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sábado, 3 de agosto de 2019




Dramas presenciados na Cidade Maravilhosa

JORGE LEITE DE OLIVEIRA
jojorgeleite@gmail.com
De Brasília-DF

Estivemos na sede histórica da Federação Espírita Brasileira (FEB) no Rio de Janeiro, na semana passada (de 25 a 28/7/2019). Ali, fui honrado com convite da diretora Dra. Regina, nossa amiga, para falar sobre o tema Liberdade e responsabilidade, na manhã de sábado.
Não fique enciumado, leitor amigo, talvez você ou a amiga leitora tenham muito mais mérito e capacidade do que eu para tão imensa glória. Obrigado, Senhor! Grato, Ismael!
Antes de chegar à FEB, ainda na avenida Passos, avistei cena comovente: caído na última faixa à esquerda da pista, jazia um jovem magro, de cerca de vinte anos, próximo à calçada e cercado de pessoas compadecidas, que isolaram o local, para que as viaturas que passavam velozes não lhe passassem por cima. Com as patas sobre seu corpo, protegendo seu amado dono, estava lindo cão da raça Rottweiler, ou parecida, de belos e lisos pelos negros.
Aproximei-me das pessoas generosas, que o observavam. O jovem estava desacordado. Atrás de sua cabeça, pequena poça de sangue. Pensei no que poderia ser feito para auxiliar, além do que já havia sido feito. Aproximei-me de um senhor que ainda estava com o celular na mão e perguntei-lhe se já havia chamado uma ambulância. Ele respondeu-me que sim. Tranquilizei-me ao ver que todas as providências para o socorro ao jovem já haviam sido tomadas e, atendendo ao chamado da esposa, seguimos em frente, pois dali a uma hora seria iniciada a reunião na Casa de Ismael.
Em minha mente, porém, ficou registrada a imagem do jovem caído, das pessoas que o socorreram e aguardavam seu transporte ao hospital mais perto e, sobretudo, do zeloso cão, que não abandonara seu dono em nenhum instante. Triste rotina do Rio de Janeiro.
Terminada nossa exposição na FEB, seguimos de carro à casa da Clara Lila, nossa amiga e ex-colega do Centro Universitário de Brasília (UniCEUB), onde exercemos juntos o magistério por longos anos. Quem nos levava, junto com sua alma grandiosa e a filha Alice, era a Dra. Regina.
Ambas, atualmente, são vizinhas de bairro. Regina e filha também haviam sido convidadas, tanto quanto eu e Lourdes, minha esposa, ao almoço no fraterno lar da Clara. Seu apartamento fica próximo da sede do meu clube do coração: Fluminense.
Na ida para Laranjeiras, Regina precisou dar passagem a um carro policial, que encostou em frente da praça situada à nossa esquerda. Um agente da polícia desceu do carro e abordou um “pobre diabo” sem camisa, aparentando ter mais de cinquenta anos e estar embriagado. Como, mais adiante, o semáforo fechara para nós, observei rapidamente a abordagem. O agente parecia muito nervoso, enquanto o senhor, franzino e desconexo, tentava argumentar alguma coisa com aquele. Inutilmente...
De repente, surgiu outro policial apontando um rifle para o homem, completamente indefeso, e passou a surrá-lo impiedosamente. Depois, não sei mais o que aconteceu, pois o sinal abriu e nosso carro partiu dali.
Detesto covardia, venha de onde vier. Em minha mente, a imagem do brutamontes estapeando o indefeso cidadão. Isso não significa que eu ignore o que os malandros do Rio e de outras cidades aprontam no cotidiano urbano. Mas daí a agredir brutalmente alguém, que estava sem a mínima chance de defesa, é extrapolar muito o dever de zelar pela segurança da população.
Por todos eles, continuo orando.





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