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domingo, 5 de janeiro de 2020





O suicídio e suas nefastas consequências

ASTOLFO O. DE OLIVEIRA FILHO
aoofilho@gmail.com
De Londrina-PR

Não há quem não lamente as mortes que ocorrem todos os dias decorrentes dos homicídios, dos acidentes de trânsito e das guerras. De fato, seu número é alarmante e, como sabemos, um fato absolutamente desnecessário, visto que a existência na Terra já traz em si tantas dificuldades que seria ótimo que pelo menos as causadas pelos homens não mais ocorressem.
   A quantidade de vítimas das guerras e dos homicídios é, porém, inferior ao número dos que voluntariamente se matam, cerca de um milhão de pessoas por ano, segundo o último relatório publicado pela Organização Mundial de Saúde, que acrescenta que a faixa etária mais afetada pelo problema é a mais jovem, de 15 a 29 anos.
Motivos diversos respondem, certamente, pelas causas que levam uma pessoa a matar-se.
Presume-se que o conhecimento prévio do que ocorre àquele que se mata seria capaz de evitar que o fato se desse. Temos dúvida quanto a isso, porque vezes há em que a pessoa se encontra tão perturbada que nem mesmo pensa nas consequências de seu ato. Ela simplesmente age, buscando livrar-se de um mal supostamente maior, para mais tarde, quando enfim desperta na vida espiritual, lamentar amargamente o gesto infeliz.
Com base nos ensinamentos trazidos por pessoas que passaram pelo suicídio, podemos afirmar que a decepção seria a primeira consequência de tais atos, que em nada modificam – ao contrário, complicam – a situação de que a pessoa desejara fugir.
Duas outras consequências, muito mais graves, dizem respeito aos efeitos da mutilação causada ao corpo físico pelo Espírito que deixa a vida pelo suicídio e, mais adiante, às dificuldades que ele deparará quando finalmente puder desfrutar no mundo uma existência dita normal.
No livro Ação e Reação, de André Luiz, psicografado pelo médium Francisco Cândido Xavier e publicado em 1957 pela FEB, o ministro Sânzio, reportando-se ao assunto, informou:

"Figuremos um homem acovardado diante da luta, perpetrando o suicídio aos quarenta anos de idade no corpo físico. Esse homem penetra no mundo espiritual sofrendo as consequências imediatas do gesto infeliz, gastando tempo mais ou menos longo, segundo as atenuantes e agravantes de sua deserção, para recompor as células do veículo perispirítico, e, logo que oportuno, quando torna a merecer o prêmio de um corpo carnal na Esfera Humana, dentre as provas que repetirá, naturalmente se inclui a extrema tentação ao suicídio na idade precisa em que abandonou a posição de trabalho que lhe cabia, porque as imagens destrutivas, que arquivou em sua mente, se desdobrarão, diante dele, através do fenômeno a que podemos chamar `circunstâncias reflexas', dando azo a recônditos desequilíbrios emocionais que o situarão, logicamente, em contato com as forças desequilibradas que se lhe ajustam ao temporário modo de ser. 
"Se esse homem não houver amealhado recursos educativos e renovadores em si mesmo, pela prática da fraternidade e do estudo, de modo a superar a crise inevitável, muito dificilmente escapará ao suicídio, de novo, porque as tentações, não obstante reforçadas por fora de nós, começam em nós e alimentam-se de nós mesmos." (Ação e Reação, capítulo 7, pp. 93 a 95.) [O negrito é nosso]

As mutilações orgânicas de nascença têm, como sabemos, sua causa em atos praticados no passado. Se alguém atenta contra o próprio cérebro, ensina Emmanuel, necessitará, para refazê-lo, de no mínimo duas existências corporais.
“Quando perpetramos determinado delito e instalamos a culpa em nós, engendramos o caos adentro da própria alma e, regressando à Vida Maior, após a desencarnação, envolvidos na sombra do processo culposo, naturalmente padecemos em nós mesmos os resultados dos próprios atos infelizes”, eis o que Chico Xavier, sob a inspiração do seu mentor e guia, declarou na noite de 7 de maio de 1974 em sessão solene da Assembleia Legislativa do Estado de Goiás, como o leitor pode verificar na obra Chico Xavier em Goiânia, publicada pelo GEEM Editora.




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