O Espiritismo e sua feição
consoladora
ASTOLFO
O. DE OLIVEIRA FILHO
aoofilho@gmail.com
De
Londrina-PR
Atribui-se
à conhecida confreira Guiomar Albanese, que dirigiu por muitos anos o Centro Espírita
Perseverança, da Capital paulista, o pensamento de que, de todas as aflições
que acometem as pessoas que buscam a Casa espírita, o que mais perturba a
criatura humana não é a dor em si, mas o desconhecimento dos motivos pelos
quais se sofre.
Muitos
que chegam ao Espiritismo são motivados a buscá-lo pela dor, pelo sofrimento,
pelas aflições, que muitas vezes parecem insuportáveis até que se lhes conhece
a gênese, a origem, um dado importante para que a resignação acompanhe os
momentos difíceis.
Encontra-se
aí, como bem sabemos, o caráter consolador do Espiritismo, que foi apresentado
a Kardec, pelos Espíritos superiores que orientaram a codificação, como a
confirmação da promessa feita por Jesus sobre o Consolador que o Pai enviaria
em seu nome para dar continuidade à tarefa iniciada com o Evangelho.
É
essa feição confortadora que encanta e prende as pessoas que tomam contato com
a Doutrina Espírita.
Doutrinadas
por adversários gratuitos do Espiritismo, quando entram numa Casa espírita
verificam que nada do que ouviram antes de seus detratores corresponde à verdade.
As palestras, os conselhos, as orientações são todas revestidas da proposta de
que é preciso transformar-se e praticar o bem, certos de que no Evangelho
encontraremos sempre o rumo para sermos efetivamente felizes.
Foi
precisamente isso que se deu com Andréa Salgado, a professora carioca que, aos
33 anos de idade, teve as pernas decepadas alguns anos atrás, quando uma lancha
colidiu com o banana boat em que ela passeava numa das praias do litoral
fluminense.
Andréa,
que surpreendeu a todos por sua força de vontade e o otimismo com que enfrentou
a situação, viu o rumo de sua existência alterar-se por completo, mas nem por
isso perdeu a serenidade e o entusiasmo diante da vida.
Em
entrevista concedida posteriormente à revista VEJA, o repórter perguntou-lhe o
que ela fazia para espantar a tristeza e Andréa respondeu: “Eu sempre gostei
muito de viver. Sou alegre, espontânea e guerreira, sempre fui. O acidente me
deixou com algumas limitações. Mas estou aprendendo a conviver com elas e
aceitando bem. Gosto de ler, cuidar dos meus filhos, da minha casa. Isso me
distrai. Tenho lido muitos livros kardecistas, livros com mensagens de
otimismo. Sou católica, mas depois do acidente encontrei muitas respostas no
Espiritismo". "Aprendi que nada acontece por acaso.”
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