Donde surge o mal?
JORGE LEITE DE OLIVEIRA
jojorgeleite@gmail.com
De Brasília-DF
Dr.
Plotino, meu amigo, encaminhou-me texto interessante sobre a etiologia do mal
que, embora respaldado por teoria atual, os autores, honestamente, admitem não
ter comprovação científica. Eles têm por base as pesquisas de Simon
Baron-Cohen, publicadas em Science of Evilt, que sugerem a localização
da crueldade humana em certa parte do cérebro. Dependendo da quantidade de
ocitocina (ou oxitocinona), hormônio produzido pelo hipotálamo, o
livre-arbítrio estaria comprometido em todos nós, pois a quantidade desse hormônio na hipófise é que
determinaria nossa propensão ao mal e não nossa vontade.
Nessa
concepção, a Ocitocina, produzida em baixos níveis, diminui nossa empatia
para com as demais pessoas. E a maldade, dizem eles, seria a falta de empatia,
ou seja, do uso da emoção adequada para resposta à identificação do que outrem
pensa.
Sem
essa capacidade, a pessoa não controlaria o instinto de agressão nem impediria
outrem de agredir alguém. Como “prova”, explicam que ao ser administrada, via
nasal, dose suplementar de Ocitocina, ocorre um aumento da empatia no
paciente. Com isso, ele torna-se mais afável para com as pessoas, em virtude da
diminuição de sua ansiedade e do medo de contatos sociais.
Falta
a esses teóricos o conhecimento das propriedades do perispírito. Vejamos o que
diz o Espírito Manoel Philomeno de Miranda, na obra Temas da Vida e da Morte,
psicografada por Divaldo Pereira Franco,[i] a respeito da função do
perispírito, ou corpo espiritual que intermedeia a alma, Espírito encarnado, ao
corpo físico, nas manifestações do pensamento em nossa existência.
Portador
de expressiva capacidade plasmadora, o perispírito registra todas as ações do
Espírito através dos mecanismos sutis da mente que sobre ele age, estabelecendo
os futuros parâmetros de comportamento nas reencarnações porvindouras.
[...]
Captando
o impulso do pensamento e computando a resposta da ação, a ele se incorporam os
fenômenos da conduta atual do homem, assim programando os sucessos
porvindouros, mediante os quais serão aprimoradas as conquistas, corrigidos os
erros e reparados os danos destes últimos derivados (MIRANDA, 2018, p. 36).
Em
seguida, Miranda fornece-nos uma série de esclarecimentos, que seriam de grande
utilidade aos estudiosos atuais do cérebro e psiquismo humano, sem
desconsiderar, em parte, “a hereditariedade nos processos da reencarnação”:
Cada
Espírito é legatário de si mesmo. Seus atos e sua vida anterior são os
plasmadores da sua nova existência corporal, impondo os processos de
reabilitação, quando em dívida, ou de felicidade, se em crédito, sob os
critérios da Divina Justiça.
Certamente,
caracteres físicos, fisionômicos e até alguns comportamentais resultam das
heranças genéticas e da convivência em família, jamais os de natureza
psicológica que afetam o destino, ou de ordem fisiológica no mapa da evolução.
Saúde
e enfermidade, beleza e feiura altura e pequenez, agilidade e retardamento,
como outras expressões da vida física, procedem do Espírito que vem recompor e
aumentar os valores bem ou mal utilizados nas existências pretéritas
Além
desses, os comportamentos e as manifestações mentais, sexuais, emocionais
decorrem dos atos perpetrados antes e que a reencarnação traz de volta para a
indispensável canalização em favor do progresso de cada ser.
As
alienações, os conflitos e traumas, as doenças congênitas, as deformidades
físicas e degenerativas, assim como as condições morais, sociais e econômicas,
são capítulos dos mecanismos espirituais, nunca heranças familiares, qual se a
vida estivesse sob injunções do absurdo e da inconsequência (MIRANDA, op. cit.,
p 38).
Conclusão:
não é o cérebro que determina as ações humanas, sejam para o bem, sejam para o
mal. Ele é simplesmente um órgão de manifestação do Espírito imortal, que
plasma, desde o nascimento, suas tendências superiores ou inferiores. Estas,
entretanto, serão corrigidas, sempre, de acordo com o livre-arbítrio de cada
um, cujas consequências, boas ou más, dependerão do ser em harmonia com o bem
ou com o mal. Daí resulta, para cada individualidade, a felicidade ou a
expiação. Até que estejamos quites com a Lei de Deus, que reside em nossas
consciências.[ii]
Acesse o blog: www.jojorgeleite.blogspot.com
[i] MIRANDA, Manoel Philomeno (Espírito). Temas da Vida e
da Morte. Psicografia de Divaldo Pereira Franco. Brasília: FEB, 2018.
Pensamento e perispírito.
[ii] KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. Tradução de
Evandro Noleto Bezerra. 4. ed. Brasília: FEB, 2017, questão 621.
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