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sábado, 31 de agosto de 2019




Coerência, virtude difícil

JORGE LEITE DE OLIVEIRA
jojorgeleite@gmail.com
De Brasília-DF

Agradeço muito a Deus sua tolerância, amor e proteção desde sempre. Sobretudo, por blindar-me contra as decepções provenientes das contradições existentes entre o que as pessoas falam e o que elas fazem. E nisso não sou exceção.
Desde bem jovem, sempre acreditei nos ensinamentos lógicos do Espiritismo. Lembro-me de que, aos seis anos de idade, ouvia meu pai, pessoa simples e iletrada, criada no interior mineiro, falar sobre a justiça da reencarnação e da bondade de Deus com uma sabedoria invejável.
E a conversa paterna, pasmem!... era, por vezes, com pastor evangélico nosso vizinho, que nunca o contestava. O mesmo amigo que, antes da desencarnação de papai, após longa doença deste, toda noite visitava-nos e por ele orava. Papai ouvia, humilde, a prece e lhe agradecia o apoio espiritual sem qualquer contrariedade. Isso é coerência.
O tempo passou, e passei a frequentar uma mocidade espírita no Rio de Janeiro. Ali comecei, ano após ano, a observar quanto estamos distantes de fazer o que recomendamos a outrem.
Por vezes, falava-se lá sobre a importância da união e necessidade de exercitarmos a fraternidade com outras pessoas e instituições coirmãs, pelo bem pessoal e de nossa amada Doutrina Espírita. Isso, porém, era desmentido pelas “disputas de território” entre aqueles mesmos diretores de nossa querida casa espírita e outra, vista como sua concorrente...
Noutras ocasiões, ouvi palestras de irmãos e irmãs profundamente engajados na divulgação espírita, mas que, tão logo se encerrava um evento religioso, passavam a criticar acremente os atos alheios, em conversas pessoais. E o que é pior, até mesmo em homenagem a irmãos que já haviam desencarnado e não tinham como se defender estes eram criticados. 
É a eterna luta pelo poder temporal que nos leva a disputar as atenções alheias e os cargos, vendo “um cisco no olho do próximo, mas tendo uma trave no nosso”. Isso nos foi lembrado por nosso irmão Julião na palestra que fez, no último domingo, na Federação Espírita Brasileira.
Aprendamos com o Cristo, irmãos e irmãs, a vigiar pensamentos, palavras e atos. Não os do próximo, mas os nossos...
Sejamos mansos e humildes de coração, como Jesus, e encontraremos repouso para nossas almas, cansadas de disputas vãs. Uma única causa deve mover-nos: a do amor ao próximo como a nós mesmos, sempre atentos à recomendação de nosso Mestre querido: 

Amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu espírito. Esse é o maior e o primeiro mandamento. O segundo é semelhante a esse: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Desses dois mandamentos dependem toda a lei e os profetas (Mateus, 22: 37- 40).






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