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terça-feira, 11 de maio de 2021

 



Trocar o “e se” por “que bom que fiz”

 

CÍNTHIA CORTEGOSO

cinthiacortegoso@gmail.com

De Londrina-PR

 

O tempo passa rápido demais. Se pensarmos muito para realizar algo, como em tantas vezes, o tempo passa e surge o pior questionamento: e se? E se eu tivesse amado mais? E se eu tivesse dado mais atenção a quem me pediu? E se eu tivesse tido tempo para o que realmente ficará no coração onde quer que eu esteja? E se eu tivesse mais sorrisos em vez de fechados semblantes? E se eu tivesse sido mais humana no lugar de apresentar-me com suposta perfeição? E se eu tivesse deixado passar pequenos insultos para não perder vários dias em sofrimento? E se eu tivesse visto mais luares e pores do sol e menos notícias tristes causadas por pessoas de pouco amor? E se?

Mas se estamos aqui ainda há tempo para o que não conseguimos por ora. Já se sabe muito bem o que é bom e o que não é, o que faz bem e o que não faz. É tempo, então, de ser mais humano em ação e sentimento, de sorrir com os olhos e acalmar o outro olhar, de ter tempo para ouvir um coração aflito, de doar amor inteiramente por amor, é tempo de fazer tudo muito melhor, de abandonar o que não foi bom e começar um novo bem, de querer ser um alguém melhor e isso é tão possível.

A cada amanhecer, fica tão claro que o velho homem não tem mais lugar, porém o novo é quem deve chegar. Nada de material se levará para o retorno ao lar, no entanto tudo o que foi vivido será levado no coração. Há sempre tempo de aproximar-se da luz das estrelas sem precisar ainda partir. Tornar-se estrela na Terra é conquistar a paz, objetivo tão precioso e necessário para a emancipação. Não dá para protelar a mudança para a futura segunda-feira como tantas vezes, quanto antes ocorrer, a luz já começará a brilhar.

E quando vivermos como mais humanos estaremos sempre prontos: tanto quem parte quanto quem fica. Se quisermos crescer precisamos deixar de lado o comportamento pueril e egoísta e nos renovar com amor, respeito, carinho, alegria, comprometimento com o próximo e naturalmente com a vida.

Assim, com essa nova tomada, o questionamento mudará para a seguinte afirmação: que bom que pude realizar.

E em breve o coração começará a aprender o que é amar.

 

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