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quarta-feira, 21 de abril de 2021

 


Nos Domínios da Mediunidade

 

André Luiz

 

Parte 13

 

Estamos publicando neste espaço – sob a forma dialogada – o estudo de onze livros de André Luiz, psicografados pelo médium Francisco Cândido Xavier, integrantes da chamada Série Nosso Lar.

Concluído o estudo dos sete primeiros livros da Série, estudamos agora a oitava obra: Nos Domínios da Mediunidade, publicada em 1954 pela Federação Espírita Brasileira.

Caso o leitor queira ter em mãos o texto consolidado do livro, para acompanhar, pari passu, o presente estudo, sugerimos que clique em http://www.oconsolador.com.br/linkfixo/estudosespiritas/principal.html#AND e, em seguida, no verbete " Nos Domínios da Mediunidade".

Eis as questões de hoje:

 

97. Como atender a pessoa numa manifestação anímica?

Segundo Aulus, ela deve ser tratada com a mesma atenção que ministramos aos sofredores que se comunicam, pois se trata de um Espírito imortal solicitando-nos concurso e entendimento para que se lhe restabeleça a harmonia. Explicou o instrutor: "Um doutrinador sem tato fraterno apenas lhe agravaria o problema, porque, a pretexto de servir à verdade, talvez lhe impusesse corretivo inoportuno ao invés de socorro providencial. Primeiro, é preciso remover o mal, para depois fortificar a vítima na sua própria defesa". A paciência e a caridade são aí indispensáveis. No caso relatado por André Luiz, a irmã deveria ser ouvida na posição em que se revelava, como sendo em tudo a desventurada mulher de outro tempo, e assim recebida, para que, usando o remédio moral que lhe fosse estendido, pudesse desligar-se do passado. "A personalidade antiga não foi tão eclipsada pela matéria densa como seria de desejar”, acrescentou Aulus. "Todos podemos cair em semelhantes estados se não aprendemos a cultivar o esquecimento do mal, em marcha incessante com o bem." (Nos Domínios da Mediunidade, cap. 22, pp. 213 e 214.)

98. Há nos manicômios muitos doentes que sofrem, em verdade, intensiva ação hipnótica obsessiva?

Sim. Aulus aludiu ao assunto ao tratar do caso de uma infeliz mulher que, não fosse o concurso fraternal que recebia no grupo espírita, ter-se-ia transformado em vítima integral da licantropia deformante. Disse ele que muitos Espíritos, pervertidos no crime, abusam dos poderes da inteligência, fazendo pesar tigrina crueldade sobre quantos ainda sintonizam com eles pelos débitos do passado. "A semelhantes vampiros devemos muitos quadros dolorosos da patologia mental nos manicômios, em que numerosos pacientes, sob intensiva ação hipnótica, imitam costumes, posições e atitudes de animais diversos." Esse fenômeno é muito generalizado nos processos expiatórios em que os Espíritos acumpliciados na delinquência descambam para a esfera vibratória dos brutos. (Obra citada, cap. 23, pp. 217 e 218.)

99. Em casos assim, por que não convém separar desde logo o algoz de sua vítima?

Esta pergunta foi feita por Hilário e respondida por Aulus. "Calma, Hilário! Ainda não examinamos o assunto em sua estrutura básica. Toda obsessão tem alicerces na reciprocidade", explicou Aulus. "Recordemos o ensinamento de nosso Divino Mestre. Não basta arrancar o joio. É preciso saber até que ponto a raiz dele se entranha no solo com a raiz do trigo, para que não venhamos a esmagar um e outro. Não há dor sem razão. Atendamos, assim, à lei da cooperação, sem o propósito de nos anteciparmos à Justiça Divina." Como na reunião descrita neste livro o doutrinador tentasse sossegar o comunicante recordando-lhe as vantagens do perdão e incutindo-lhe a conveniência da humildade e da prece, surgiu a inevitável pergunta: Para colaborar em favor desses irmãos em desespero, é suficiente o concurso verbalista? Aulus esclareceu que, durante a doutrinação, não eram estendidas ao Espírito palavras simplesmente, mas acima de tudo o sentimento. "Toda frase articulada com amor – disse Aulus – é uma projeção de nós mesmos." Assim, se era incontestável a impossibilidade de oferecer-lhes a libertação prematura, doava-se, em favor deles, a boa vontade, através do verbo nascido de corações igualmente necessitados de plena redenção com o Cristo. (Obra citada, cap. 23, pp. 218 a 220.)

