A crise moral, um mal de solução difícil
ASTOLFO
O. DE OLIVEIRA FILHO
aoofilho@gmail.com
De
Londrina-PR
Além
de todos os casos de corrupção que preencheram por longo tempo o noticiário da
imprensa no Brasil, vez por outra aparecem na imprensa os escândalos
relacionados a fraudes para ingresso na Universidade pública e os inúmeros
desvios de verbas destinadas à compra de equipamentos para tratamento das
pessoas infectadas pelo novo coronavírus.
Veja
o leitor que as atitudes inescrupulosas e as fraudes não se limitam a uma
região específica do País nem a uma determinada classe social. Para vencer na
vida – uma expressão que os materialistas gostam de usar – faz-se de tudo e não
importam os métodos utilizados.
O
que se conclui disso é que a crise moral constitui um problema sério que, estando
bem vivo em nosso País, extrapola nossas fronteiras, não importando que o lugar
seja um país do Primeiro Mundo ou do Terceiro, pois o homem é sempre o mesmo,
seja aqui ou na Europa, fato que não deve causar surpresa alguma, porque
sabemos que os traços fisionômicos, a bolsa recheada ou a cor da pele nada têm
a ver com a condição evolutiva do Espírito reencarnado.
Planeta
de provas e expiações, é natural que a Terra receba indivíduos moralmente
endividados e complicados. Nossos erros e vacilações do passado têm sido
numerosos, o que faz com que, ao lado de pessoas honestas e sinceras, aqui se
encontrem indivíduos desonestos e venais que de cristãos só têm o verniz.
Chegou,
contudo, a hora da mudança. Não é possível que em pleno Terceiro Milênio, dois
mil anos depois do advento do Cristo, até para ingressar numa faculdade as
pessoas se valham de métodos que há muito deveriam ter sido extirpados da
sociedade em que vivemos.
Mas
não tenhamos ilusões quanto a isso, porque a crise moral, diferentemente da
crise econômica, além de difícil e custosa, demanda tempo e boa vontade para
ser vencida, uma vez que diz respeito à própria concepção que temos da vida.
Se
essa concepção for de fundo materialista, nada mais natural que se continue a
fazer tudo isso para se obterem as benesses sociais, e aí está provavelmente a
verdadeira razão da crise econômica e social por que passamos.
Outro,
no entanto, deveria ser o comportamento dos que se dizem adeptos do
Cristianismo. De que vale ao homem ganhar o mundo e perder a si mesmo? Assim
falou Jesus há mais de dois mil anos, mostrando-nos que a ética cristã não se
concilia com a fraude, a corrupção, os desmandos, o enriquecimento fácil e a má
administração dos recursos públicos.
As
religiões bem que poderiam abrir os olhos aos que nisso se comprazem,
mostrando-lhes que eles se enganam e que seu sucesso será, diferentemente do
que imaginam, curto, vão e enganoso.
Certamente,
isso não será suficiente para pôr fim a esse estado de coisas que se arrasta e
se avoluma. Mas pode significar um bom começo, a que os espiritistas não podem
faltar, confiantes no reconhecido poder moralizador do Consolador prometido por
Jesus e na clareza de sua mensagem.
A
vida prossegue além-túmulo e nossas existências corporais se interligam de tal
modo que o que fazemos hoje determinará, inelutavelmente, o sucesso ou o
insucesso do nosso amanhã.
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