A morte numa perspectiva espírita
ASTOLFO
O. DE OLIVEIRA FILHO
aoofilho@gmail.com
De
Londrina-PR
A
morte dos entes queridos continua sendo um dos momentos mais difíceis e
dolorosos na vida das pessoas.
O
sentimento de perda, em situações assim, é um fato frequente, muito embora os
cristãos entendam, de um modo geral, que a vida continua e que, em essência, a
morte não existe tal qual muitos a supõem.
Quando
ocorreu décadas atrás, na capital de São Paulo, o incêndio do edifício Joelma,
em que morreram dezenas de pessoas, umas vitimadas pelo fogo, outras pela
asfixia causada pela fumaça e um certo número por haverem pulado do edifício
numa tentativa desesperada de fugir à morte, o médium Francisco Cândido Xavier
serviu de intermediário à revelação de uma informação ao mesmo tempo curiosa e
consoladora.
Os
imortais disseram então, pelas mãos do saudoso médium, que naquelas horas
difíceis dois eram os cenários.
O
primeiro, do lado de cá, era constituído de muito sofrimento, de desespero, de
gritos, de desesperança. A ação dos bombeiros, a movimentação dos repórteres, a
busca de notícias por parte dos familiares dos que trabalhavam naquele prédio,
tudo isso contribuía para dar ao episódio um caráter de tragédia, típico de
situações como aquela.
O
outro cenário, invisível aos nossos olhos, apresentava-se inteiramente
diferente. Espíritos amigos dos que ali pereceram recebiam com festa os que
retornavam naquele momento à chamada vida espiritual. Cânticos de alegria,
abraços calorosos e aplausos, eis o tom de um cenário que mostrava como se dá a
recepção espiritual àqueles que cumprem até o fim seu dever no plano corpóreo.
Comentando
o tema morte, Kardec fez, em determinado momento, uma analogia entre esse fato
e a libertação de um prisioneiro que acaba de cumprir uma longa pena.
Imaginemos,
escreveu o Codificador, a situação do colega de cela que vê partir o amigo. É
claro que ele sentirá saudade do companheiro, mas, em sã consciência, jamais
lamentará a libertação do amigo que, atendidas as exigências da Justiça, ganha
agora a liberdade.
A
morte é isso. Ela é uma espécie de conquista da liberdade, a retomada de
atividades que já eram executadas pela pessoa antes da existência ora finda e
que agora podem ter continuidade.
Depois
de peregrinar por muitos anos na crosta do planeta, limitado por um corpo
material que restringe, como sabemos, as possibilidades perceptivas da alma, o
indivíduo tem o direito, enfim, de reencontrar os amigos que o aguardam e dar
sequência a um projeto cuja meta é a perfeição, assunto a que Jesus se referiu
tantas vezes.
Com
efeito, os cristãos que conhecem o Evangelho hão de lembrar-se, por certo,
destas palavras de que o Novo Testamento nos dá conta: “Vós sois deuses”,
mostrando que tudo o que os grandes missionários fazem poderemos, um dia, também
fazer.
Diante
do esquife, lembremo-nos, pois, da informação trazida pelo saudoso médium e
estejamos certos de que a morte só atinge o corpo material mas nada ocasiona ao
Espírito.
Morte
é mudança de domicílio e de tarefas.
Não
há motivo real para lamentá-la, mesmo porque, excetuados os casos de suicídio
voluntário ou involuntário, ninguém retorna à vida espiritual antes da hora.
Pelo menos é isso que centenas de mensagens enviadas pelos próprios Espíritos
têm dito a respeito do assunto.
Como consultar as matérias deste
blog? Se você não conhece a estrutura deste blog, clique neste link: https://goo.gl/ZCUsF8, e verá como utilizá-lo. |
Nenhum comentário:
Postar um comentário