O Livro dos Espíritos
Allan Kardec
Estamos fazendo neste espaço o estudo –
sob a forma dialogada – dos oito principais livros do Codificador do
Espiritismo. Serão ao todo 1.120 questões objetivas distribuídas em 140 partes,
cada qual com oito perguntas e respostas.
Os textos são publicados neste blog
sempre às quintas-feiras.
Continuamos hoje o estudo da principal
obra espírita – O Livro dos Espíritos
–, cuja publicação inicial ocorreu em 18 de abril de 1857.
Parte 4
25. O Espírito possui algum envoltório que possa ajudar na sua
identificação pessoal?
Sim. Envolve-o uma substância, vaporosa
para os nossos olhos, mas ainda bastante grosseira para ele. Como ela é
vaporosa, pode o Espírito elevar-se na atmosfera e transportar-se aonde queira.
A esse envoltório Kardec deu o nome de perispírito. Ele é formado com o fluido
universal de cada globo, razão por que não é idêntico em todos os mundos.
Passando de um mundo a outro, o Espírito muda de envoltório, como mudamos de
roupa, e esse envoltório tem a forma que o Espírito queira. É assim que ele
aparece aos encarnados algumas vezes, quer em sonho, quer no estado de vigília,
podendo tomar uma forma visível e mesmo palpável. (O Livro dos Espíritos, questões 93, 94 e 95.)
26. Os Espíritos são todos iguais, ou há entre eles alguma
hierarquia?
São de diferentes ordens, conforme o
grau de perfeição que tenham alcançado. Essas ordens são ilimitadas em número,
porque entre elas não há linhas de demarcação traçadas como barreiras, de sorte
que as divisões podem ser multiplicadas ou restringidas livremente. Todavia,
considerando-se os caracteres gerais dos Espíritos, elas podem reduzir-se a
três principais. Na primeira, colocam-se os que atingiram a perfeição máxima:
os Espíritos puros. Formam a segunda os que chegaram ao meio da escala: o
desejo do bem é o que neles predomina. Pertencem à terceira os que ainda se
acham na parte inferior da escala: os Espíritos imperfeitos. A ignorância, o
desejo do mal e todas as paixões más que lhes retardam o progresso, eis o que
os caracteriza. (Obra citada, questões 96, 97, 98, 99 e 127.)
27. O progresso espiritual está ao alcance de todos os Espíritos ou
apenas dos escolhidos do Senhor?
O progresso está ao alcance de todos e,
segundo o Espiritismo, todos os Espíritos se tornarão perfeitos. Depende apenas
deles progredir mais ou menos rapidamente para a perfeição, e eles a alcançam
mais ou menos rapidamente, conforme o desejo que têm de alcançá-la e a
submissão que testemunham à vontade de Deus. Não existe retrocesso no processo
evolutivo. À medida que os Espíritos avançam, compreendem o que os distancia da
perfeição. Concluindo uma prova, o Espírito fica com a ciência que daí lhe veio
e não a esquece. Pode, então, permanecer estacionário, mas não retrograda.
(Obra citada, itens 114, 115, 116, 117, 118 e 122.)
28. De onde vêm as influências que se exercem sobre os Espíritos?
As influências boas vêm da parte dos
bons Espíritos. As influências más decorrem da ação dos Espíritos imperfeitos,
que procuram apoderar-se deles, dominá-los, e se rejubilam ao fazê-los
sucumbir. Foi isso o que se intentou simbolizar na figura de Satanás. Essas
influências os acompanham em sua vida de Espírito, até que hajam conseguido
tanto império sobre si mesmos, que os maus desistem de obsidiá-los. (Obra
citada, questões 122, 122-a e 122-b.)
29. Quem são os seres que chamamos de anjos e demônios?
Os seres a que chamamos anjos,
arcanjos, serafins não formam uma categoria especial, de natureza diferente da
dos outros Espíritos. São eles os Espíritos puros, os que se acham no mais alto
grau da escala e reúnem todas as perfeições, depois de haverem percorrido todos
os graus da escala evolutiva. Não existem demônios. Se existissem, eles seriam
obra de Deus, mas, porventura, Deus seria justo e bom se houvesse criado seres
destinados eternamente ao mal e a permanecerem eternamente desgraçados? Os
seres que chamamos de demônios são Espíritos inferiores que um dia também
chegarão ao topo da escala, como os Espíritos puros. (Obra citada, questões
128, 129, 130 e 131.)
30. Qual é o objetivo da encarnação dos Espíritos?
Deus impõe a encarnação aos Espíritos
com o fim de fazê-los chegar à perfeição. Para uns é expiação; para outros,
missão. Mas, para alcançarem essa perfeição, têm de sofrer todas as
vicissitudes da existência corporal. A encarnação visa também a um outro fim: o
de pôr o Espírito em condições de suportar a parte que lhe toca na obra da
criação. Para executá-la é que, em cada mundo, toma o Espírito um instrumento
de harmonia com a matéria essencial desse mundo, a fim de aí cumprir, daquele
ponto de vista, as ordens de Deus. É assim que, concorrendo para a obra geral,
ele próprio se adianta. Todos os Espíritos, sem exceção, são criados simples e
ignorantes e se instruem nas lutas e tribulações da vida corporal. Deus, que é
justo, não podia fazer felizes a uns, sem fadigas e trabalhos, conseguintemente
sem mérito. (Obra citada, questões 132 e 133.)
31. Qual é, no corpo material, a sede da alma?
A alma não tem, no corpo, uma sede
determinada e circunscrita; contudo, nos grandes gênios e em todos os que
pensam muito, ela reside mais particularmente na cabeça, ao passo que ocupa
principalmente o coração naqueles que muito sentem e cujas ações têm todas por
objeto a Humanidade. Entenda-se, porém, que a alma não se acha encerrada no
corpo, qual um pássaro numa gaiola. Irradia e se manifesta exteriormente, como
a luz através de um globo de vidro, ou como o som em torno de um centro de
sonoridade. (Obra citada, questões 141 e
146.)
32. Como o Espírito constata sua individualidade depois da morte, se já
não possui um corpo material?
Embora tenha perdido o corpo material
que utilizava durante a encarnação, o Espírito continua a ter um fluido que lhe
é próprio, haurido na atmosfera do seu planeta e que guarda a aparência de sua
última encarnação: o perispírito. (Obra citada, questões 149 e 150.)
Observação:
Para acessar a 3ª parte deste estudo, publicada na semana passada,
clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2020/01/o-livro-dos-espiritos-allan-kardec_9.html
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