A
multiplicação dos saberes
CÍNTHIA
CORTEGOSO
cinthiacortegoso@gmail.com
De Londrina-PR
Um dia desses – incansavelmente a natureza
procura ensinar-nos −, um animalzinho, ainda jovem, se perdeu do grupo e sem
recursos não havia como se manter, não tinha ainda experiência em nenhum
quesito da vida, mas tinha muita vontade de aprender para assim poder
manter-se. E na sua segunda noite, sozinho e perdido em lugar desconhecido, sem
saber para onde ir, um animal um pouco maior e experiente, após muito
observá-lo, aproximou-se. O animalzinho talvez nunca havia tremido tanto.
O maior observou-o bem de perto. O menor
pensou que poderia ser o seu fim... mas não foi. Os olhos do maior mostraram
que a ajuda havia chegado. E os passos mais largos conduziram os mais curtos.
Quando chegaram ao abrigo onde estavam outros animais, os dois foram ao local
no qual havia comida e água. E o menor tanto se alimentou e matou a sede. Ao
final da alentadora refeição, ele se deitou no chão e quanto começou a passar
por sua mente, mas a exaustão era nítida. E as estrelas foram e o sol nasceu.
O animalzinho abriu os olhos, demorou uns
instantes para recobrar sua memória. Pronto. Ainda deitado lembrou-se de tudo.
Procurou pelo maior e, já o observando, o animal maior se aproximou. O olhar é
bem mais objetivo do que milhares de palavras para uma explicação. O menor
seguiu os passos mais largos. A partir desse segundo, ensinamento e
aprendizagem seriam conteúdos recorrentes.
E o tempo foi passando, e o menor já era
quase do tamanho do maior. Quanto aprenderam um com o outro. E certo dia, o
menor perguntou ao outro por que o havia ensinado tanto, até mesmo o trabalho
que lhe poderia render uma vida boa. Com a simplicidade que a experiência
deveria alcançar todos, o maior respondeu-lhe que há lugar para cada um e o
compartilhamento de saberes não cerceia quem compartilha, apenas adianta o
progresso comum. Quem doa não perde e quem recebe ganha para assim continuar
doando. É uma cadeia responsável e vital para mentes que buscam o
desenvolvimento.
E tempos depois, o menor, que já era maior,
começou a compartilhar os seus conhecimentos com mais dois pequeninos animais.
E os saberes se multiplicavam.
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