Os inestimáveis efeitos da dor
ASTOLFO
O. DE OLIVEIRA FILHO
aoofilho@gmail.com
De
Londrina-PR
Definida
por Léon Denis como lei de equilíbrio e educação, tanto a dor física quanto a
dor moral têm por objetivo alçar o ser humano a um novo grau evolutivo.
Pessoas
há, como sabemos, que não despertam para as realidades superiores da vida a não
ser pela dor, e os exemplos disso são numerosos. Em outros casos, a dor
constitui uma espécie de atalho, de chamamento, de estímulo a uma mudança.
Levada
ao Espiritismo em decorrência de uma pausa para tratamento de saúde, a
professora Ana Maria Brito Leal Previato declarou oportunamente, em entrevista
à revista O Consolador: “Posso
dizer, sem medo de errar, que procurei a Doutrina Espírita levada pela dor,
bendita dor que iluminou o meu caminho”.
Além
da dor, o fenômeno espírita tem sido também fator importante na conversão das
pessoas. Muitos médiuns e estudiosos conhecidos do Espiritismo nele ingressaram
por força de um ou de outra. O exemplo de Benedita Fernandes é, nesse sentido,
extraordinário, como o são igualmente os casos de conversão de Jésus Gonçalves,
Cairbar Schutel e tantos outros.
Em
nossa região, três deles merecem registro. Mencioná-los-emos aqui, ocultando
propositadamente os nomes das pessoas envolvidas.
Determinada
mulher, ao assistir na igreja ao casamento de uma amiga, sentiu-se desfalecer
justamente na hora em que os noivos se beijaram. No dia seguinte, ela já estava
internada num dos hospitais psiquiátricos de sua cidade. O processo obsessivo
ganhou vulto, o tratamento afigurava-se à família muito difícil, até que amigos
a conduziram a uma Casa Espírita, onde a mulher se equilibrou e o processo
chegou ao fim, ganhando o movimento espírita da cidade uma nova médium e trabalhadora
incansável que muito fez pela causa do Evangelho no local em que vive.
Certo
professor e escritor de sucesso, dotado de recursos intelectuais invejáveis,
tinha dificuldade de aceitar Deus como ensinado pelas religiões tradicionais e
vivia, em face disso, apartado de qualquer religião e das preocupações
atinentes aos trabalhadores da seara cristã. Certa tarde, após o almoço, o
sogro – que havia falecido anos atrás – lhe aparece. O fenômeno repete-se nos
dias seguintes, e com tal nitidez, que morreu ali o materialista para dar lugar
a um novo espiritista, que inscreve nos livros que publica as noções espíritas
acerca do Criador e suas leis.
Pais
de dois filhos moços, o casal sucumbiu à perda do caçula de 15 anos, encontrado
morto em condições misteriosas que indicavam, pelo menos na aparência, a ideia
do suicídio. Levados a um psiquiatra, este os encaminhou a uma Casa Espírita,
advindo da frequência às reuniões e dos estudos espíritas um equilíbrio
diferente, uma paz desconhecida e, por incrível que possa parecer, a eclosão da
faculdade mediúnica na mãe dos rapazes. Graças a essa faculdade, ela passou a
sentir a presença do filho, tornando-se em seguida instrumento dele, como
médium psicógrafa que é, para auxílio a tantas pessoas que passaram, em período
recente, por prova semelhante.
Quando
o Iraque se viu livre do ditador que o dominava até ser deposto, os médiuns
apareceram e puseram, como se diz popularmente, “suas mangas de fora”. Conforme
o relato da grande imprensa, alguns se especializaram na arte de descobrir o
paradeiro de pessoas desaparecidas, enquanto outros passaram a se dedicar às
curas. E isso – coisa extraordinária – em um país muçulmano, livre portanto das
influências cristãs, comprovando que nada se pode fazer contra os fatos, porque
os fenômenos fazem parte das leis de Deus, não são fruto de ensinamento nem
pertencem a essa ou àquela denominação religiosa.
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