Nos Domínios da
Mediunidade
André Luiz
Parte 13
Estamos publicando neste espaço – sob a forma dialogada – o estudo de onze livros de André Luiz, psicografados pelo médium Francisco Cândido Xavier, integrantes da chamada Série Nosso Lar.
Concluído o estudo dos sete primeiros livros da Série, estudamos
agora a oitava obra: Nos Domínios da
Mediunidade, publicada em 1954 pela Federação Espírita Brasileira.
Caso o leitor queira ter em mãos o texto consolidado do
livro, para acompanhar, pari passu, o presente estudo, sugerimos que clique em http://www.oconsolador.com.br/linkfixo/estudosespiritas/principal.html#AND
e, em seguida, no verbete " Nos
Domínios da Mediunidade".
Eis as questões de hoje:
97. Como atender
a pessoa numa manifestação anímica?
Segundo Aulus, ela deve ser tratada com a mesma atenção que
ministramos aos sofredores que se comunicam, pois se trata de um Espírito
imortal solicitando-nos concurso e entendimento para que se lhe restabeleça a
harmonia. Explicou o instrutor: "Um doutrinador sem tato fraterno apenas
lhe agravaria o problema, porque, a pretexto de servir à verdade, talvez lhe
impusesse corretivo inoportuno ao invés de socorro providencial. Primeiro, é
preciso remover o mal, para depois fortificar a vítima na sua própria
defesa". A paciência e a caridade são aí indispensáveis. No caso relatado
por André Luiz, a irmã deveria ser ouvida na posição em que se revelava, como
sendo em tudo a desventurada mulher de outro tempo, e assim recebida, para que,
usando o remédio moral que lhe fosse estendido, pudesse desligar-se do passado.
"A personalidade antiga não foi tão eclipsada pela matéria densa como
seria de desejar”, acrescentou Aulus. "Todos podemos cair em semelhantes
estados se não aprendemos a cultivar o esquecimento do mal, em marcha
incessante com o bem." (Nos Domínios
da Mediunidade, cap. 22, pp. 213 e 214.)
98. Há nos
manicômios muitos doentes que sofrem, em verdade, intensiva ação hipnótica
obsessiva?
Sim. Aulus aludiu ao assunto ao tratar do caso de uma
infeliz mulher que, não fosse o concurso fraternal que recebia no grupo
espírita, ter-se-ia transformado em vítima integral da licantropia deformante.
Disse ele que muitos Espíritos, pervertidos no crime, abusam dos poderes da
inteligência, fazendo pesar tigrina crueldade sobre quantos ainda sintonizam
com eles pelos débitos do passado. "A semelhantes vampiros devemos muitos
quadros dolorosos da patologia mental nos manicômios, em que numerosos
pacientes, sob intensiva ação hipnótica, imitam costumes, posições e atitudes
de animais diversos." Esse fenômeno é muito generalizado nos processos
expiatórios em que os Espíritos acumpliciados na delinquência descambam para a
esfera vibratória dos brutos. (Obra citada, cap. 23, pp. 217 e 218.)
99. Em casos
assim, por que não convém separar desde logo o algoz de sua vítima?
Esta pergunta foi feita por Hilário e respondida por Aulus.
"Calma, Hilário! Ainda não examinamos o assunto em sua estrutura básica.
Toda obsessão tem alicerces na reciprocidade", explicou Aulus.
"Recordemos o ensinamento de nosso Divino Mestre. Não basta arrancar o
joio. É preciso saber até que ponto a raiz dele se entranha no solo com a raiz
do trigo, para que não venhamos a esmagar um e outro. Não há dor sem razão.
Atendamos, assim, à lei da cooperação, sem o propósito de nos anteciparmos à
Justiça Divina." Como na reunião descrita neste livro o doutrinador
tentasse sossegar o comunicante recordando-lhe as vantagens do perdão e
incutindo-lhe a conveniência da humildade e da prece, surgiu a inevitável
pergunta: Para colaborar em favor desses irmãos em desespero, é suficiente o
concurso verbalista? Aulus esclareceu que, durante a doutrinação, não eram estendidas
ao Espírito palavras simplesmente, mas acima de tudo o sentimento. "Toda
frase articulada com amor – disse Aulus – é uma projeção de nós mesmos."
