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quinta-feira, 24 de março de 2022

 



CINCO-MARIAS

 

Gentileza: força pacífica

 

EUGÊNIA PICKINA

eugeniapickina@gmail.com

 

Roberta. Roberta quem no recreio brinca na escola, ri, seus sapatinhos pulando no jardim de flores miúdas. Depois senta à mesa do refeitório dizendo dá licença, por favor, muito obrigada, e canta… Cantando, em voz serena, alguns versos de infância: olha a rosa amarela, Rosa…

 

Pessoas gentis são mais felizes. Porque a gentileza nos faz mais humanos, menos egoístas, ela nos ajuda a reconhecer o perigo da agressividade, o desvalor da violência, o horror da crueldade.

As crianças se espelham nos adultos. É importante ensinar aos nossos filhos, desde os primeiros anos, padrões de gentileza com persistência. E ensinar atitudes gentis à criança demanda do adulto presença, cuidado, respeito. No dia a dia, em todos os lugares, praticar sem receio as palavrinhas mágicas:  por favorobrigadocom licença. Não esquecer, por gentileza, o valor de um sorriso.

Nos últimos anos do ensino fundamental, tive um professor grosseiro, deselegante. Não ouvia: impunha. Que momento passei com sua inflexibilidade, meus colegas apavorados com sua selvageria, quando podia, por uma simples decisão voluntária, usar da benevolência com quem aprende, e isso tudo sem ser omisso, injusto, covarde… Pobre professor infeliz, não guardei seu nome…

Virtude da flexibilidade, a gentileza não se restringe à prática de atos polidos, que é um sinal às vezes de puro adestramento, mas implica uma tentativa sincera de trabalhar contra o mal, transcendendo nossa visão egoísta, superficial, e restrita aos nossos próprios interesses. Sim, porque a gentileza nos relacionamentos reflete força pacífica e disposição autêntica para fazer bem aos outros.

 

Notinha

 

A palavra “gentil” advém na sua etimologia do latim “gentilis” que significa cortês, delicado, pronto para fazer bem aos outros.

Gentileza “é oposto de guerra, crueldade, brutalidade, agressividade, violência” (Comte-Sponville, A. Trad. Eduardo Brandão. Pequeno tratado das grandes virtudes. SP: Martins Fontes, 1999, p. 178).

As crianças aprendem pelos exemplos. Ensine a criança a cumprimentar as pessoas, agradecer, pedir desculpas, não ignorar as pessoas.

Há contos que ensinam gentileza à criança. As fábulas de La Fontaine é uma boa sugestão.

Participar com a família de atividades sociais/beneficentes ensinam naturalmente gentileza à criança.

 

*

 

Esta seção, cuja estreia neste blog ocorreu no dia 6 de janeiro deste ano, traz sempre textos dedicados à infância, seus cuidados, sua educação. O título – Cinco-marias – é uma alusão a um conhecido brinquedo que integra um conjunto de brincadeiras e atividades lúdicas conceituadas como Patrimônio Cultural da Humanidade.

Eugênia Pickina é educadora ambiental e terapeuta floral e membro da Asociación Terapia Floral Integrativa (ATFI), situada em Madri, Espanha. Escritora, tem livros infantis publicados pelo Instituto Plantarum, colaborando com o despertar da consciência ambiental junto ao Jardim Botânico Plantarum (Nova Odessa-SP).

Especialista em Filosofia (UEL-PR) e mestre em Direito Político e Econômico (Mackenzie-SP), está concluindo em São Paulo a formação em Psicanálise.

Ministra cursos e palestras sobre educação ambiental em empresas e escolas no estado de São Paulo e no Paraná, onde vive.

Seu contato no Instagram é @eugeniapickina 

 

 

 

 

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Um comentário:

  1. Estou entrando agora para conhecer o Estudo Espirita Século XXI , e as brincadeiras de Eugenia Pickina ,"As 5 Marias"

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