A evolução pede passagem...
JORGE LEITE DE OLIVEIRA
jojorgeleite@gmail.com
De Brasília-DF
Mens agitat molem (A mente move a
matéria) – Virgílio, Eneida, VI, 727. Apud ANDRADE, Hernani
Guimarães. A mente move a matéria. São Paulo: FE Ed. Jornalística Ltda.,
2005.
Estive refletindo sobre a época atual. Muitas pessoas
negam que o mundo evoluiu, moralmente, nos últimos milênios. Isso não é
novidade, pois já há quem não creia que o Cristo tenha encarnado na Terra.
Negam a história de milhares de cristãos, cruelmente assassinados, mas criticam
os absurdos cometidos pela Igreja, quando esta passou a fazer parte do Estado
e, consequentemente, da política. No entanto, a Igreja foi criada pelos que
sucederam aos mártires cristãos. Outras pessoas pregam a anarquia dos sentidos,
pois, segundo seu juízo, ninguém sairá vivo do mundo. Confundem o cérebro,
órgão de manifestação do pensamento, com a mente, faculdade da alma que comanda
esse órgão.
Tanto umas quanto outras afirmam que todas as
filosofias antigas e modernas nada mais são que manifestações de ideias de
alguns seres humanos criativos, que desejam manter-se no controle da situação e
submeter os fracos às suas elucubrações mentais. Os objetivos são o poder e a
riqueza.
Hoje, porém, a consciência humanitária atingiu estágio
jamais alcançado. Como exemplo, temos o avanço extraordinário dos meios de
comunicação, que nos permitem ver e falar, instantaneamente, com alguém que
esteja no outro lado da Terra. A liberdade de manifestação do pensamento e o
respeito às diferenças são muito maiores do que em priscas eras, em especial
nos países democratas. Mulheres têm seus direitos e dignidade mais respeitados,
preconceitos são combatidos, e animais têm seus defensores.
Atualmente, famílias de classe média vivem mais
confortavelmente que monarcas de dois séculos atrás. A educação tem alcançado
um número de pessoas nunca antes atingido, e a medicina oferece especializações
médicas para a terapia de cada órgão corporal. Tratamentos com choque elétrico
a doentes mentais foram substituídos por remédios potentes; implantes dentários
substituem dentaduras postiças; cirurgias oculares corrigem deficiências
visuais; vacinas antiviróticas obtêm resultados altamente eficazes; próteses
mecânicas permitem que portadores de necessidades especiais levem vidas
normais; serviços públicos e privados contratam essas pessoas etc. etc.
O que falta aos que negam a evolução humana é o estudo
e a fé nas três revelações divinas anunciadas há milênios, desprovidas dos
preconceitos provenientes das falsas ideologias. Estudo para comprovarem suas
manifestações ao longo dos séculos. Fé para libertarem-se dos condicionamentos
causados pelos negativistas de todos os tempos, que ainda vivem sob o jugo das
paixões e da profunda ignorância espiritual.
Embora sempre tenha havido revelações locais,
destinadas a coibirem a brutalidade dos diversos povos, imperam no mundo três
principais revelações divinas: a primeira, representada pelos Dez
Mandamentos, teve em Moisés seu revelador; a segunda tem em Jesus Cristo a
figura central; e a terceira, prometida por este para ficar eternamente entre
nós, é o Espiritismo, também chamada Doutrina dos Espíritos, cuja direção
central é a de Jesus.
Reflitamos nestas palavras de Allan Kardec, ao se
referir ao "caráter da revelação espírita" no capítulo primeiro d'A
Gênese:
O
Espiritismo, partindo das próprias palavras do Cristo, como este partiu das de
Moisés, é a consequência direta da sua doutrina. À ideia vaga da vida futura,
acrescenta a revelação da existência do mundo invisível que nos rodeia e povoa
o espaço, e com isso precisa a crença, dá-lhe um corpo, uma consistência, uma
realidade à ideia. Define os laços que unem a alma ao corpo e levanta o véu que
ocultava aos homens os mistérios do nascimento e da morte. Pelo Espiritismo, o
homem sabe de onde vem, para onde vai, por que está na Terra, por que sofre
temporariamente e vê por toda parte a Justiça de Deus. Sabe que a alma progride
incessantemente, através de uma série de existências sucessivas, até atingir o
grau de perfeição que a aproxima de Deus. Sabe que todas as almas, tendo um
mesmo ponto de origem, são criadas iguais, com a mesma aptidão pra progredir,
em virtude do seu livre-arbítrio; que todas são da mesma essência e que não há
diferença entre elas, senão quanto ao progresso realizado; que todas têm o
mesmo destino e alcançarão o mesmo fim, mais ou menos rapidamente, conforme seu
trabalho e boa vontade.
Diz ele ainda que não há quem esteja deserdado, nem
quem seja mais favorecido, pois Deus não privilegiou a criação de seus seres.
Tudo evolui, todos estamos submetidos à lei do amor, da justiça e do trabalho;
não há quem esteja destinado ao mal e ao sofrimento eternos. Demônios, do grego
daimónium, são Espíritos imperfeitos, que tanto praticam o mal, quando
encarnados, quanto o praticam no mundo espiritual. Eles também estão sujeitos à
lei do progresso. E os chamados anjos nada mais são do que Espíritos que
aproveitaram essa lei no bem incessante. Enfim, conclui Kardec, todos somos
filhos das próprias obras, mas ninguém é deserdado pelo Pai, que preside toda a
Criação: Deus!
Saúde,
paz e bem, amigos leitores!
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Totalmente de acordo. OBRIGADO pelos ensinamentos
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