100. Por que, considerando-se o objetivo da sessão mediúnica, há casos em que o médium utiliza um idioma estranho ao nosso, que a própria equipe muitas vezes não compreende?

O caso foi proposto ao instrutor Aulus. Se a médium e o comunicante estavam no Brasil, por que ela ensaiava frases num dialeto já morto? Por que motivo não assimilava o pensamento do Espírito, transformando-o em palavras de nossa língua corrente, qual se via em numerosos processos de intercâmbio mediúnico? "Estamos à frente de um caso de mediunidade poliglota ou de xenoglossia”, informou Aulus. “O filtro mediúnico e a entidade que se utiliza dele acham-se tão intensamente afinados entre si que a passividade do instrumento é absoluta, sob o império da vontade que o comanda de modo positivo. O obsessor, por mais estranho pareça, jaz ainda enredado nos hábitos por que pautava a sua existência, há séculos, e, em se exprimindo pela médium, usa modos e frases que lhe foram típicos." Tal fato era atribuível à mediunidade propriamente dita ou à sintonia mais completa? "O problema é de sintonia", informou o instrutor. (Obra citada, cap. 23, pp. 220 e 221.)

101. Se a médium não tivesse ligação de existências passadas com o Espírito, a xenoglossia seria possível?

Não. Segundo Aulus, se a médium não houvesse partilhado da experiência terrestre do comunicante, como legítima associada de seu destino, não poderia o Espírito externar-se no dialeto com que se caracterizava. "Em todos os casos de xenoglossia, é preciso lembrar que as forças do passado são trazidas ao presente", informou o instrutor. (Obra citada, cap. 23, pp. 221 a 223.)

102. Que relação existe entre a dor e o arado?

Trata-se de uma imagem utilizada por Aulus, que comparou a dor em nossa vida íntima ao arado em terra inculta, o qual, rasgando e ferindo, oferece os melhores recursos à produção. O mesmo resultado produz a dor, visto que a enfermidade é, em si mesma, desequilíbrio da alma a retratar-se no corpo. (Obra citada, cap. 24, pp. 226 a 228.)

103. As almas repousam quando o corpo dorme?

Nem sempre. Comentando o caso de Laura, a filha generosa que mesmo durante o sono físico não se descuidava de amparar o genitor doente, Aulus disse: "Quando o corpo terrestre descansa, nem sempre as almas repousam. Na maioria das ocasiões, seguem o impulso que lhes é próprio. Quem se dedica ao bem, de um modo geral continua trabalhando na sementeira e na seara do amor, e quem se emaranha no mal costuma prolongar no sono físico os pesadelos em que se enreda...". (Obra citada, cap. 24, pp. 230 e 231.)

104. Um homem portador de histeria pode ser auxiliado pela frequência em um grupo mediúnico?

Sim. O progresso é obra de cooperação. Consagrando-se à disciplina e ao estudo, à meditação e à prece – disse Aulus – ele se renovará mentalmente, apressando a própria cura, depois da qual poderá cooperar em trabalhos mediúnicos dos mais proveitosos. “Todo esforço digno, por mínimo que seja, recebe invariavelmente da vida a melhor resposta." (Obra citada, cap. 24, pp. 231 e 232.)

 

 

Observação:

Para acessar a Parte 12 deste estudo, publicada na semana passada, clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2021/04/blog-post_14.html

 

 

 

 

 

 

 

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