Conhecereis
a verdade...
São provas, o que você quer? Estude, observe,
experimente...
JORGE
LEITE DE OLIVEIRA
jojorgeleite@gmail.com
De
Brasília, DF
Amigo
leitor, há fatos que estão tão além de nossa imaginação, que alguns dos nossos
irmãos céticos os colocam em dúvida, ainda que os meios de comunicação da época
desses acontecimentos os tenham confirmado. Alguns dos mais extraordinárias
deles resultaram da mediunidade de Chico Xavier.
Há
poucos dias, li num fórum de debates on-line a informação de um
senhor sobre sua condição de ateu, reforçada por sua promessa de tornar-se
espiritualista, desde que lhe provem a existência de Deus e a sobrevivência
do Espírito. Fez, entretanto, a ressalva de que não lhe bastam teorias,
argumentos religiosos nem científicos. Imagino que seu desejo seja ver um
Espírito materializado à sua frente a lhe dizer: "Deus existe, meu caro
irmão. E eu sou seu amado bisavô que volto do Além para lhe provar isso e que
somos imortais. Tome
juízo, caso contrário você vai ficar mais desorientado quando passar para cá do
que já está aí".
Ainda
assim, não sei se isso lhe bastaria. Tal manifestação existe, desde tempos
imemoriais, e já foi revelada por incontável número de pesquisadores, ateus ou
não. Para crer, entretanto, nas materializações de espíritos, é preciso confiar
no relato dos pesquisadores que não titubearam em dedicar décadas de suas
existências à investigação dos fenômenos mediúnicos. Muitos céticos, no entanto,
precisam ficar um tempo na ignorância, para quebra do orgulho. Outros
dispensam, temporariamente, a crença, pois são naturalmente bons e estão
ocupados em atividades relevantes para a sociedade. Sua fé se enquadra na
"fé humana" e na ação humanitária. Dia chegará, porém, que precisarão
da fé divina...
Se,
entretanto, não creem naquilo que outros constataram pela observação e
experiência, de nada adianta tentar convencê-los sobre a imortalidade da alma e
a existência de Deus. Ainda que vejam, ouçam e falem com um Espírito afirmam,
depois disso, que tiveram uma ilusão dos sentidos físicos; mas o Espiritismo é
uma ciência de observação e experimentação. Porém, não nos esqueçamos de que o
nosso irmão ateu afirmou que "nem a ciência o convence da realidade dos
fatos". Nesse caso, diz Kardec, não devemos preocupar-nos com tal pessoa. Quando chegar sua
hora, não somente crerá na existência de Deus e na sobrevivência do Espírito,
como ainda se angustiará por verificar que outras pessoas não creem no seu
testemunho.
Tudo
isso me vem à lembrança ao me deparar com mais uma demonstração extraordinária
de que a faculdade de Chico Xavier não foi fruto de sua imaginação exaltada,
mas sim da revelação dos Espíritos, narrada na obra Trinta anos com Chico
Xavier, do escritor Clóvis Tavares. Ainda bem que nosso irmão ateu não é
dos que combatem, com falsas acusações, nosso querido Chico, como vemos fazer
algumas pessoas infames e inescrupulosas. Nisso, o médium mineiro não é
privilegiado. Fizeram o mesmo com Jesus Cristo.
Antes
de narrar alguns dos fenômenos produzidos por Chico Xavier, recordo uma aula a que assisti há muitos anos,
quando já começara meus esforços em deixar a vida militar, embora muito lhe
deva. O professor era contador e, em sua aula, saiu-se com este desafio: — É
muito fácil escrever textos literários e atribuí-los aos Espíritos. Quero ver é
um Espírito se manifestar por um médium que nada conheça de contabilidade e
demonstrar conhecimento do assunto.
Confesso
que, na época, fiquei um pouco intrigado, mas como essa não é "minha
praia" atribuí seu desafio a mera ignorância do professor sobre os
objetivos elevados da mediunidade. Há inúmeras outras formas de o Espírito
provar sua sobrevivência do que por meio de cálculos, balancetes e balanços contábeis.
Pois
bem, Clóvis Tavares relata, em sua obra citada mais acima, que um desafio sobre
temas complexos de economia foi proposto ao médium Chico Xavier, e respondido
pelo Espírito português Joaquim Pedro d'Oliveira Martins. Eis o relato de
Tavares, não somente sobre esse tipo de "desafio" respondido pelas
entidades espirituais, como muitos outros:
Não
eram somente os poetas do Além-Túmulo que traziam sua mensagem de esperança nas
manifestações da sobrevivência. A série de reportagens de Clementino de
Alencar, dia após dia, brindava o leitor com novas surpresas. Um dia, era uma
brilhante lição de Emmanuel sobre o corpo espiritual, conjugando diversas
explicações a respeito da realidade do perispírito, suas relações com o corpo
físico, suas origens, sua evolução.
Outro
dia, eram respostas ao Dr. Bhering, um assistente das reuniões, que formulara,
na sessão mediúnica em casa de José Cândido, irmão de Chico, diversas questões
sobre Direito Penal, admiravelmente respondidas pelo sábio Espírito Emmanuel.
Doutra
feita, as questões encaminhadas à mediunidade de Xavier, por um estudioso de
finanças, gerente do Banco Agrícola de Sete Lagoas, Sr. Teixeira da Costa,
versavam sobre economia dirigida, emissão, inflação, escassez de numerário,
socialização do sistema monetário, problemas de exportação... As respostas,
magníficas respostas de elevado conteúdo científico e técnico, foram dadas pelo
grande publicista e historiador português, Oliveira Martins, que assinou as
mensagens com seu nome completo: Joaquim Pedro d'Oliveira Martins.[1]
O leitor interessado em conhecer as brilhantes mensagens do grande escritor
lusitano poderá lê-las na bela obra de Miguel Timponi, A psicografia ante os
tribunais (O caso Humberto de Campos), editada pela Federação Espírita
Brasileira.
O
jornalista Clementino de Alencar declarava-se ateu, antes de suas pesquisas
sobre o médium Xavier, publicadas em periódicos de grande circulação, mas após
seus trabalhos com o médium mineiro, como ocorreu com diversos outros
pesquisadores que duvidavam da realidade da vida espiritual, tornou-se espírita
convicto. Isso, entretanto, demanda estudo, observação, experiência e
perseverança de quem deseje seriamente investir no conhecimento daquilo que
consideramos mais importante, em nossas existências: a certeza de sermos
imortais e de que Deus existe. Suas leis, eternas e imutáveis, estão elencadas
nos 12 capítulos do livro terceiro da obra intitulada O Livro dos Espíritos,
primeira obra publicada por Allan Kardec sob orientação e supervisão do
Espírito de Verdade, que manifesta a vontade e o pensamento de Jesus Cristo.
Paz e luz!
[1] Oliveira Martins — Joaquim Pedro d’ — foi não só o grande
historiador da pátria portuguesa, mas o
grande autor da História da civilização cristã e o grande estudioso que escreveu A circulação fiduciária, obra premiada pela
Academia. Foi deputado, Ministro da Fazenda e membro da Academia de Ciências de
Lisboa (1845-1894).
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