Assim, se era incontestável a impossibilidade de oferecer-lhes a libertação prematura,
doava-se, em favor deles, a boa vontade, através do verbo nascido de corações
igualmente necessitados de plena redenção com o Cristo. (Obra citada, cap. 23,
pp. 218 a 220.)
100. Por que,
considerando-se o objetivo da sessão mediúnica, há casos em que o médium
utiliza um idioma estranho ao nosso, que a própria equipe muitas vezes não
compreende?
O caso foi proposto ao instrutor Aulus. Se a médium e o
comunicante estavam no Brasil, por que ela ensaiava frases num dialeto já
morto? Por que motivo não assimilava o pensamento do Espírito, transformando-o
em palavras de nossa língua corrente, qual se via em numerosos processos de
intercâmbio mediúnico? "Estamos à frente de um caso de mediunidade
poliglota ou de xenoglossia”, informou Aulus. “O filtro mediúnico e a entidade
que se utiliza dele acham-se tão intensamente afinados entre si que a passividade
do instrumento é absoluta, sob o império da vontade que o comanda de modo
positivo. O obsessor, por mais estranho pareça, jaz ainda enredado nos hábitos
por que pautava a sua existência, há séculos, e, em se exprimindo pela médium,
usa modos e frases que lhe foram típicos." Tal fato era atribuível à
mediunidade propriamente dita ou à sintonia mais completa? "O problema é
de sintonia", informou o instrutor. (Obra citada, cap. 23, pp. 220 e 221.)
101. Se a médium
não tivesse ligação de existências passadas com o Espírito, a xenoglossia seria
possível?
Não. Segundo Aulus, se a médium não houvesse partilhado da
experiência terrestre do comunicante, como legítima associada de seu destino,
não poderia o Espírito externar-se no dialeto com que se caracterizava.
"Em todos os casos de xenoglossia, é preciso lembrar que as forças do
passado são trazidas ao presente", informou o instrutor. (Obra citada,
cap. 23, pp. 221 a 223.)
102. Que relação
existe entre a dor e o arado?
Trata-se de uma imagem utilizada por Aulus, que comparou a
dor em nossa vida íntima ao arado em terra inculta, o qual, rasgando e ferindo,
oferece os melhores recursos à produção. O mesmo resultado produz a dor, visto
que a enfermidade é, em si mesma, desequilíbrio da alma a retratar-se no corpo.
(Obra citada, cap. 24, pp. 226 a 228.)
103. As almas
repousam quando o corpo dorme?
Nem sempre. Comentando o caso de Laura, a filha generosa que
mesmo durante o sono físico não se descuidava de amparar o genitor doente,
Aulus disse: "Quando o corpo terrestre descansa, nem sempre as almas
repousam. Na maioria das ocasiões, seguem o impulso que lhes é próprio. Quem se
dedica ao bem, de um modo geral continua trabalhando na sementeira e na seara
do amor, e quem se emaranha no mal costuma prolongar no sono físico os
pesadelos em que se enreda...". (Obra citada, cap. 24, pp.
230 e 231.)
104. Um homem
portador de histeria pode ser auxiliado pela frequência em um grupo mediúnico?
Sim. O progresso é obra de cooperação. Consagrando-se à
disciplina e ao estudo, à meditação e à prece – disse Aulus – ele se renovará
mentalmente, apressando a própria cura, depois da qual poderá cooperar em
trabalhos mediúnicos dos mais proveitosos. “Todo esforço digno, por mínimo que
seja, recebe invariavelmente da vida a melhor resposta." (Obra citada,
cap. 24, pp. 231 e 232.)
Observação:
Para acessar a Parte 12 deste estudo, publicada na semana
passada, clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2021/04/blog-post_14.html
Como consultar as matérias deste
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