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segunda-feira, 13 de dezembro de 2021

 



Loucura e Obsessão

 

Manoel Philomeno de Miranda

 

Parte 5

 

Damos prosseguimento neste espaço ao estudo metódico e sequencial do livro Loucura Obsessão, sexta obra de Manoel Philomeno de Miranda, psicografada por Divaldo P. Franco e publicada em 1988. Este estudo é publicado neste blog sempre às segundas-feiras.

Eis as questões de hoje:

 

33. Após terem vivido na Dinamarca, que motivo levou D. Emerenciana, seu esposo e seu filho a reencarnar na África? 

Os erros e as arbitrariedades cometidas foram a causa principal. Informados da necessidade da reencarnação e dos perigos de renascer na antiga Pátria, em razão das contínuas guerras de anexação e separação de povos e províncias, foi-lhes acenada a oportunidade de recomeçar em terras da África sofrida, onde o eito da escravidão lhes serviria de educandário moral, liberando-os dos orgulhos de raça, tradição, cultura e poder. Foi assim que reencarnaram em terras africanas e depois, quando ainda jovens, apanhados por caçadores de negros, foram enviados num navio negreiro para o Brasil e vendidos nas terras da Bahia, onde aportaram, a fim de darem início a uma nova fase na vida, a de sua restauração espiritual. (Loucura e Obsessão, cap. 8, pp. 94 a 98.)

34. Quem são os Exus e os Orixás?

São Espíritos despojados do corpo somático. Segundo D. Emerenciana, encontram-se no mundo espiritual muitos irmãos infelizes assumindo personificações mitológicas ridículas, por auto-hipnose. Uns, em largo número, creem-se seres de exceção na ordem universal, por efeito de autossugestão demorada desde a vida terrestre; outros são vitimados por zoantropias(1) de diferentes procedências, e, por fim, há os que se reconstruíram ideoplasticamente, incorporando os desvarios de poderes mentirosos, que atribuem a si mesmos, seja como Orixás, na eterna ação protetora da Natureza e dos homens, seja na de Exus, supostamente criados para o mal e dotados de força para tal execução, os quais se afundam cada vez mais no desgoverno, até o momento em que funcionem as Leis de correção e reequilíbrio que existem no Cosmo, como se deu com seu próprio filho, Valdemar. (Obra citada, cap. 8, pp. 102 a 104.)

35. Que circunstância levou Valdemar a se comportar como um Exu?

Segundo D. Emerenciana, caindo sempre e intoxicando-se de vibrações deletérias, Valdemar perdera-se por algum tempo, sendo recolhido pelos anteriores comparsas que o hipnotizaram e o adestraram em técnicas de obsessão, de vampirismo, de exploração de outros Espíritos e, principalmente, de homens. Ele tomou, desse modo, a personificação parasitária de uma deidade maléfica, que se autointitulou Exu, com especialidade de ação em determinado campo de sua preferência. Impôs-se a postura de dominador, conforme acontece com outros da mesma vibração, e submeteu mentes ignorantes e primitivas à sua governança espiritual, recebendo homenagens e oferendas com que se comprazia e se nutria. (Obra citada, cap. 8, pp. 102 a 104.)

36. Valdemar ainda atuava como Exu no plano espiritual?

Não. D. Emerenciana o encontrou em um momento especial, com que ela tanto sonhara. Intentando uma pugna de vibrações maléficas que não a alcançavam, os sentimentos de mãe extravasaram do seu ser e arrebentaram-lhe as fixações do mal, fazendo-o render-se à esperança de paz e ao futuro de renovação. Os sequazes então o abandonaram, de forma estrepitosa e desordenada. O amor recolheu-o e o internou na Colônia donde procediam, realizando-se o tratamento por mais de três lustros. Depois disso, Valdemar reencarnou com deficiência mental, junto ao antigo pai, que o trazia regularmente ao atendimento espiritual naquele grupo, por inspiração de D. Emerenciana, que lhe seguia os passos, a fim de continuar na terapia da reabilitação. (Obra citada, cap. 8, pp. 104 a 106.)

37. A magia é uma prática antiga?

Sim. Segundo Felinto, uma entidade que supervisionava, na Casa, as tarefas da chamada magia branca aplicada em favor dos que eram vítimas das práticas fetichistas, a magia é uma ciência-arte tão antiga quanto as primeiras conquistas culturais do homem. Reservada à intimidade dos santuários da antiguidade oriental, consistia no uso do magnetismo, que começava a ser descoberto, da hipnose e do intercâmbio mediúnico, que os próprios imortais desencarnados propiciaram aos homens. A superlativa ignorância das leis vestiu essas práticas de rituais e fórmulas ensinadas pelos Espíritos, a maioria deles constituída de presunçosos e prepotentes, que se acreditavam deuses, exigindo sacrifícios humanos, animais, vegetais, conforme o processo da evolução de cada povo. Conhecendo, através do estudo e da repetição das experiências, a exteriorização magnética das chamadas forças vivas da Natureza e dos seres, manipulavam-nas com grande aparato, para impressionar, colhendo alguns resultados, que projetavam os sacerdotes e quantos as praticavam. (Obra citada, cap. 9, pp. 113 a 115.)

38. Por que as práticas da magia negra atingem certas pessoas?

Elas atingem aqueles que se fazem receptivos a ela. Consciência de culpa inata, insegurança emocional, desajustes temperamentais, invigilância moral, insatisfação pessoal, ociosidade mental, conduta irregular e os débitos passados constituem campo vibratório propício à sintonia com as induções mentais dos maus – telepatia e telementalização perniciosas –, assim como as ondas da magnetização de objetos ofertados para as práticas nefastas – imantações fluídicas – e, por fim, a afinidade vibratória com os Espíritos perversos. (Obra citada, cap. 9, pp. 115 e 116.)

39. Com relação ao determinismo, podemos dizer que ele é absoluto?

Não. Eis o que Felinto, o amigo espiritual, disse a respeito: “O determinismo não é absoluto, em face dos recursos do livre-arbítrio que está sempre alterando o destino e os rumos da vida. O renascimento, algumas ocorrências e a desencarnação constituem fatalismo durante cada existência corporal. Pode ser até que se encontre estabelecido o modo pelo qual deve ocorrer a desencarnação do homem. Apesar disso, a invigilância, a precipitação, o mau gênio podem levá-lo a um suicídio, que não estava programado, a um acidente fatal, que a sua incúria provocou, ou, no sentido inverso, a conduta moral e psíquica equilibrada, sadia, ativa no bem, pode alterar-lhe completamente, na forma e no tempo, o ato desencarnatório”.  (Obra citada, cap. 9, pp. 115 e 116.)

40. É certo dizer que a viagem rumo à evolução recorda-nos uma estrada que possui diversas vias secundárias?

Sim. Esse é o pensamento do Dr. Bezerra de Menezes. Assinalada por vários sítios de descanso e espairecimento para a contemplação da paisagem, essa estrada pode ser percorrida sem parada ou através de estágios; mas a meta – que é concretizar a evolução espiritual – será fatalmente alcançada, embora a cada viajante seja facultado fazê-lo com maior ou menor rapidez. (Obra citada, cap. 10, pp. 119 e 120.)

 

 

Observação:

Para acessar a Parte 4 deste estudo, publicada na semana passada, clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2021/12/blog-post_06.html

 

 

 

 

 

 

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