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sexta-feira, 22 de outubro de 2021

 



Fatos Espíritas


William Crookes


Parte 21

 

Damos prosseguimento nesta edição ao estudo metódico e sequencial do clássico Fatos Espíritas, de William Crookes, obra publicada em 1874, cujo título no original inglês é Researches in the phenomena of the spiritualism.

Nosso propósito é que este estudo sirva para o leitor como uma forma de iniciação ao estudo dos chamados Clássicos do Espiritismo.

Cada parte do estudo compõe-se de:

a) questões preliminares;

b) texto para leitura.

As respostas às questões propostas encontram-se no final do texto abaixo. 

 

Questões preliminares

 

A. É verdade que William Crookes foi alvo de ironia dos seus próprios colegas de Academia, por haver admitido a veracidade dos fatos espíritas?

B. Que disse em seu depoimento o doutor Hodgson a respeito da médium Sra. Piper?

C. Na sessão de materialização realizada em 22 de julho de 1900, em Paris, conforme relato publicado pela Revue Spirite, quem foi a médium?

 

Texto para leitura

 

350. Outros depoimentos de sábios – Seguem-se depoimentos de inúmeros sábios que se dedicaram à pesquisa dos fenômenos espíritas.

351. O Doutor Ashburner declarou:

“Presenciei, muitas vezes, manifestações mediúnicas e, embora eu quisesse, não poderia repudiar as provas que tive diante dos olhos. Sinto-me feliz em dizer que atualmente há milhares de pessoas que, como eu, não podem duvidar do que viram.”

352. O Doutor Giuseppe Masucci, depois de ter assistido às sessões com a médium Eusápia Paladino, disse:

“Fui obrigado a demolir todo o edifício das minhas convicções filosóficas, às quais eu tinha consagrado parte da minha vida.”

353. O engenheiro Cromwel Varley, da Sociedade Real de Londres, afirmou:

“No Antigo e no Novo Mundo, não conheço exemplo de um homem de bom senso que, tendo estudado com cuidado os fenômenos espíritas, não se tenha rendido à evidência.”

354. Declarou o doutor Ochorowicz:

“Quando me lembro de que, em uma certa época, eu admirava a coragem de Crookes em sustentar a realidade dos fenômenos mediúnicos; quando reflito, sobretudo, que li as suas obras com o sorriso estúpido que iluminava o rosto dos seus colegas, ao mais leve enunciado dessas coisas, coro-me de vergonha por mim e pelos outros.”

355. Afirmou o doutor Oliver Lodge, da Sociedade Real de Londres:

“A barreira que separa os dois mundos – espiritual e material – pode cair gradualmente, como muitas outras barreiras, e chegaremos a uma percepção mais elevada da unidade da Natureza...”.

356. Em um discurso pronunciado na Sociedade Real de Londres, em 31 de janeiro de 1902, assim Lodge se exprimiu:

“Uma máquina elaborada, como o são os nossos corpos, pode ser empregada, no caso de transe, não somente pela inteligência que o formou, por assim dizer, mas também por outras inteligências, às quais se permite fazer uso dela. Naturalmente, isso só se realizaria por um certo tempo e com bastante dificuldade.”

357. Depoimento do doutor Richard Hodgson:

“Há doze anos que estudo a mediunidade da Sra. Piper. No começo, eu só queria descobrir nela a fraude e o embuste. Entrei em sua casa profundamente materialista, com o intuito de desmascará-la; hoje, digo simplesmente: Eu creio! A demonstração me foi feita de modo a afastar a possibilidade da menor dúvida.”

358. Sessão de materialização em Paris, em 1900 – A Revue Spirite publicou o relato de várias sessões de materialização realizadas no ano de 1900, em Paris, com o concurso da Sra. Corner, nome de casada da célebre Florence Cook, que trabalhara anteriormente com o sábio William Crookes.

359. Eis uma delas:

“No domingo, 22 de julho de 1900, às 9 horas da noite, reuniram-se em um hotel o Príncipe Wiszniewsky, a Princesa Wiszniewsky, o Sr. Doutor Bécour, as Sras. Bécour e Leymarie, o Sr. e Sra. Béra, o Sr. Côte, e o Sr. Martins Velho. Às 9:15 da noite, os convidados dirigiram-se para a sala das sessões.

O gabinete era formado, no ângulo da única porta da sala, por duas cortinas de pano espesso e preto, caindo do teto ao soalho. No interior do gabinete apenas havia uma cadeira, pregada no soalho; nessa cadeira é que a médium se sentava.

