O Além e a
Sobrevivência do Ser
Léon Denis
Parte 12
Damos sequência ao estudo do clássico O Além e a Sobrevivência do Ser, de autoria de Léon Denis, com base na 8ª edição publicada em português pela Federação Espírita Brasileira.
Nosso propósito é que este estudo
sirva para o leitor como uma forma de iniciação ao estudo dos chamados
Clássicos do Espiritismo.
Cada parte do estudo compõe-se de:
a) questões preliminares;
b) texto para leitura.
As respostas às questões propostas
encontram-se no final do texto abaixo.
Questões preliminares
A. Com o objetivo de evitar fraudes,
que providências foram adotadas pelos sábios que investigaram as manifestações
espíritas?
B. O trabalho de investigação que eles
fizeram exigiu deles muitas horas de trabalho?
C. Dentre as teorias engendradas pelos
adversários do Espiritismo para explicar os fenômenos espíritas, qual é a que
sempre ocupou um lugar saliente?
Texto para
leitura
132. Tendo passado em revista os
principais fenômenos que servem de base ao moderno espiritualismo, deixaríamos
incompleto o nosso resumo se não disséssemos alguma coisa acerca das objeções
apresentadas e das teorias contrárias, com o auxílio das quais se há tentado
explicar os mesmos fenômenos.
133. O Espiritismo, dizem, não é mais
do que um conjunto de fraudes e de embustes. Todos os fatos extraordinários que
lhe servem de apoio são simulados.
134. É exato que alguns impostores têm procurado imitar os fenômenos;
porém, suas artimanhas hão sido facilmente
descobertas e os espíritas os primeiros a assinalá-las. Em quase todos os casos
citados acima – aparições, materializações de Espíritos – os médiuns
trabalharam atados, amarrados às cadeiras em que se sentavam; muitas vezes os
experimentadores foram até ao extremo de lhes segurarem os pés e as mãos.
135. De algumas feitas chegaram mesmo
a ser encerrados em gaiolas, especialmente preparadas para esse fim, fechadas a
chave, ficando esta em poder dos operadores, que por seu turno cercavam o
médium. É em tais condições que numerosas materializações de fantasmas se
produziram.
136. Em suma, as imposturas quase
nunca deixaram de ser desmascaradas e muitos dos fenômenos jamais foram
imitados pela razão de que escapam a toda e qualquer possibilidade de imitação.
137. Os fenômenos espíritas têm sido
observados, verificados, fiscalizados por sábios cépticos, que hão percorrido
todos os graus da incredulidade e cujo convencimento só pouco a pouco se
operou, sob a pressão contínua dos fatos.
138. Esses sábios eram homens de
gabinete, físicos e químicos experimentados, médicos e magistrados. Tinham
todos os requisitos, toda a competência necessária para desmascarar as mais
hábeis fraudes e desfazer as tramas mais bem urdidas. Seus nomes figuram entre
os que a Humanidade inteira respeita e venera.
139. Ao lado de tantos homens
ilustres, todos os que se têm dado a um estudo paciente, consciencioso e
perseverante dos fenômenos espíritas lhes afirmam a realidade, enquanto que a
crítica e a negação vêm de pessoas cuja opinião, baseada em noções
insuficientes, não pode deixar de ser superficial.
140. A algumas delas sucedeu já o que
costuma suceder aos observadores inconstantes. Não obtiveram mais do que
resultados insignificantes, não raro até negativos e, em consequência, se
tornaram ainda mais cépticos. Não quiseram levar em conta uma cláusula
essencial: que o fenômeno espírita está sujeito a condições que cumpre sejam
conhecidas e observadas. Muito depressa se lhes cansou a paciência.
141. As provas que exigem não podem
ser obtidas em poucos dias. Os sábios que formularam conclusões afirmativas e
cujos nomes já muitas vezes declinamos, estudaram a questão durante anos e
anos. Não se contentaram com o assistir a algumas sessões mais ou menos bem
dirigidas e com o auxílio de bons médiuns. Deram-se ao trabalho de pesquisar os
fatos, de os classificar e analisar; desceram ao fundo das coisas. O bom êxito,
por isso, lhes coroou a perseverança e o método de investigação que puseram em
prática se pode apontar como exemplo a todos os investigadores sérios.
142. Entre as teorias engendradas para
explicar os fenômenos espíritas, a da alucinação ocupa sempre lugar saliente.
Ela perdem, porém, toda a sua razão de ser diante das fotografias de Espíritos
obtidas por Aksakof, Crookes, Volpi, Ochorowicz, W. Stead e tantos outros. Não
se fotografam alucinações!
143. Os Invisíveis impressionam não só
as chapas fotográficas, mas também instrumentos de precisão, como os
registradores Marey; suspendem, decompõem e compõem objetos materiais; deixam
marcas na parafina quente. Tudo isso são outras tantas provas contra a teoria
da alucinação, quer individual, quer coletiva.
