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sábado, 18 de julho de 2020



O que o coronavírus está provocando no mundo

JORGE LEITE DE OLIVEIRA
jojorgeleite@gmail.com
De Brasília-DF

Quando o jornalista de famoso canal de TV saiu às ruas e adentrou algumas casas para saber de seus entrevistados o que estavam sentindo em relação à pandemia provocada pelo coronavírus ouviu as mais curiosas respostas.
— Sinto pânico! — respondeu-lhe uma jovem senhora de quarenta anos.
— Muita raiva — completou sua mãe de 63 anos —, porque estou presa em casa sem ter cometido nenhum crime.
— Pois eu já estou impaciente de tanto ouvir reclamação de Maria — acrescentou o marido da anciã —. É um tal de dizer que eu não a ajudo em nada, que passo o dia vendo televisão, que eu tenho de jogar o lixo fora, que está com medo de morrer... Não está fácil. Se eu não estivesse com 65 anos de idade, pediria o divórcio!
Saindo dali, o jornalista viu um casal sem máscara caminhando de mãos dadas na rua. Então perguntou-lhes se não ficaram sabendo da proibição do governador para que ninguém andasse assim em via pública. A jovem, timidamente, respondeu-lhe, com o assentimento de cabeça do namorado:
— É mesmo? Não sabíamos disso. Ontem mesmo vimos o governador passeando nesta rua sem máscara!? E o entrevistador não encontrou outra resposta a não ser esta:
— Ah! sim, mas ele é o governador... E saiu de fininho para não apanhar do musculoso jovem que acompanhava a moça.
Avistando um casal acompanhado de sua filhinha de oito anos, perguntou à menina se ela estava sentindo falta dos coleguinhas da vizinhança e da escola. A resposta o fez sorrir:
— Dos vizinhos eu não sinto falta, pois estamos sempre brincando juntos, mas de máscara, não é mesmo, mamãe?
— E da escola, você não sente falta?
— Só um pouquinho, pois agora, toda a tarde, mamãe liga o computador e eu acompanho a aula on-line.
— E você está gostando das aulas on-line?
— São horríveis — respondeu a menina, quase chorando.
O pai apressou-se em socorrer a filha. Disse que a menina ainda não se acostumara a ouvir a professora a distância sem poder interagir com seus coleguinhas, ainda que os visse pelo vídeo.
Em seguida, o jornalista foi ao apartamento de um advogado e ficou sabendo que este fechara seu escritório, mas estava muito feliz.
— Como! — respondeu-lhe o entrevistador — como pode estar feliz, se precisou fechar seu escritório? — A resposta foi esta:
— Fechei o escritório, que funcionava no 29º andar de edifício comercial situado a uma hora de trânsito daqui, mas agora faço todo o trabalho de casa, onde montei meu novo escritório. E nem preciso ir ao cartório, pois seus serviços são on-line.
De uma vendedora de bolos, soube que sua clientela delivery aumentara tanto, que ela precisou contratar mais cinco auxiliares. De um vendedor de livros e-book, soube que os brasileiros estão lendo bem mais. Em consequência, obras clássicas como as de Machado de Assis, Graciliano Ramos, Clarice Lispector, Arthur Conan Doyle, Agatha Christie e outros estão vendendo mais que picolé Kibon na praia.
Enfim, leitora, o mundo está mudando. Estamos reaprendendo a conviver com as ideias contrárias às nossas, dentro do próprio lar, e respeitá-las. Percebemos que é desumano alguém precisar deslocar-se durante três, quatro horas ou mais para fazer o que de sua própria casa poderia ser feito. Descobrimos que as crianças precisam de aulas, mas também da educação dos pais, que podem agora acompanhá-las de perto, no dia a dia. E que elas precisam de lazer e companhia...
É isso! Depois do coronavírus, o mundo nunca mais será como antes. Mas não podemos esquecer que, regendo todos os fenômenos da natureza, está Deus, aquele Pai amoroso que Jesus nos lembrou:
— Até os cabelos de suas cabeças estão contados. E não cai uma folha de uma árvore sem que Deus o perceba. Amemo-nos, pois, e respeitemo-nos como filhos e filhas de Deus que todos somos.
Quando a pandemia passar, o mundo estará bem melhor!





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