A Sra. Corner é uma mulher de cerca de quarenta anos de idade, morena, de cabelos muito pretos, de porte baixo, mas forte. Ela senta-se na cadeira; está com um vestido escuro, decotado, tem as mangas curtas, com renda branca flutuante. Amarram-se-lhe as mãos com uma fita que aperta, primeiro, cada punho, fortemente; depois, as mãos são reunidas, deixando-se entre elas um intervalo de cerca de dez centímetros. O corpo é amarrado por uma outra fita presa às costas da cadeira; por fim, a fita dos punhos é amarrada à do corpo. Todas as extremidades livres das fitas são seladas com um cartão. Nessa situação, a médium não pode levantar-se nem se servir das mãos a mais de dez centímetros do corpo; tem todavia a liberdade de se abanar, em vista do calor sufocante do gabinete.

Em seguida, apagam-se as luzes, exceto a que é produzida por uma lanterna guarnecida de papel vermelho. A claridade é suficiente para que ninguém possa deixar o lugar em que está, sem ser percebido por todos. Os assistentes estão sentados em semicírculo, formando a cadeia diante das cortinas.

Depois de dez minutos de espera, ouve-se a voz do capitão; é uma voz rouca e pouco natural. Ele só se exprime em inglês. O capitão repreende asperamente a médium por agitar o leque, e lhe diz que esses movimentos embaraçam o trabalho. Uma curta discussão se trava entre ele e a Sra. Corner, terminando pela queda do leque, violentamente projetado pela abertura das cortinas, em direção aos assistentes: o mesmo acontece com o colar da médium. Em seguida, um grande braço branco e descoberto aparece. Alguns instantes depois, Maria mostra-se na abertura das cortinas.

Maria, mais alta que a médium, traz um comprido vestido branco decotado e tem descobertos os braços, que parecem muito bem feitos. Ela cochicha em francês correto, mas diferente sensivelmente do francês da médium.

O Sr. Côte entregou a Maria uma caixa de joias e esta foi levá-la ao Príncipe W..., que disse ter podido tocar as suas mãos, seu rosto e seu peito; uma vez ele sentiu o contato de mão de homem, que supõe ser do capitão. Como sobre a mesa estivesse um papelão luminoso, Maria o tomou e o aproximou do rosto do Sr. Côte, depois ela apanhou um lápis e um papel que estavam na mesa e, com um ruído seco, automático e com os movimentos bruscos e mal regrados, conhecidos por todas as pessoas que têm assistido à escrita mecânica por médiuns, traçou rapidamente algumas palavras de despedida.

Nesse momento, ouve-se a voz de Su-Su, que deseja aparecer; depois de ligeira discussão, o capitão permite que ele apareça. Finalmente, um homem baixo e moreno é percebido, não muito bem, ao lado das cortinas; sua presença parece perturbar as manifestações, que se enfraquecem cada vez mais, apesar da recomendação feita aos assistentes de sustentarem uma conversação animada. O papelão luminoso é restituído pela abertura da cortinas e, logo, nesse lugar do gabinete, produzem-se fogos fátuos, que volteiam. Depois de longo repouso, o capitão anuncia o fim da sessão, recomenda os cuidados a ter com a médium e despede-se.

Clareia-se a sala e os assistentes verificam que a médium está sentada e ligada à cadeira, como no começo da sessão, estando intactos os nós e o lacre.”

 

Respostas às questões preliminares

 

A. É verdade que William Crookes foi alvo de ironia dos seus próprios colegas de Academia, por haver admitido a veracidade dos fatos espíritas?

Sim. Em seu depoimento em que admite também a veracidade dos fenômenos pesquisados por William Crookes, o doutor Ochorowicz alude ao fato e confessa que ele próprio assim também se comportou com relação ao grande físico. (Fatos Espíritas – Outros depoimentos de sábios.)

B. Que disse em seu depoimento o doutor Hodgson a respeito da médium Sra. Piper?

O doutor Richard Hodgson, vencido pelos fatos, admitiu que no começo ele apenas queria descobrir nela a fraude e o embuste. “Entrei em sua casa profundamente materialista, com o intuito de desmascará-la; hoje, digo simplesmente: Eu creio!”, afirmou Hodgson. “A demonstração me foi feita de modo a afastar a possibilidade da menor dúvida.” (Obra citada – Outros depoimentos de sábios.)

C. Na sessão de materialização realizada em 22 de julho de 1900, em Paris, conforme relato publicado pela Revue Spirite, quem foi a médium?

A médium foi a Sra. Elgie Corner, nome de casada de Florence Cook, que servira de médium nas sessões de materialização de Katie King realizadas pelo sábio William Crookes. A Sra. Corner sentou-se numa cadeira. Em seguida, amarraram suas mãos que, em seguida, foram reunidas, deixando-se entre elas um intervalo de apenas dez centímetros. (Obra citada – Sessão de materialização em Paris.)

 

 

Observação:

Para acessar a Parte 20 deste estudo, publicada na semana passada, clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2021/10/blog-post_15.html

 

 

 

 

 

 

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