Loucura e Obsessão
Manoel Philomeno de Miranda
Parte 1
Iniciamos hoje neste espaço o estudo metódico e sequencial do livro Loucura Obsessão, sexta obra de Manoel Philomeno de Miranda, psicografada por Divaldo P. Franco e publicada em 1988. Este estudo será publicado neste blog sempre às segundas-feiras.
Eis as questões de hoje:
1. No tratamento da obsessão, que valores devem estar
presentes nas técnicas de atendimento ao paciente?
A cura das obsessões
é de difícil curso e nem sempre rápida, e depende de múltiplos fatores,
especialmente da renovação do paciente, que deve envidar esforços máximos para
granjear a simpatia daquele que o persegue, adquirindo mérito através da ação
pelo bem desinteressado em favor do próximo, o que, em última análise, acaba
revertendo em benefício pessoal para si mesmo.
No seu tratamento
devem estar presentes os seguintes valores: a conduta moral superior do doutrinador
ou esclarecedor encarregado da desobsessão, bem como do paciente, quando este
não se encontre inconsciente do problema; a habilidade afetuosa de que se deve
revestir o esclarecimento, que não deve jamais esquecer o agente causador do
distúrbio, o qual é igualmente enfermo e apenas uma vítima desditosa que está
procurando vingar-se; a aplicação correta das energias e vibrações defluentes
da oração e, por fim, o preparo emocional das pessoas que lidam no processo
para entender e amar tanto o hóspede invisível quanto o hospedeiro, ou seja, tanto
o obsessor quanto sua atual vítima. (Loucura
e Obsessão, prefácio, pp. 13 a 15.)
2. Em que instituição os casos relatados por Manoel Philomeno
de Miranda ocorreram?
Eles ocorreram dentro
de um Núcleo do sincretismo afro-brasileiro, onde o autor pôde sentir a
presença do amor de Deus e a abnegação da caridade cristã, conforme os
ensinamentos de Jesus. A experiência mostra-nos que não se podem negar os
benefícios que se haurem em todas as células religiosas de socorro, não só nos
Centros Espíritas, especialmente naquelas onde o intercâmbio mediúnico e a
reencarnação demonstram a imortalidade da alma e a justiça divina, passo
avançado para conquistas mais ricas de sabedoria e de libertação. (Obra citada,
prefácio, pp. 15 e 16, e cap. 1, pág. 17.)
3. É certo dizer que tanto nos fenômenos psicopatológicos
como nos obsessivos é sempre o indivíduo encarnado – o obsidiado - o agente
responsável pelos distúrbios que padece?
Sim. O indivíduo que
padece o fenômeno da obsessão é herdeiro de si mesmo e dos seus atos
anteriores, que lhe plasmam o destino futuro, do qual não consegue evadir-se. (Obra
citada, prefácio, pp. 11 a 13, e cap. 1, pp. 18 e 19.)
4. Como era o ambiente espiritual nas imediações da instituição
onde seriam feitos os atendimentos espirituais?
O local transpirava
agitação em ambos os planos da vida. Espíritos vadios se aglomeravam nas
imediações, bulhentos e ociosos, enquanto outros, em grupos pequenos,
demonstravam seus propósitos malfazejos, em conciliábulos a meia voz,
exteriorizando a animosidade de que eram portadores. Odores de incenso e vela
misturavam-se aos de ervas aromáticas que ardiam em vários recipientes com
brasa, espalhados pelos diversos cômodos.
Quando o relógio da
casa assinalou vinte horas, houve breve rebuliço, logo acompanhado de um
silêncio ansioso, e surgiu no recinto um cavalheiro de pouco mais de quarenta
anos, visivelmente mediunizado, que convidou alguns circunstantes a que
passassem à sala contígua, onde já se encontravam outros convidados e membros
do grupo. (Obra citada, cap.2, pp. 22 a 24.)
5. Pode-se dizer que para cada faixa de evolução remanescem
crenças e cultos próprios e válidos para as suas necessidades?
Sim. Foi exatamente
essa a informação que Dr. Bezerra de Menezes transmitiu ao autor da obra que
estamos estudando, acrescentando que, como o progresso é conquista de cada um, a
imposição rude não vige nos códigos divinos e torna-se necessário que em toda
parte se expresse o auxílio superior e que os mais esclarecidos estendam apoio
e estímulo aos que permanecem na retaguarda do conhecimento. (Obra citada, cap.
2, pp. 24 a 26.)
6. Que fato levou o médium Antenor a se dedicar com tanto
empenho à tarefa naquela instituição?
Antenor, por erros
graves cometidos no passado, quando foi senhor de escravos, chegara ao trabalho
na mediunidade depois de um longo e doloroso processo obsessivo. Ciente das
razões do mal que o afligia, sua mãe o exortava à prática da caridade, por meio
da mediunidade benfazeja, com que poderia ele resgatar os erros do passado e
ajudar, como médium, as mesmas pessoas que ele deixara em aflição. Marceneiro
de profissão, Antenor vivia do serviço honesto com o qual sustentava esposa e
dois filhos e dedicava quatro noites por semana aos trabalhos que a fé o
impelia a realizar, no que era auxiliado pela mãezinha desencarnada, que tanto
o ajudou e ainda agora o ajudava. (Obra citada, cap. 2, pp. 26 e 27.)
7. É verdade que o grupo focalizado nesta obra tinha por
patrono espiritual um ex-sacerdote?
Sim. O grupo recebia
o amparo superior de veneranda Entidade que envergara, na Terra, o hábito
sacerdotal e se notabilizou pela ação da caridade junto aos enfermos da alma e
do corpo, de quem cuidara com exemplar devotamento, prosseguindo, no
além-túmulo, a dar assistência, especialmente junto a Casas daquele gênero, que
se multiplicavam na razão direta das crescentes necessidades humanas.
Periodicamente, em data adrede estabelecida, ele vinha em pessoa visitar o
trabalho, quando eram feitas avaliação e nova programação para as futuras
atividades. (Obra citada, cap. 2, pp. 27 a 29.)
8. Por que o grupo utilizava O Evangelho segundo o Espiritismo em seus estudos?
A introdução desse
livro objetivou moralizar e esclarecer os frequentadores, mas não ocorreu de
forma pacífica. Alguns membros mais embrutecidos, inspirados pelos seus mentores
que se aferravam às práticas mais grotescas, fiéis ao atavismo ancestral e
marcados por antigos rancores, dos quais não se haviam libertado, intentaram
impedir a implantação da ideia nova, afirmando a desnecessidade da cultura, que
não passava de capricho de brancos demagogos. É que não haviam esquecido as
perseguições que sofreram por parte de pessoas que se afirmavam cristãs e que
no Evangelho se diziam apoiar. A inspiração do Benfeitor e a firme resolução de
Antenor encerraram, porém, as discussões em contrário e o livro foi adotado. (Obra
citada, cap. 2, pp. 27 a 31.)
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