
não se perder, nem perder noites de sono, nem adquirir enfermidades
desnecessárias, nem ter mais semblante gris – as crianças também são
professoras neste quesito, seus olhinhos são estrelas sobre sorriso puro.
E mesmo que uma abelhinha neste campo viva pouco
tempo, ela, com tanta alegria, vive ininterruptamente trabalhando, visitando
diferentes flores, sentindo as correntes de ar mais fresco ou mais quente. A
abelhinha também tem ouro em sua cor e aprendeu que sorrir é o incomparável
elixir para, de fato, seguir leve e mais feliz.
Daqui a uns dias, essas tulipas se mesclarão a
lares de pessoas, festas de aniversário, umas estarão num vaso sobre a mesa de
sérias reuniões, outras animarão pedidos de casamento, perdão, serão a
representação de admiráveis atitudes ou não, mas elas não exigem do destino,
desejam apenas ser paz, amor, calor, luz, bondade.
A vida é mais simples e bela, a preocupação humana
é que se dilata a ponto de querer ser maior que o encaminhamento da real
Sabedoria.
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