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quinta-feira, 18 de novembro de 2021

 



A Gênese

 

Allan Kardec

 

Parte 18

 

Continuamos o estudo metódico do livro “A Gênese, os Milagres e as Predições segundo o Espiritismo”, de Allan Kardec, com base na 36ª edição publicada pela Federação Espírita Brasileira, conforme tradução feita por Guillon Ribeiro.

Este estudo é publicado sempre às quintas-feiras.

Eis as questões de hoje:

 

137. O perispírito desempenha algum papel no organismo humano? 

Sim. O perispírito desempenha, por sua união íntima com o corpo, preponderante papel no organismo humano. (A Gênese, cap. XIV, item 18. Ver também item 29.)

138. Por que certas reuniões nos trazem grande satisfação, ao passo que outras nos causam mal-estar? 

Uma assembleia é um foco de irradiação de pensamentos diversos. É como uma orquestra, um coro de pensamentos, onde cada um emite uma nota. Resulta daí uma multiplicidade de correntes e de eflúvios fluídicos cuja impressão cada um recebe pelo sentido espiritual, como num coro musical cada um recebe a impressão dos sons pelo sentido da audição. Mas, do mesmo modo que há radiações sonoras, harmoniosas ou dissonantes, também há pensamentos harmônicos ou discordantes. Se o conjunto é harmonioso, agradável é a impressão; se é discordante, a impressão é desagradável. E para isso não é necessário que o pensamento se exteriorize por palavras. Quer ele se externe, quer não, a irradiação existe sempre.

Essa é a causa da satisfação que se experimenta numa reunião simpática, animada de pensamentos bons e benévolos. Envolve-a uma espécie de atmosfera moral, onde se respira à vontade; sai-se reconfortado dali, porque impregnado de salutares eflúvios fluídicos. Basta, porém, que se lhe misturem alguns pensamentos maus, para produzirem o efeito de uma corrente de ar gelado num meio tépido, ou o de uma nota desafinada num concerto. Desse modo também se explica a ansiedade, o indefinível mal-estar que se experimenta numa reunião antipática, onde malévolos pensamentos provocam correntes de fluido nauseabundo. (Obra citada, cap. XIV, itens 19 e 20.)

139. Como podemos evitar a influência dos maus Espíritos? 

O meio é muito simples, porque depende da vontade do homem, que traz consigo o necessário preservativo. Os fluidos se combinam pela semelhança de suas naturezas; os dessemelhantes se repelem. Há incompatibilidade entre os bons e os maus fluidos, como entre o óleo e a água. Em face da invasão dos maus fluidos, cumpre se oponham os fluidos bons e, como cada um tem no seu próprio perispírito uma fonte fluídica permanente, todos trazem consigo o remédio aplicável. Trata-se apenas de purificar essa fonte e de lhe dar qualidades tais, que fazem com que ela se torne para as más influências um repulsor, em vez de ser uma força atrativa. O perispírito, portanto, é uma couraça a que se deve dar a melhor têmpera possível. Ora, como as suas qualidades guardam relação com as da alma, importa se trabalhe por melhorá-la, pois que são as imperfeições da alma que atraem os Espíritos maus. (Obra citada, cap. XIV, item 21.)

140. Em que consiste o fenômeno da dupla vista?

Dupla vista, ou vista espiritual, é a vista psíquica, da qual muitas pessoas são dotadas, frequentemente a seu mau grado, mediante a qual elas conseguem ver os Espíritos desencarnados. A dupla vista é usualmente chamada de vidência. (Obra citada, cap. XIV, item 22.)

141. Qual o papel do perispírito nos fenômenos da dupla vista?

Seu papel é de absoluta importância. Traço de união entre a vida corpórea e a vida espiritual, é nas propriedades e nas irradiações do perispírito que se encontra a causa da dupla vista. Na dupla vista ou percepção pelo sentido psíquico, o indivíduo não vê com os olhos do corpo; vê com os olhos da alma e a prova disso está em que vê perfeitamente bem com os olhos fechados e vê o que está muito além do alcance do seu raio visual. (Obra citada, cap. XIV, itens 22 e 23.)

142. Já que a visão espiritual não se opera por meio dos olhos do corpo, existe uma luz espiritual?

Sim. A luz material é feita para o mundo material; para o mundo espiritual, uma luz especial existe, cuja natureza desconhecemos, mas que é, sem dúvida, uma das propriedades do fluido etéreo, adequada às percepções visuais da alma.

Há, pois, luz material e luz espiritual. A primeira emana de focos circunscritos aos corpos luminosos; a segunda tem o seu foco em toda parte. Tal a razão por que não há obstáculo para a visão espiritual, que não é embaraçada nem pela distância, nem pela opacidade da matéria, não existindo para ela a obscuridade. O mundo espiritual é, pois, iluminado pela luz espiritual, que tem seus efeitos próprios, como o mundo material é iluminado pela luz solar. (Obra citada, cap. XIV, itens 24 e 25.)

143. De onde se derivam as imagens fantásticas que nada têm de real e, no entanto, aparecem durante o sono?

É nas criações fluídicas do pensamento que se pode deparar com a causa dessas imagens fantásticas que nada têm de real, com relação à vida corpórea, mas que apresentam às vezes, para o Espírito, uma realidade tal, que o corpo lhe sente o contrachoque, havendo casos em que os cabelos embranquecem sob a impressão de um sonho.

Podem essas criações ser provocadas pela exaltação das crenças; por lembranças retrospectivas; por gostos, desejos, paixões, temor, remorsos; pelas preocupações habituais; pelas necessidades do corpo, ou por um embaraço nas funções do organismo, e, finalmente, por outros Espíritos, com objetivo benévolo ou maléfico, conforme a sua natureza. (Obra citada, cap. XIV, itens 27 e 28.)

144. Como podem ser explicados pelo Espiritismo os fenômenos de catalepsia e mortes aparentes?

Em certos estados patológicos, quando o Espírito deixou o corpo e o perispírito só por alguns pontos se lhe acha aderido, apresenta o corpo físico todas as aparências da morte e enuncia-se uma verdade absoluta dizendo-se que a vida aí está por um fio. Semelhante estado pode durar mais ou menos tempo; podem mesmo algumas partes do corpo entrar em decomposição, sem que, no entanto, a vida se ache definitivamente extinta. Enquanto não se haja rompido o último fio, pode o Espírito, quer por uma ação enérgica da sua própria vontade, quer por um influxo fluídico estranho, igualmente forte, ser chamado a volver ao corpo. É como se explicam certos fatos de prolongamento da vida contra todas as probabilidades e algumas supostas ressurreições. Quando, porém, as últimas moléculas do corpo fluídico se têm destacado do corpo carnal, ou quando este último chegou a um estado irreparável de degradação, impossível se torna todo regresso à vida. (Obra citada, cap. XIV, itens 29 e 30.)

 

 

Observação: Para acessar a Parte 17 deste estudo, clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2021/11/blog-post_11.html

 

 

 

 

 

 

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