144. Alguns críticos veem nos
fenômenos espíritas vulgaridade, grosseria, trivialidade e os consideram
ridículos. Essas apreciações demonstram a incompetência de tais críticos. As
manifestações não podem ser diversas do que seriam se fossem produzidas pelo
mesmo Espírito, quando em vida na Terra. A morte não nos muda e, no Além, somos
apenas o que nos tornamos neste mundo. Daí a inferioridade de tantos seres desencarnados.
145. Por outro lado, as manifestações
triviais e grosseiras têm sua utilidade: são as que melhor revelam a identidade
do Espírito. Graças a elas, grande número de experimentadores se convenceram da
realidade da sobrevivência e foram levados a pouco e pouco a observar, a
estudar fenômenos de ordem mais elevada, por isso que, como temos visto, os
fatos se encadeiam e se ligam numa ordem graduada, em virtude de um plano que
parece indicar a ação de uma potência, de uma vontade superior, que procura
arrancar a Humanidade da indiferença e impeli-la à indagação e ao estudo de
seus destinos.
146. Os fenômenos físicos – mesas
falantes, casas assombradas – eram necessários para atrair a atenção dos
homens, mas neles não se deve ver mais do que meios preliminares, um
encaminhamento para domínios mais elevados do saber.
147. Em cada século, a História
retifica seus juízos. O que parecia grande se amesquinha, o que parecia pequeno
se engrandece. Já hoje se começa a compreender que o Espiritismo é um dos mais
consideráveis acontecimentos dos tempos modernos, uma das mais notáveis formas
da evolução do pensamento, o gérmen de uma das maiores revoluções morais de
quantas o mundo haja conhecido.
148. Pelo que respeita ao estudo das
manifestações psíquicas, os espíritas sabem que se acham em boa companhia. Os
nomes ilustres de Russel Wallace, de Crookes, de Robert Hare, de Wagner, de
Flammarion, de Myers, de Lombroso são citados. Veem-se também sábios como o
professor Barlett, Hyslop, Morselli, Botazzi, William James, Lodge, Richet, o
coronel de Rochas e outros, que não consideram esses estudos indignos da sua
atenção.
149. Que pensar, depois disso, das
pechas de ridículo e de loucura? Que provam elas senão uma coisa contristadora:
que o reino da rotina cega persiste em muitos meios?
150. O homem propende muitas vezes a
julgar os fatos segundo o horizonte acanhado de seus preconceitos e
conhecimentos. Cumpre-lhe levantar mais, dirigir mais longe o seu olhar e medir
a sua fraqueza em face do universo. Desse modo aprenderá a ser modesto, a nada
rejeitar nem condenar sem exame.
Respostas às questões preliminares
A. Com o objetivo de evitar fraudes, que providências foram
adotadas pelos sábios que investigaram as manifestações espíritas?
Em quase todos os fenômenos de efeitos
físicos citados neste livro – aparições, materializações de Espíritos etc. – os
médiuns trabalharam atados, amarrados às cadeiras em que se sentavam, e muitas
vezes os experimentadores foram até ao extremo de lhes segurarem os pés e as
mãos. De algumas feitas chegaram mesmo a ser encerrados em gaiolas,
especialmente preparadas para esse fim, fechadas a chave, ficando esta em poder
dos operadores, que por seu turno cercavam o médium. Foi em tais condições que
numerosas materializações de fantasmas se produziram. (O Além e a Sobrevivência do Ser.)
B. O trabalho de investigação que eles fizeram exigiu deles
muitas horas de trabalho?
Sim. Os sábios que formularam
conclusões afirmativas e cujos nomes Léon Denis menciona neste livro estudaram
a questão durante anos e anos. Não se contentaram em assistir a algumas sessões
mais ou menos bem dirigidas e com o auxílio de bons médiuns. Deram-se ao
trabalho de pesquisar os fatos, de os classificar e analisar; desceram ao fundo
das coisas. O bom êxito, por isso, lhes coroou a perseverança, e o método de
investigação que puseram em prática se pode apontar como exemplo a todos os
investigadores sérios. (Obra citada.)
C. Dentre as teorias engendradas pelos adversários do
Espiritismo para explicar os fenômenos espíritas, qual é a que sempre ocupou um
lugar saliente?
É a teoria da alucinação, que perde,
contudo, toda a sua razão de ser diante das fotografias de Espíritos obtidas
por Aksakof, Crookes, Volpi, Ochorowicz, W. Stead e tantos outros. Não se fotografam
alucinações! Os Invisíveis impressionam não só as chapas fotográficas, mas
também instrumentos de precisão, como os registradores Marey; suspendem,
decompõem e compõem objetos materiais; deixam marcas na parafina quente. Tudo
isso são outras tantas provas contra a teoria da alucinação, quer individual,
quer coletiva. (Obra citada.)
Observação:
Para acessar a Parte 11 deste
estudo, publicada na semana passada, clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2021/04/o-alem-e-asobrevivencia-do-ser-leon.html
Como consultar as matérias deste
blog? Se você não conhece a estrutura deste blog, clique neste link: https://goo.gl/h85Vsc, e verá como utilizá-lo e os vários recursos que ele
nos propicia. |
Nenhum comentário:
Postar um comentário