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quarta-feira, 29 de dezembro de 2021

 


E a Vida Continua...

 

André Luiz

 

Parte 6

 

Prosseguimos o estudo da obra E a Vida Continua..., de André Luiz, psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier e publicada em 1968 pela Federação Espírita Brasileira.

Esta é a décima primeira obra do mesmo autor integrante da Série Nosso Lar, que temos estudado metodicamente às quartas-feiras neste blog.

Eis as questões de hoje:

 

41. No tocante à questão sexual, encontramo-nos ainda em trânsito da poligamia para a monogamia?

Sim. O homem terrestre, apesar de sua inteligência refinada, ainda oscila, de modo geral, entre animalidade e humanização, embora existam na Terra casos particulares de criaturas que já se encaminham da humanidade para a angelitude. "A maioria de nós outros, os Espíritos capitulados na escola da Terra nos achamos em trânsito da poligamia para a monogamia, com referência à devoção sexual”, diz o Instrutor Ribas. Decorre daí, segundo ele, o impositivo de vigilância sobre nós mesmos, sabendo-se que o sexo é faculdade criativa, nos domínios do corpo e da alma. (E a Vida Continua..., cap. 15, pp. 117 e 118.)

42. Quem era o Espírito que teve a reencarnação frustrada em face do aborto sofrido por Evelina?

Como Evelina julgava que Túlio se suicidara por culpa dela, e tinha remorsos por causa disso, ela atraiu para o próprio claustro materno o Espírito sofredor de um irmão suicida, sentenciado pela própria consciência a experimentar a provação de um corpo frustrado, de modo a valorizar com mais respeito o divino empréstimo da existência física. A maternidade malograda lhe proporcionara, portanto, ensejo a preciosas reparações. "Somos mecanicamente impelidos para pessoas e circunstâncias que se afinem conosco ou com os nossos problemas”, explicou o Instrutor Ribas. Foi por isso que ela se converteu automaticamente em desventurada mãe de um companheiro suicida, no anseio de expiar a própria falta. (Obra citada, cap. 15, pp. 119 e 120.)

43. O destino é a soma de nossos próprios atos?

Essa frase foi dita pelo Instrutor Ribas, que pretendeu, ao emiti-la, dizer que devemos a nós mesmos as situações em que se nos enquadra a existência, uma vez que recolhemos da vida exatamente o que lhe damos de nós. (Obra citada, cap. 15, pp. 120 a 122.)

44. Por que, havendo transcorrido um bom tempo desde a sua desencarnação, não haviam Evelina e Ernesto visitado seus familiares encarnados?

O motivo eles sabiam. A visita à família terrena era considerada muito prematura pelos mentores espirituais. Em vista disso, ela e Ernesto reconfortavam-se com estudo e trabalho e, de vez em vez, tinham um tête-à-tête, ocasião em que faziam suas confidências. Eles já tinham visto, até então, inúmeros Espíritos que procediam da Terra, desacoroçoados e tristes, ante a impossibilidade de serem vistos, ouvidos e tocados pelos parentes. Muitos regressavam consolados e esperançosos, como que libertos de laços e algemas, mas outros voltavam desencantados e sorumbáticos, evidenciando pouca disposição para conversar. (Obra citada, cap. 16, pp. 125 e 126.)

45. Os diálogos terapêuticos entre Evelina e Túlio produziram algum resultado?

Não. Passados seis meses de atenção e doutrinação, o Instrutor Ribas foi examinar Túlio em pessoa. Mas o rapaz apresentava escasso proveito com as lições recebidas e, apático, denunciava na mente uma ideia central: Evelina. E com Evelina no miolo das mais profundas cogi­tações, vinham as ideias-satélites: o anseio de transformá-la em objeto de posse única, o tiro de Caio, o desejo de vingança e as escuras alusões da autopiedade. Ribas não via, pois, a mais ligeira fresta naquele coração pesado de angústia para filtrar um só raio de otimismo e esperança. (Obra citada, cap. 16, pp. 127 e 128.)

46. É possível encontrarmos na vida o chamado amor ideal?

Segundo o Instrutor Ribas, todos nós nos destinamos ao Amor Eterno; contudo, para alcançar o objetivo supremo, cada pessoa possui um caminho próprio: “Para a maioria das criaturas, o encontro do amor ideal assemelha-se, de algum modo, à procura do ouro nas minas ou de diamante nas catas”. “É indispensável peneirar o cascalho ou mergulhar as mãos no barro do mundo, a fim de encontrá-lo.” O que o Instrutor estava querendo dizer é que caminhamos na existência pelas vias da afinidade, de afeição em afeição, até achar aquela afeição inesquecível que se nos levante na vida por chama de amor eterno, entendendo-se o conceito de afeição sem a estreiteza de sexo, uma vez que a ligação esponsalícia, embora sublime, é apenas uma das manifestações do amor em si. (Obra citada, cap. 17, pp. 131 e 132.) 

47. A união conjugal interrompida pela morte pode ser reatada no mundo espiritual?

Sim. Quando os cônjuges realmente se amam, a união conjugal interrompida pela morte pode ser perfeitamente reatada no plano espiritual. E se isso não acontece, aquele que ama sinceramente continua trabalhando, no plano espiritual, pelo outro que não lhe corresponde ao sentimento, aprimorando a obra do amor em outros aspectos, que não o da afetividade esponsalícia. (Obra citada, cap. 17, pp. 133 e 134.)

48. O Instrutor Ribas conhecia algum companheiro que não conseguira consorciar-se no plano espiritual?

Essa pergunta foi feita por Evelina diretamente ao Instrutor Ribas, que assim respondeu: "Eu sou um deles". E, em seguida, acrescentou: "Acontece que o amor conjugal, quando se exprime em bases do amor puro, continua vibrando no mesmo diapasão entre dois mundos, sem que a permuta de energias de um cônjuge para outro venha a sofrer solução de continuidade. Minha esposa e eu sempre fomos profundamente unidos. Bastávamo-nos na Terra um ao outro, em matéria de alimento afetivo. Sobrevindo a minha desencarnação, percebi logo que ela e eu continuávamos em plena vinculação mútua, qual se fôssemos partes integrantes de um circuito de forças. Na dedicação espiritual dela, colho meios de continuar em meu aprendizado do amor a todos, ocorrendo-lhe o mesmo". (Obra citada, cap. 17, pp. 135 e 136.)

 

 

Observação:

Para acessar a Parte 5 deste estudo, publicada na semana passada, clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2021/12/blog-post_22.html

 

 

 

 

 

 

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